O MEIO MUSICAL NACIONAL - PARTE 2. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

 O maestro John Neschling definiu uma vez,escrevendo em seu próprio blog,que o mais importante para a sobrevivência de uma orquestra é saber quem paga,se tem dinheiro e se existe vontade dos políticos de manter o conjunto.Fabio Mechetti também numa entrevista gravada e disponível no YOUTUBE, disse o que determinou a aparecimento da Filarmônica de MG no nosso panorama foi uma decisão política.Falando em linguagem popular,quem paga a banda escolhe a música.

  Essa discussão levada adiante pela Revista Concerto,sobre modelos administrativos, no caso deles uma defesa cega das Organizações Sociais, serve para desviar a atenção da questão principal, a saber se o governo quer bancar a Cultura nesse país ou não. O seu Kunze da Concerto para todos os problemas que apareciam, sempre costumava fazer uma menção, como um piano de uma tecla só: Organizações Sociais. Era uma cantilena sempre repetida que nós aqui do blog sempre rebatemos.

  Está na cara, só não enxerga quem não quer ver: não existe nenhuma vontade política de manter um teatro de ópera realmente funcionando no Brasil.São Paulo por exemplo tem o MASP,a USP,a OSESP,já está de bom tamanho,não precisa de casa ópera internacional.A cidade pode continuar feia e a crescer sem planejamento também.Temos que parar de achar essas coisas acontecem por acaso,ou pior são uma realidade dada,então não há nada a fazer.

Antigamente o Rio e São Paulo tiveram temporadas de ópera internacional,mais ou menos isso acabou nos anos 70.O site OPERADIS lista muitas gravações de rádio com estrelas mundiais do momento no elenco,realizadas tanto no Municipal carioca quanto no paulistano.

Isso acabou e na minha opinião duas causas influíram.Montar ópera de qualidade sai caro, por outro lado a maior parte dos nossos compositores do continente americano (exceto Carlos Gomes) pouco se destacaram na ópera.Então sai mais barato manter uma orquestra, esta também poderá interpretar e gravar o repertório de nossos melhores compositores,muitos deles exímios orquestradores. No artigo que escrevi aqui sobre a OLA, comentei sobre isso.Destaquei que Buenos Aires parece ser a única  grande cidade do continente americano atualmente ainda reconhecida muito mais pela qualidade de sua casa de Ópera que de suas orquestras.

Isaac Carneiro Victal.

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