COLUNA ANTI-SOCIAL - CELLISTA DA OSESP TOCA EM FILME DE PROPAGANDA BOLSONARISTA. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.



Marialbi Trisolio está no cartaz do documentário e peça de propaganda bolsonarista. Nem tudo se Desfaz por ter contribuído como instrumentista! O diretor da obra também dirigiu um documentário sobre o polemista bolsonarista Olavo de Carvalho e possui ligação com a produtora de filmes de revisionismo histórico Brasil Paralelo.


Dona Marialbi pode ser vista vista no YOUTUBE tocando música de câmara ao lado de outros músicos da OSESP, como o trombonista DarrIn Milling e a também cellista Maria Luísa Cameron, além de num quarteto composto por Cláudio Cruz, Svletana Tereshkova e Peter Pas e num trio integrado por Lev Veksler e Sima Halpern.

Em conformidade com meus princípios expostos nesse blog num texto anterior, sou contra julgar um artista como artista por causa de suas posições políticas, que isso fique bem claro.

Curiosidade, entre o público que é assinante ou público cativo de orquestras como a OSESP, especulo que entre 70 a 80 por cento votou no bozo, por outro lado estimo entre 70 a 80 por cento dos músicos dessa orquestra não votaram nele! O mesmo creio ser possível dizer dos músicos da Filarmônica de Minas Gerais ou da OSB.

O filme em questão tem uma trilha sonora cheia de solos de órgão, uma música simples mas feita para impressionar idiotas.

A tese principal do filme por incrível que pareça tem relação com uma tese trotskista adaptada por Olavo de Carvalho, sendo o diretor Josias Teófilo um carrapato do Olavo. A ideia é a extrema direita representada por palhaços como bozo e Trump se distingue da direita aristocrática por tentar ser popular, para mover as massas esses políticos usam muita demagogia e tem maus modos. Ao contrário do Dória e FHC que procuram falar para a elite. Felizmente o apoio popular de líderes como o bozo muito rapidamente se desintegra quando o povo é obrigado a encarar a dura realidade da política neoliberal do desemprego, inflação e miséria. É A ECONOMIA ESTÚPIDO!

É achar que as pessoas são idiotas demais pensar que o povo dá mais valor a ter um burro que se expressa como um bêbado num bar de beira de estrada no poder ao valor que se ganha mensalmente. Com gente como o bozo no poder, o povo só perde!

Sobre essa peça publicitária, não preciso ver para julgar que é uma porcaria pois se tese principal que serve de base está errada, todo o edifício se desmorona!


Quase simultaneamente a essa peça de publicidade do Bolsonaro, lançou a esquerda um outro documentário chamado Uma Fakeada no Coração do Brasil, sobre a suposta facada que o bozo sofreu aqui perto de onde eu moro em Juiz de Fora. Esse documentário ao contrário do outro do bozo está liberado na internet e só no YOUTUBE  já alcançou 1 milhão e 250 mil visualizações em poucos dias.

Agora eu falo de mim mesmo. Fui aluno na UFJF do primeiro ministro da educação de Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodriguez. Pude sentir o que era o bolsonarismo 20 anos antes de Bolsonaro no poder. Esse professor aprovava todos os alunos dele e me reprovava seguidas vezes, até o ponto de eu ter de sair da universidade. Foi uma perseguição implacável contra mim. Por volta de 2001 ele tinha um discurso liberal muito parecido com o do Paulo Guedes e saiu de si com a vitória do PT em 2002. Foi indicado para um cargo no governo por Olavo de Carvalho.

É por causa dessas e outras que eu não confio nessa esquerda universitária, pois não fizeram nada para me defender do professor colombiano Vélez. O corporativismo acadêmico falou mais alto. Vejam só a reitora da universidade nessa época era a atual prefeita de JF pelo PT Margarida Salomão, um dos professores do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UFJF onde estudei nesse período era o hoje famoso escritor nos meios de esquerda Jessé de Souza. Apesar disso é melhor reconheço ter uma Margarida como prefeita do que ter um Bruno Cova, este se lançou candidato ao cargo de prefeito de SP e venceu a eleição sabendo ter apenas 5 por cento de chances de sobreviver a uma doença grave!

Jornais desde a Folha de Papel Higiênico de SP até a Cloaca do Povo de Curitiba estão reforçando a versão oficial sobre a facada e se recusando a irem eles mesmos trabalhar em busca de informações, se portando como assessoria de imprensa do governo nesse caso em particular.

Eu não estava em JF no dia da facada mas conheci pessoas envolvidas no caso. Conhecia a dona da pensão em que Adélio Bispo se hospedou, era uma mulher simples mas jovem e trabalhadora, ela morreu cerca de duas semanas após o atentado. Logo depois dela morreu outro hóspede da pensão.

