A MESMA NOVELA DE SEMPRE: TRÊS PILARES DA OSESP COM O REGENTE THIERRY FISCHER. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

  

   Junto com o anuncio de Thierry Fischer como diretor artístico a  OSESP lançou três pilares para os próximos anos: elevação da qualidade musical da orquestra, maior participação do grupo no cenário nacional e internacional e ênfase no repertório latino-americano. 
   Ênfase no repertório latino-americano:  Fica a dúvida, um regente suíço é a melhor escolha para uma ênfase no repertório latino-americano? Só pode ser piada de mau gosto. 
   Só lembrando que o novo regente, igualzinho a Marin Alsop, ficará em 2020 apenas oito semanas com a orquestra. Após esse ano são prometidas doze semanas. Já vimos essa novela antes, Alsop diversas vezes não cumpriu o mínimo exigido por contrato. Na apresentação (da qual esse Blog não foi convidado, o que nos honra muito) Fischer prometeu aprender português e algum dia morar parte do ano em São Paulo. Na empolgação só faltou dizer que vai fazer um churrasco, jogar uma pelada e tomar caipirinha com os músicos. Oito semanas é pouco tempo para o regente conhecer a realidade da orquestra e se entrosar com os músicos.
   Elevação da qualidade musical da orquestra: Dizendo isso a direção admite que a qualidade musical não é das melhores e precisa de melhoras. Com Marin Alsop a OSESP ficou estacionada na mesmice.
   Maior participação do grupo no cenário nacional e internacional: Em tempos pretéritos a OSESP se dedicou a fazer turnês internacionais. Esperamos que eles se lembrem que no Brasil existem diversos teatros em outros Estados que a orquestra pode se apresentar. Aumentar a participação no cenário internacional é mais uma piada sem graça.
Ali Hassan Ayache

Foto: apresentação de Fischer, foto Internet.

Comentários

  1. Caríssimo Ali,como justificativa para a escolha do suíço também disseram que ele estaria muito feliz com a nomeação,é claro,ao ganhar um emprego fixo justamente quando o maestro iria largar o outro que tinha em Utah é óbvio que ele tem motivos até para pular de alegria, não de fazer cara feia.


    Quem não sabe procurar também não sabe o que pode encontrar.Procurava a direção um orchestra builder para levantar o conjunto de novo como foi o caso Neschling,ou o de Mechetti agora em Minas?Ou um diretor ligado à escola de interpretação de música de época,ou adepto de interpretações mais tradicionais,ou um músico com interpretações mais pessoais das partituras?Alguém como Otto Klemperer,que ao equilibrar o volume dos diferentes naipes,fazia as madeiras serem ouvidas tanto quanto os metais em um tutti em fortíssimo de toda a orquestra?Quem sabe um Dimitri Mitropoulos,que pede para os músicos tocarem com uma intensidade absurda e os leva a tocar melhor do que até eles mesmos imaginam serem capazes de conseguir?Uma pessoa extremamente dotada mas que não se adapta a nenhum cargo de diretor musical como Carlos Kleiber?O num sentido mais prosaico,alguém que saiba tocar também piano ou violino e possa tocar e reger alguns dos principais concertos do repertório?Talvez um regente identificado com música moderna e ou negligenciada e gostaria de divulgá-la?Ou alguém com ideias novas e que briga para botá-las em prática,como tantos diretores que reclamam por ex. da acústica das salas de concerto e não sossegam até encontrarem uma solução ou renunciam ao cargo.


    Pelas palavras da direção,nada disso,mas sim alguém como alguma experiência internacional e que realizou algumas gravações,não importa como.As informações que nos passam dele são as mesmas que qualquer empresário passa para tentar vender os artistas de determinada agência.Tratam a arte como algo que pode ser milimetricamente calculado de acordo com as diversas posições que ocupam os artistas em cargos de prestígio.Mas arte não tem nada com isso.Nem a arte é apenas um saber técnico,mas um saber prático,um saber fazer.Alsop por exemplo,com todas suas boas referências na hora de mostrar a que veio não nos empolgou.Somente os esnobes e pessoas sem opinião própria ficam de boca aberta e se impressionam muito com isso"ela foi aluna de Bernstein",da nossa parte gostaríamos de ouvir a orquestra fazendo certas coisas e não foi possível(futuramente vou falar muio ainda sobre esta diretora,aguardem).Isaac Carneiro Victal.

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  2. Correção,a última frase do segundo parágrafo também deveria se encerrar com um ponto de interrogação,como as anteriores.O mais curioso é ver muita gente que só falta rezar para Santa Cecília para que tudo corra as mil maravilhas agora com o novo diretor.Possuem fé de que essa mudança será para melhor!Isaac Carneiro Victal.

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  3. Vamos torcer, levando-se em conta a crise civilizacional pela qual o Brasil passa, que este maestro consiga pelo menos empolgar mais do que a Alsop, consiga tirar um som melhor do que ela (o que não é muito difícil), nos livre dos besteróis americanos que ela trouxe (até hoje não engoli aquele Candide, fizeram o Candide e não fizeram nenhuma ópera em concerto?????Vamos torcer que a qualidade sonora da orquestra melhore e que ele consiga trazer grandes solistas e não cantores para cantarem com microfone como ela já fez mais de uma vez. O que mais me agradaria seria um maestro especializado e focado em Bruckner, aí sim estaria bem mais sossegado, porém já me sinto bem aliviado com a não renovação do contrato da Marin....Tudo tem um primeiro passo....

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