THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ANUNCIA TEMPORADA 2022.

 



Que se preparem os amantes de cultura, arquitetura e turismo, pois as cortinas do Theatro Municipal de São Paulo vão se abrir para o público, agora em janeiro, dando início à temporada de 2022. O complexo cultural recebe este ano onze títulos de óperas, 28 programas sinfônicos três apresentações dedicadas à dança. O público também poderá conferir no mês de fevereiro uma importante homenagem ao centenário da Semana Modernista, com uma programação voltada para este marco que ocorreu no próprio Theatro, em 1922.  

Além de adquirir os ingressos para o espetáculo, o público também contará com a opção do Caderno de Assinaturas, que estará à venda a partir do dia 24 de janeiro. Essa é uma forma mais fidelizada de garantir o lugar com antecedência para as temporadas sinfônica e lírica, além de possibilitar a escolha de eventos  ao longo do ano. Para aqueles que já são assinantes, o Municipal entrará em contato, via e-mail.  
 

“Passado um semestre da retomada da programação presencial de 2021, que incluiu três montagens de óperas, três temporadas de balé, mais de vinte concertos e a exposição Fantasmagoria, comemorando 110 anos do Theatro Municipal, temos a felicidade de iniciar 2022 anunciando uma temporada pensada por mentes atentas ao que a casa vem produzindo, às ausências históricas e ao lugar que este teatro ocupa na cidade. Pela primeira vez, trabalhamos com um comitê curatorial multidisciplinar, composto por Bel Santos Mayer, Kleber Simões (KL Jay), Ligiana Costa, Luiz de Godoy e Nelson Soares, possibilitando que questões inabituais fossem levantadas e ampliando o debate sobre a programação de 2022 com os corpos artísticos da casa. Isto também foi possível devido a inclusão de apresentações selecionadas no edital externo que lançamos em 2021 ”, apresenta Andrea Caruso Saturnino, Diretora Geral do Complexo.  
 

Centenário da Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal  

Era fevereiro de 1922 e o Theatro recebia ali os principais artistas do movimento modernista. Nomes como Heitor Villa-Lobos, Anita Malfatti, Carlos Drummond de Andrade estiveram no saguão do Municipal na conhecida Semana de 22, um dos principais movimentos culturais do país. Para celebrar este centenário, o Municipal apresenta, entre 10 a 17 de fevereiro, uma programação condensada dos corpos artísticos, um ciclo de encontros, saraus e diversas atividades.  
 

A celebração começa com a instalação artística Recostura, da ativista Chris Tigra, que ficará na fachada principal do Theatro até dia 10 de março. Na parte da tarde,  terá início um ciclo de encontros, com a mesa  Faltas, Fendas e Forças da Semana de 22. Haverá ainda uma apresentação do Coral Paulistano, trazendo um repertório de Música Coral Brasileira, sob a regência de Maíra Ferreira. E na sexta-feira, dia 11, haverá o show da Dona Onete e do Dj Ju Salty.  
 

Na manhã de sábado, dia 12, o público é convidado a participar de uma Expedição Modernista, junto ao Coletivo Jornal das Miudezas e Coletivo Teatro Dodecafônico, na qual  os participantes caminharão pelo centro da cidade fazendo paradas e realizando oficinas em três equipamentos culturais: Casa da Imagem, Biblioteca Mário de Andrade e Theatro Municipal.  A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo integra a grade com duas apresentações especiais com um programa completo das Bachianasde Heitor Villa-Lobos. Também celebrando o centenário, a Orquestra Experimental de Repertório apresenta Villa-Lobos e Radamés Gnattali. Além disso, dois espetáculos teatrais em processo serão apresentados na Cúpula do Theatro Municipal no sábado e domingo: Fortes e Vingativos como Jaboti, com a Bendita Trupe (SP), dramaturgia e direção geral  de Johana Albuquerque, e Infância, baseado na obra homônima de Graciliano Ramos, com Ney Piacentini e Alexandre Rosa no elenco.  
 

Durante a semana, o Theatro Municipal dará sequência ao ciclo de encontros, trazendo convidados para refletir sobre patrimônio e acervo em vistas do centenário. Na segunda-feira, o Theatro reúne os principais saraus da cidade de São Paulo para se apresentarem em seu palco, com o Rappin´Hood como mestre de cerimônias. Já a Praça das Artes  se abre para o improviso, com a participação de várias linguagens artísticas como dança, teatro, poesia e discotecagem no espetáculo Esta Noite Se Improvisa!, apresentado pelo MC Max BO, no dia 15. A programação de saraus e improvisos terá sequência mensal, a partir de abril, na Praça das Artes. 
 

