ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA CELEBRA CENTENÁRIO DE MERCEDES REIS PEQUENO.
Pioneira na biblioteconomia musical, criadora da Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional e integrante da Academia Brasileira de Música, acadêmica será tema de mesa redonda, a ser transmitida no canal do YouTube da ABM, com a participação de André Cardoso, Dolores Brandão e Manoel Corrêa do Lago
Um dos maiores nomes da biblioteconomia, pesquisa e documentação musical será homenageado na próxima quinta-feira, dia 14 de outubro, às 18h. O centenário da carioca Mercedes Reis Pequeno, nascida em 8 de fevereiro de 1921, ganhará homenagem realizada pela Academia Brasileira de Música na forma de mesa redonda, com transmissão virtual no canal do YouTube da instituição e a participação da bibliotecária Dolores Brandão (Escola de Música da UFRJ e ABM) e dos acadêmicos André Cardoso (mediador) e Manoel Corrêa do Lago.
Filha de Pedro Moutinho dos Reis Filho e Maria Olympia de Moura Reis - professora que trabalhou com Villa-Lobos na implantação do ensino de música nas escolas primárias – Mercedes Reis Pequeno foi diplomada pela Escola de Música da Universidade do Brasil, em 1937, colaborou na Revista Brasileira de Música da Escola, a convite de Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, de 1940 a 1941. Completou o curso de Biblioteconomia do DASP e, em 1942, ingressou, por concurso, na carreira de bibliotecário do MEC - Instituto Nacional do Livro/INL, trabalhando com Augusto Meyer.
Convidada pela União Pan-americana, atual OEA, exerceu, de 1947 a 1949, a função de assistente do musicólogo Charles Seeger, então diretor da divisão de música da entidade. De volta ao Brasil, em 1951 iniciou o trabalho de criação e organização da Divisão de Música da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, graças ao apoio do então diretor da Biblioteca, o escritor Eugênio Gomes, e à compreensão do diretor do INL, construindo uma das mais importantes bibliotecas de música da América Latina. Em 1953, casou-se com o jornalista, linguista e violoncelista Evandro Moreira Pequeno.
Chefiou a Divisão de Música até 1990, quando se aposentou. Durante sua gestão organizou e apresentou inúmeras exposições comemorando efemérides musicais nacionais e estrangeiras, sendo que dezoito com catálogos impressos, focalizando a vida e a obra de compositores: José Maurício Nunes Garcia, em 1967; Francisco Braga, em 1968; Alberto Nepomuceno, em 1964; Ernesto Nazareth, em 1966; Glauco Velásquez, em 1964; Beethoven, em 1970; Mozart, em 1956 e 1991; Milhaud, em 1970 e ainda Música no Rio de Janeiro Imperial, em 1962, I Decênio da Divisão de Música e Arquivo Sonoro (DIMAS) e Três Séculos de Iconografia da Música no Brasil, em 1974, entre outras.
Ministrou cursos de organização de bibliotecas de música e participou de vários congressos da Associação Internacional de Bibliotecas, Arquivos e Centros de Documentação de Música (AIBM). Como vice-presidente desta associação, de 1965/74, colaborou em vários projetos da entidade, destacando-se o RISM (Répertoire International des Sources Musicales) e RILM (Répertoire International de Litterature Musicale). Foi membro correspondente do Boletin Interamericano de Música publicado pela OEA, Washington, D.C., de 1950/73. Distinções recebidas: Prêmio Paula Brito, em 1974; Prêmio Estácio de Sá, em 1977; Medalha Biblioteca Nacional, em 1990; Medalha Museu da Imagem e do Som-RJ, em 1990; Medalha da Societé d'encouragement au progrès-Paris, em 1993. Membro da Academia Brasileira de Música desde 1994, faleceu em 3 de agosto de 2015.
Para assistir ao vivo no Youtube:
Mais informações:
21 2221-0277 | abmusica@abmusica.org.br
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