ZINCA MILANOV - SOPRANO INESQUECÍVEL DOS AMANTES DA ÓPERA. ARTIGO DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.


   
A cantora Zinka Milanov passou pelo Theatro Municipal de São Paulo em 1941 e cantou "Un  ballo in Maschera " e "Il Trovatore" assinalando o seu talento e a sua garra no gênero lírico;  também em 1946 cantou a "Tosca",  ao lado de Ferrucio Tagliavini e Paulo Ansaldi. No mesmo ano estreiavam lá  Constantina Araújo e Agnes Ayres, com Paolo Silveri, Reis e Silva em nosso Theatro Municipal. Durante aquela temporada lírica, onde figuravam nomes de imensa importância no mundo lírico internacional, apenas para ilustrar,  alí figuravam Tito Schipa, Lily Djanel, Bruna Castagna, Reis e Silva, Giuseppe Manchini, Josephine Tuminia, Anthony Marlowe, Ghita Taghi, Tomas Felippetti, Rina Saragni, Giacomo Vagli, Rolf Telask e o nosso baixo  José Perrotta, com Paulo Ansaldi, Mario Girotti, Guillermo Damiano e Arnaldo Pescuma. O Maestro Armando Belardi era o diretor artístico do Municipal na época e regeu essa Tosca com Milanov. Na foto abaixo Milanov nas vestes de Norma, de Vicenzo Bellini.



  Nascida na Iugoslávia,  Milanov teve sua vida iniciada em 1906,  cantando em Zagreb de 1928 a 1935. Fez a sua estreia no Metropolitan de New York em dezembro de 1937, onde dominou o repertório dramático italiano até 1950. Soprano dramático tornou-se uma das grandes vozes verdianas do mundo entre 1930 ao meados dos anos 1950. Foi em 1957 quando cantou a Missa de Requiem de Verdi, sob a direção de Toscanini em Salzburgo, ocasião que  chamou a atenção dos críticos musicais e a fama internacional sobre a cantora se eternizou. Constaram de seu vasto repertório italiano;  a  "Cavalleria Rusticana",  de Mascagni; a "Norma", de Bellini, "La Gioconda", de Ponchielli, a "Tosca", de Puccini e as óperas de Verdi; "Un ballo in maschera", "Il Trovatore", "Aida", "La Forza del Destino", "Otello", "Simon Boccanegra";  e "Don Giovanni" de Mozart. 



     Zinka Milanov em "La Gioconda", um dos papéis em que se celebrizou como cantora; ela era famosa pelo controle sobre o seu canto, e particularmente sobre suas notas mais agudas, que eram celestiais e que ela sustentava de forma maravilhosa, em pianissimo, provocando reações de admiração por parte da crítica especializada e do público em geral. Quanto a sua representação,  nunca foi das melhores nos palcos por onde atuou, porém suas interpretações eram vocalmente dramáticas, como no caso de Santuzza,  da "Cavalleria Rusticana" e de Leonora, de "La Forza del  Destino (Verdi). Imagem incorporada . Contracenaram com Milanov,  Mario Del Monaco, Fedora Barbieri, Jussi Bjorling, Leonard Warren, Boris Christoff, Franco Corelli, Gian Giacomo Guelfi, Richard Tucker, Fernando Corena, Cesare Siepi, Marian Anderson, Jan Peerce, Robert Merrill, Roberta Peters entre outros. 



    Zinka Milanov aposentou-se em Nova York onde lecionou canto e faleceu em 1989. 

Comentários

  1. Como a Arte lava, limpa e lapida a nossa alma. A Cultura, a totalidade das criações humanas, impactua no cotidiano de nossas vidas, resgata o nosso humanismo, a nossa criatividade, a nossa inovação e a nossa imortalidade civilizatória através da historicidade de fatos passados e significativos para a contemporaneidade. O registro deste artigo pelo Prof. Marco Antônio Setta, brasileiro e paulistano, é uma aula de Cultura Erudita que rompe fronteiras, quebra paradigmas e transforma informações em conhecimentos. Parabéns ao blog e ao articulador do artigo!

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