Quarteto de Cordas inicia uma série sobre Identidade Brasileira, apresentando diferentes compositores brasileiros no decorrer do ano, em referência à questão da identidade no modernismo,  começando com Villa-Lobos e Guarnieri, em duas apresentações. O  Balé da Cidade estreia a peça Muyrakytã, com coreografia de Allan Falieri e música de Beto Villares, que será apresentada junto com Isso dá um Baile!,  estreia de 2021 na Praça das Artes, que agora ganha versão para palco. A coreografia é de Henrique Rodovalho, com consultoria de Celly IDD e Neguebites e trilha sonora de Heavy Baile, Leo Justi e Theo Zagrae. O programa segue em cartaz até o dia 28, oferecendo ao público uma alternativa no período do carnaval. A partir do sábado, dia 12, o Educativo inaugura uma nova visita voltada para crianças, com descobertas por meio da observação das linhas, das formas e das cores presentes na arquitetura e elementos artísticos do Theatro, chamada Linha, Forma e Cor.  

Óperas 

A Programação de Ópera do Complexo Theatro Municipal de São Paulo apresenta 11 títulos de Ópera durante 2022 e contempla quatro principais eixos: o fomento à criação de óperas brasileiras; a apresentação de títulos periféricos ao grande cânone que nunca foram montados pelo TMSP; os grandes clássicos do repertório que sempre devem ser revisitados; e, ainda, a expansão do gênero em termos cronológicos e espaciais com o projeto Ópera Fora da Caixa.   
 

A tão esperada temporada lírica tem início logo em abril, com um programa de duas obras inéditas, encomendadas pelo Theatro, a partir de textos do dramaturgo Plínio Marcos: “Navalha na Carne”, de Leonardo Martinelli, com direção cênica de Fernanda Maia e Homens de Papel”, de Elodie Bouney e direção cênica de Zé Henrique De Paula. As récitas iniciam no dia 8 e seguem até o dia 14, com direção musical e regência do maestro Roberto Minczuk.  
 

O segundo título a estrear no palco do Municipal, como parte das comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna, é uma grande aposta do Theatro: a montagem inédita de “Café”, com composição inédita de Felipe Senna, a partir do libreto escrito por Mário de Andrade e direção cênica de Sérgio de Carvalho.  A estreia acontece no dia 3 de maio, com a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro Luís Gustavo Petri e  conta com a participação do Coral Paulistano e do Balé da Cidade. 
 

Em junho, a famosa sala de espetáculos do Theatro receberá a maior ópera de Giuseppe Verdi, “Aida, que estava sendo ensaiada em montagem inédita pela diretora Bia Lessa, com direção musical e regência de Roberto Minczuk, quando o Theatro parou devido à pandemia. A retomada da nova montagem apresenta a soprano brasileira Priscila Olegário como protagonista do primeiro elenco.  A ópera, composta por 4 atos, terá um total de 7 récitas, apresentadas pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e Coro Lírico.  

Na sequência, a montagem de sucesso realizada pelo Theatro em 2018, Der Rosenkavalier” (O Cavaleiro da Rosa), de Richard Strauss, volta ao palco do Theatro, em agosto, com direção cênica de Pablo Maritano. O público terá a oportunidade de rever a comovente interpretação de Luisa Francesconi para o jovem Octavian. Com direção musical e regência de Roberto Minczuk, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistanos realizam 5 récitas a partir do dia 5 de agosto.   
 

Em setembro, a OSM e o Coro Lírico apresentam “L’Amour des Trois Oranges” (O amor das três laranjas), de Sergei Prokofiev, ópera em 4 atos da peça homônima de Carlo Gozzi, raramente apresentada na América Latina. A cargo da direção, ninguém menos que o ator Luiz Carlos Vasconcelos, criador do circo teatro Piolim e figura notável nos palcos e telas do Brasil. A regência da Orquestra Sinfônica Municipal será do maestro Roberto Minczuk. 
 

A temporada lírica encerra suas apresentações com chave de ouro com a montagem de “La Fanciulla Del West” (A Garota do Oeste), de Giacomo Puccini. A trama se passa durante a corrida do ouro norte-americana, na qual bandidos, trabalhadores oprimidos, um xerife cruel e uma única mulher de caráter fortíssimo, a personagem Minnie, interpretada por Marsha Thompson, no primeiro elenco, vivenciam experiências universais como amor, saudade, justiça e perdão. Ópera, composta para ser estreada no Metropolitan em 1910, ganha sua primeira produção no Theatro Municipal de São Paulo, com direção cênica da múltipla artista Carla Camurati. Com os músicos da Orquestra Sinfônica e Coro Lírico, a  estreia será no dia 25 de novembro.   
 

No projeto Ópera Fora da Caixa apresentaremos quatro títulos e três montagens (sendo uma delas um double bill) de óperas de câmara em espaços não ortodoxos, fora da caixa cênica: uma ópera barroca francesa (Actéon de M.A. Charpentier), uma ópera clássica (L´isola disabitata de J. Haydn) e um double bill de uma ópera pós romântica (Savitri de Gustav Holst), uma nova ópera do compositor Mauricio de Bonis. 
 