Morreu esse ano o professor Rico Guimarães, um dos poucos que postavam vídeos no YOUTUBE contestando a versão oficial da facada, além disso ele também foi aluno do professor colombiano e ministro Vélez Rodriguez.

Peça chave no documentário Gustavo Bebianno morreu em março de 2020 e nem a família dele nem a família de seu amigo, o empresário Paulo Marinho, aceitaram dar entrevista para o jornalista Joaquim de Carvalho.

Um dos policiais que estavam na hora H no calçadão da Rua Halfeld já me atendeu numa ocorrência. O nome dele é Erlon Rossignoli. Chamou minha atenção no documentário como ele aparece até tomando soco na cara para proteger o Adélio depois que foi dada a facada. Esse policial estava de camiseta regata de micareta, não estava usando uniforme. Ele, como a maioria dos homens que cercavam o esfaqueador, quase todos tem porte físico avantajado e o franzino Adélio saiu quase ileso daquela multidão bolsonarista, depois de tentar matar o ídolo de todos ali, na frente deles. Eu da minha parte só desse policial aparecer para me atender numa ocorrência já fiquei com as pernas bambas, não sabia nem o que falar na hora, eu uma gazela em apuros chamo a polícia e chegam vários homens enormes, só de olhar a cena eu quase desmaiei!

Uma coisa que o documentário omite é foi noticiado na época do atentado uma doação de milhões da parte de Bolsonaro e sua campanha para a Santa Casa de JF. Posteriormente o diretor dessa instituição tentou se candidatar a prefeito com apoio do bozo. Também outra coisa omitida é a Santa Casa, ao contrário do Albert Einstein em SP, é um hospital de pobre em Juiz de Fora. Sediada num prédio construído entre 1948 e o início dos anos 50, a obra foi paga por meio de doações Com certeza todos pularam de alegria nesse hospital com a chegada desses milhões.

Sobre a suposta participação de instituições médicas de renome como o hospital Albert Einstein e a Santa Casa de JF em conspirações, isso se for comprovado não seria a primeira vez que aconteceu, vide o caso da teoria da conspiração que se mostrou verdadeira chamada Projeto MKULTRA. Outro caso que ilustra bem o que são capazes médicos e cientistas de renome é o do controverso médico de Portugal e Prêmio Nobel Egas Moniz.

Um equívoco do autor do documentário sobre a facada é considerar que a palavra do Adélio pode vir a ser desconsiderada num depoimento por ele ter sido considerado inimputável. A esquerda fala tanto de Foucault mas parece não aplicar na prática os escritos desse pensador. Não existe na legislação brasileira isso de que a palavra de Adélio pode ser contestada por ele supostamente ser louco.

Muito estranha é a situação de Adélio mostrada no documentário: sem contato com a família desde que foi preso e sendo tutelado por um advogado que claramente age contra os interesses do seu cliente, pois a tutela nesse caso caberia aos familiares e estes nunca poderiam serem impedidos de entrar em contato com Adélio como estão.

Muito estranho como foi fácil conseguir esse laudo e depois interditar o Adélio por um período de vários anos. Devido aos muitos golpes de interdição de parentes por causa de dinheiro, hoje é dificílimo interditar alguém. O meu próprio pai já tentou me impor tratamento psiquiátrico e me interditar por eu ser LGBT mas hoje esse tipo de golpe, sei por experiência própria, tem sua aplicação dificultada frente a uma legislação que impede a artimanha de seguir adiante por muito tempo. Isso que estão fazendo com o Adélio Bispo é ilegal e contrário aos direitos fundamentais dele!

É praticamente impossível hoje no mundo "democrático", um paciente psiquiátrico ser considerado portador de determinado mal num caso envolvendo tanta publicidade, com base em apenas um laudo, apresentado por esse advogado Zanone.

A legislação que se refere ao tratamento de doentes mentais no Brasil, aprovada no governo FHC e de autoria dum deputado petista curiosamente daqui de Juiz de Fora, Paulo Delgado, é muito clara quando diz que ninguém deve permanecer isolado da sociedade ou dos familiares por tanto como tempo como está o senhor Adélio Bispo de Oliveira.

Essas são as perguntas que a imprensa brasileira deveria fazer e que eu no gozo pleno da minha cidadania tenho o direito de fazer, mas como disse o próprio Joaquim de Carvalho, a imprensa brasileira é uma das piores do mundo!
  
A conjura de tantas pessoas, mancomunadas todas com o clã Bolsonaro, realmente surpreenderia a alguém nessas alturas, em vista do que essa pandilha presidencial é capaz?

Isaac Carneiro Victal.

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