QUAL O CURRÍCULO PARA SER CRÍTICO DE ÓPERA, MÚSICA CLÁSSICA OU DE DANÇA? ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Os críticos desse blog sempre sofreram "críticas" diversas. A maioria delas se refere ao nosso currículo, dizem que não temos capacitação para analisar outros cantores. Uma pergunta fica no ar, quem é capacitado para fazer críticas? A riqueza de ópera abrange diversas artes e ninguém no mundo consegue estudar a literatura dos libretos (letras), as partituras da música (músico profissional), encenação (artes dramáticas), contexto histórico (história) entre inúmeras outras artes que a ópera abrange.
O estranho em tudo isso é no meio operístico que tem de tudo: jornalista escrevendo libreto, diretor de televisão dirigindo óperas e uma galera que nunca ouvimos falar no ramo dando conselhos técnicos em lives de todo tipo. Somos contra isso, claro que não, todos podem fazer arte e quando o fazem temos todo o direito de criticar.
Qualquer um pode ser crítico. Ninguém precisa se submeter a um editor sabichão para escrever como antigamente. Cabe ao público decidir se lê, concorda ou descarta. É a famosa seleção natural. Artistas em geral odeiam críticos, amam ver seu trabalho elogiado. Por estar no palco se julgam superiores e não sujeitos a reclamações. A desculpa é surrada, no Brasil é difícil ser artista e por isso todos são heróis acima do bem e do mal.
Claro que pagamos alto preço pela independência crítica, nunca nosso nome é lembrado para nenhum evento.
PRIMEIRA ÓPERA: Depois de um ano e alguns meses sem assistir ópera fui ao Theatro São Pedro/SP no dia 22/05 para a apresentação de Sócrates, de Erik Satie, e O Marinheiro Pobre, de Darius Milhaud. Uma das raras vezes que me isentei de escrever uma crítica. A atuação dos solistas foi desastrosa, tirando o sempre competente barítono Vinicius Atique e a excelente regência de Gabriel Rhein-Schirato, o restante esteve abaixo do nível mínimo que se espera para adentrar ao palco do grande teatro. Dei uma colher de chá devido a pandemia.
Ali Hassan Ayache
Assino embaixo do Artigo de Ali Hassan Ayache, batalhador da verdade no mundo da ópera, incentivador, crítico e grande divulgador dos espetáculos musicais de uma forma muito abrangente, a Ópera sobretudo, e também os balés nacionais e internacionais, bem como os concertos sinfônicos e de música de câmara.
ResponderExcluirNossas críticas, são embasadas na verdade, no conhecimento técnico e artístico do "méttier", ninguém aqui está brincando com a crítica, muito pelo contrário, somos afincados e amantes da Ópera, conhecedores do movimento lírico Universal, e comparamos, lógicamente, com outros artistas, períodos e momentos históricos pelos quais o Municipal de São Paulo, do Rio de Janeiro, o Teatro Amazonas; o da Paz, em Belém do Pará, o Palácio das Artes, em Belo Horizonte, o Teatro Castro Mendes, em Campinas, o Teatro Guaíra de Curitiba, a Sala Cecília Meirelles (Rio de Janeiro e a Sala São Paulo, nesta megalópole; os
itinerários que percorreram e viveram ao longo de suas existências. Pois, por alí passaram grandes celebridades, solistas, cantores, atores e atrizes, bailarinos do mundo inteiro, assim por assinalarem-se, entre outros monumentos como Maria Jeritza, Rosa Ponselle, Antonio Scotti, Zinka Milanov, Igor Stravinsky, Benjamim Britten, Pietro Mascagni, Villa-Lobos, Arturo Toscanini, Victor De Sabata, Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, Guiomar Novaes, Paulo Autran, Procópio Ferreira, Magda Tagliaferro, Tullio Serafin, Renata Tebaldi, Magda Olivero, Antonietta Stella, Gianna D'Angelo, Beniamino Gigli, Ferrucio Tagliavini, James Mc Cracken, Bibi Ferreira, Cleyde Yáconis, Yoná Magalhães, Gianfrancesco Guarnieri, Tônia Carrero, Margot Fonteyn, Ana Pavlova, Aracy Evans, Nijinsky, Isadora Duncan, Marilena Ansaldi, Rudof Nureyev, Mariangela D'Andréa, Toshie Kobayashi, Joshey Leão, Mikhail Nikolaévich Baryshnikov, Maria Callas, Marta Rose, Gian Giacomo Guelfi, Elena Souliotis, Giuseppe Di Stefano, Bidu Sayão, Mario Del Monaco, Délia Lago, Virgínia Zeani, Edoardo de Guarnieri, Armando Belardi, Simon Blech, Roberto Schnorrenberg, Agnes Ayres, Maria Lúcia Godoy, Isaac Karabtchevsky, Samuel Kerr, Sisto Mechetti, Miguel Arqueróns, Marcello Mechetti, Orionna Santunione, Jessye Norman, Grace Bumbry, Herbert Bécker, e centenas de célebres intérpretes das artes cênico-musicais; (no ballet, na ópera, nas artes cênicas e na música instrumental (de câmara e sinfônica, por assim dizer).
Mais ainda, esses críticos que aqui escrevem , circulam pelo país, conferindo tais espetáculos, e sempre, divulgando, incentivando, comparando, realizando paralelos, e na consecutiva, criticando tais eventos artísticos.
Não se questiona os conhecimentos destes, muitos possuindo cursos de música em Conservatórios, Universidades, em instrumentos musicais, conhecedores de música e de sua história Universal, da harmonia e do contraponto, como também de história geral e geografia, constando-se inclusive as Letras, Jornalismo e Comunicação, Ciências Sociais e Naturais, e matérias afins. Acrescentamos, que conhecemos a história dos nossos teatros municipais, salas de concertos, associações de cultura artística, organizações sócio-culturais bem como a trajetória dos seus intérpretes circulantes nos mesmos, muitas vezes ignoradas, desconhecidas e sem memória de outros, que se inserem no meio jornalístico, nos meios de comunicação (televisão inclusive), como reais paraquedistas e borboleteadores no assunto e no "méttier", onde nada ou pouquíssimo entendem .....aí se invertem, consequentemente, todos os critérios de classificação e reais capacidades de análise histórica, musical, técnica e artística. Escrevem, rodeiam, borboleteiam e não sentam no assunto em profundidade.
Quanto às críticas, somos independentes, desvinculados a todo e qualquer favor, e não deixamos passar as falhas, em contrapartida, elogiamos sobremaneira aqueles que nos mostram qualidades, talentos, aptidões e valores técnicos e de realização artística.