 Concertos dos Corpos Artísticos e espetáculos de dança 

Sob regência do maestro titular Roberto Minczuk, a Orquestra Sinfônica Municipal trará para o público logo em janeiro, no aniversário da cidade, um espetáculo com obras de Mozart, Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez e Mignone. Para celebrar os 25 anos de São Paulo, o Coro Lírico também se junta ao grupo com o jovem pianista Isaque Alves e a solista Mere Oliveira. Ao longo do ano, o grupo apresentará uma ópera em concerto de Mozart Camargo Guarnieri, além de apresentações com convidados como André Mehmari, Yamandu Costa, Maria Bia Pichitelli como solista, entre muitos outros. 
 

“Integrando a nossa programação sinfônica nós teremos, em forma de concerto, a ópera Pedro Malazarte, com música de Camargo Guarnieri e libreto de Mário de Andrade, que se junta a outras composições dessa dupla como Quatro Poemas de Macunaíma e A Serra do Rola Moça, no concerto Paulistas Desvairados. A programação está recheada de sinfonias apoteóticas e conta com artistas nacionais e internacionais renomados como o violonista e compositor Yamandu Costa, os cantores Atalla Ayan, Maria Pia Piscitelli, Luciano Ganci, entre muitos outros. Duas maestras convidadas integram esse time: Jeri Lynne Johnson, destaque no cenário internacional, regendo Glass e Dvorák, e a brasileira Mariana Menezes, que faz também sua estreia no nosso palco. Contaremos também com a estreia latino americana da obra Vernissage, do compositor norte americano Donovan Seidle”, afirma o maestro, sobre os concertos sinfônicos de 2022.  

 

Já sob regência de Jamil Maluf, a Orquestra Experimental de Repertório inicia o ano apresentando o programa Sinfonia Fantástica. Durante 2022, os músicos homenagearão no palco do Municipal compositores como César Franck, Tchaikovsky, Guarnieri, Bruckner, Richard Wagner, entre muitos outros.  
 

O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo também traz em 2022 um programa dedicado aos grandes modernistas. O grupo, formado pelos violinistas Betina Stegmann e Nelson Rios, o violista Marcelo Jaffé e o violoncelista Rafael Cesario, interpreta, ao longo do ano, obras de Villa-Lobos e Guarnieri, entre outros compositores brasileiros e internacionais.  
 

As apresentações do Coral Paulistano, sob a regência da maestra Maíra Ferreira, prometem comover e emocionar o público  e incluem um réquiem de Brahms em homenagem a Naomi Munakata, ex-regente do Coral Paulistano, vítima da Covid-19 em 2020. Também fazem parte do repertório programas de Arvo Pärt, compositores latino americanos com maestros convidados, lendas folclóricas brasileiras com uma cantata do compositor André Mehmari, entre outros. Em novembro, o Coral Paulistano participará do espetáculo Mukondo Lírico, um funeral para Zumbi, seus medos e festas, de Di Ganzá e Allan da Rosa, junto com os bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo.  
 

Depois das apresentações da obra inédita Muyrakytã e de Isso dá um Baile!,  O Balé da Cidade de São Paulo, que conta com a direção artística de Cassi Abranches,  se prepara para apresentar novamente as montagens de Transe, coreografia de Clébio Oliveira e música de Ezio Bosso, e o clássico Adastra, com coreografia de Cayetano Soto e música de Matresanch.  
 

Em setembro, o Balé da Cidade de São Paulo estreia duas obras inéditas, com participação da Orquestra Sinfônica Municipal ao vivo, sob regência do maestro Roberto Minczuk. No programa, a Sinfonia Inacabada, de Franz Schubert, que terá coreografia do artista suíço Ihsan Rustem, que pela primeira vez irá criar uma obra para uma companhia brasileira; e Sixty-Eight, de John Cage, que terá coreografia de Alejandro Ahmed, em primeira colaboração com o Balé da Cidade. 
 

Um dos pontos altos da temporada de 2022 é a reabertura da Praça das Artes, que no decorrer do ano terá eventos de formação e educativos, exposições, saraus, espetáculos de improviso, e apresentações dos Corpos Artísticos.  
 

Em breve serão divulgados os programas de circulação dos corpos artísticos, que, a partir de abril, irão realizar abrangendo 08 regiões periféricas da cidade de São Paulo. 

Acesse site do Complexo Theatro Municipal para conferir a programação completa. 

* Programação da Temporada sujeita a alterações.

Fonte: https://agitosp.com.br/theatro-municipal-de-sao-paulo-anuncia-temporada-2022/

Comentários

  1. Apresentar essas óperas e principalmente a Aída de Verdi. não será uma temeridade, ao expor tantas pessoas no palco (mais de duzentos envolvidos na apresentação) numa época em que a pandemia não acabou ? E a saúde desses artistas: cantores do coro, bailarinos e comparsaria ? Quanto ao repertório escolhido é interessante; Rosenkavalier (Strauss) e La Fanciulla del West (Puccini) atraem, sem dúvidas ao público. Será muito conveniente, todavia, repensar na encanação de Aída, ainda com pandemia !

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