Violeta Coelho Netto de Freitas com Alfredo Colósimo, Julita Fonseca, Silvio Vieira e Geraldo Chagas, sob a direção musical de Edoardo Guarnieri (dias 26 e 29 de Novembro de 1959). Soprano na última de suas apresentações na"Madama Butterfly", de Puccini, papel em que a celebrizou como inesquecível intérprete nos principais teatros brasileiros. A delicadeza de seus gestos, a sensível personificação e sua intensa musicalidade a tornaram a maior de todas as Butterflys brasileiras. Cantou-a, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e também em São Paulo. "Iris de Mascagni, "Zazá (Leoncavallo) e a "Cavalleria Rusticana", fizeram parte de seu vasto repertório de soprano lírico brilhante. Gravou um programa para a Rádio MEC com Lauro Gomes Pinto de duas horas de duração, a respeito de sua brilhante carreira, que pode ser acessado na Internet. Foi dirigida por grandes maestros como Edoardo de Guarnieri, Armando Belardi, Franco Ghione, Mario Tavares e Santiago Guerra.
Ser Bar Bar: "Assim creio tambem. Estive lá, foi algo inesquecível: até hoje me lembro de cada movimento, de cada gesto dessa maravilhosa Butterfly! E me lembro do Alfredo Colosimo atirando o menino para cima, nos agradecimentos, aos aplausos do publico".
Constantina Araújo nasceu na cidade de São Paulo em 28 de maio de 1922. O pai era português, do Aveiro, e a mãe napolitana. Tendo demonstrado, desde criança, vocação para o canto, foi matriculada no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde estudou com Francesco Murino. Sua primeira experiência como profissional, deu-se na antiga Rádio Cultura, onde passou a integrar o elenco de cantores. Dali para a Rádio Gazeta, “emissora de elite”, que possuía orquestra própria, promovia e transmitia concertos ao vivo, foi um pulo à custa de muito esforço, falando com um e com outro, conseguiu um espaço na temporada do Theatro Municipal de São Paulo de 1947, fazendo o papel de Leonora na ópera Il Trovatore, de Verdi. A bela voz de soprano lírico spinto, logo despertou a atenção dos organizadores das temporadas do Theatro Municipal de São Paulo. Em todas as ocasiões em que cantou algum papel, seu desempenho foi elogiado pela crítica e teve boa recepção pelo público. Nessa casa de espetáculos cantou ainda em Aída, Lo Schiavo, Cavalleria Rusticana e La Bohème, sempre fazendo o principal papel feminino, tendo a seu lado cantores de renome internacional como Mario del Monaco, Nicolai Gedda, Jussi Bjöerling, B. Gigli, Fedora Barbieri, Enzo Mascherini, Ugo Savaresi, Maria Henriques, Cesare Siepi, Denise Duval, José Perrotta, Giulio Neri, Enrico Campi, Rita Gorr, Mario Sereni, Enrico Campi e Giuseppe Modesti, c/outros.
O La Scala abriu-lhe outras portas: Bari, Verona, Londres, Trieste, Montecarlo, Paris, Augsburg, Lisboa, Genova, Nápoles, Bolzano, Bolonha, Carpi, Salsomaggiore e outras cidades. Seu repertório incluía Aída, Un Ballo in Maschera, I Vespri Siciliani, Ernani, La Vita Breve, Mefistofole, Otello, Il Trovatore, Madama Butterfly, L’Amore dei Tre Re , Oberon e Cavalleria Rusticana. Em 1954, foi convidada a apresentar-se no Rio de Janeiro, onde, mais uma vez, fez Aída, seu principal papel e o que cantou o maior número de vezes. Neste mesmo ano, apesar do sucesso internacional, não foi convidada a cantar no Municipal de São Paulo, tampouco quando em 1955, abriu-se a tempoorada (após grande reforma de quatro anos) na ópera "Lo Schiavo", de Carlos Gomes. Foi lançada no ano 2000, uma gravação (selo Myto Records) onde Constantina fez ao lado de Mario del Monaco, Cesare Siepi e Mario Sereni, sob a regência de Fernando Previtali, para uma transmissão radiofônica da RAI, em 1958, da ópera Ernani, de Giuseppe Verdi. Trata-se de um documento raro que atesta a beleza e a qualidade de seu registro – soprano lírico spinto. Em 1966, Constantina veio para São Paulo, a fim fazer uma pequena intervenção cirúrgica. Quatorze dias, 14 de março de 1966, após a cirurgia, faleceu repentinamente, vítima de embolia pulmonar.
Extraido de José Carlos Neves Lopes, sobre Constantina Araújo; publicado em 5/12/2000 extraído do site Movimento.com Nota de Marco Antônio Seta: Constantina Araújo fez realizar três récitas de "Aída" no TMRJ ao lado de Mario Del Monaco, Gino Penno (na 3ª récita); Enzo Mascherini, Maria Henriques, Giuseppe Modesti, Luiz Nascimento e Guilherme Damiano com Geraldo Chagas, sob a direção musical do maestro concertatore Edoardo De Guarnieri. E segundo sua irmã, Renata Araújo, nesta oportunidade, a cantora recebeu seu maior cachê no Brasil, após brilhante carreira na Europa. Na foto abaixo vemos a cantora na "Aída", no Alla Scala de Milão ( Temporada de 1950-51) e na ópera "Oberon", na Ópera de Paris em 12 de Fevereiro de 1954, quando contracenou com Rita Gorr, Denise Duvál, Nicolai Gedda, Georges Noré e Raphael Romagnoni; sob a direção musical de André Chuytens.
Escrito em 20/JANEIRO/2021, por Marco Antônio Seta Jornalista inscrito sob nº 61.909 - MTB .Diplomado no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, em Tatuí, Est. de S. Paulo em piano, história da música, teoria, harmonia e contraponto. Formado pela UNICASTELO em Artes Visuais e pela FCL em Jornalismo e Comunicação.
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