"AIDA" DE VERDI PREPARA-SE PARA SUBIR AO PALCO DO THEATRO MUNICIPAL DE SP. MARCO ANTÔNIO SETA COM EXCLUSIVIDADE PARA O BLOG DE ÓPERA & BALLET.



 "Aida" de Giuseppe Verdi (1813-1901) sempre comemora grandes eventos. Estreada no Teatro da Opera do Cairo, na noite de 24/12/1871 para inaugurar e festejar a abertura do canal de Suez. Após, em 07 de fevereiro de 1872, subiu à cena no Teatro alla Scala, de Milão, cujo indescritível triunfo, confirmou e coroou o genial compositor. 

O Teatro Colón de Buenos Aires inaugurou-se com Aída em 25 de maio de 1908 com enorme êxito. As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo têm históricas encenações de Aída em seus Teatros Municipais. E  Curitiba comemorou o seu 300º aniversário de fundação, com Aida, em 29 de março de 1993; estendendo-se as apresentações até 11 de abril no Teatro Guaíra com elenco inteiramente brasileiro. 
Seguem abaixo as considerações sobre a atual encenação que estreará no Theatro Municipal de São Paulo, com comentários sobre a intérprete de Aída, as dificuldades por que passaram os integrantes e a ficha técnica do espetáculo com as considerações de Bia Lessa a diretora cênica e criadora dos cenários de "Aida". A encenação conta com a presença de um tenor  - David Pomeroy - canadense que estreou no Liceu de Barcelona como Baco,  em Ariadne auf Naxus, retornando ao cenário internacional em Barcelona, pós-pandemia 22/9 a 04/10/2021;  contratado agora,  especialmente para esta produção paulistana.  

Andreia Souza como Amneris – Foto de Stig Fotografia


Ópera “Aida”, de Giuseppe Verdi estreia no Theatro Municipal em junho

Dividida em quatro atos, “Aida” conta com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coro Lírico e do Coral Paulistano. A ópera narra o drama de amor entre uma escrava etíope e um importante comandante do exército egípcio


 Ópera Aida, de Giuseppe Verdi, estreia no Theatro Municipal de São Paulo no dia 3 de junho. A récita, dividida em quatro atos, com o libreto de Antonio Ghislanzoni é considerada uma das mais grandiosas e empolgantes de Giuseppe Verdi. O enredo traz Aida, uma mulher escravizada que enxerga sua história dividida entre o amor por um homem e o amor por seu povo e sua pátria. Ambientada no período da guerra etíope-egípcia, a ópera fica em cartaz entre os dias 3 e 11 de junho e contará com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência e direção musical do maestro Roberto Minczuk, do Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira e do Coro Lírico, sob a regência de Mário Zaccaro. A montagem, inédita, apresenta o olhar atento da diretora cênica e cenógrafa Bia Lessa.

Para esta nova versão o Municipal contará também com a participação da soprano brasileira Priscila Olegário, que está em vibrante ascensão nos palcos da Europa, tendo recentemente interpretado Aida no Teatro di San Carlo, de Nápoles. Com passagem por importantes palcos, a soprano que já integrou o seleto grupo de cantores da "Accademia Verdiana" no Teatro Regio di Parma, tem na bagagem a convivência e aprendizado com grandes especialistas do repertório Verdiano, como Renata Scotto, Barbara Frittoli, Mariella Devia, Michele Pertusi, entre outros. Mestre em performance pelo Conservatório Real de Bruxelas e bacharel em Canto Lírico pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Essa montagem, em especial, é simbólica para todos os envolvidos, já que ela precisou, ainda em 2020, no auge da pandemia, ter a estreia adiada.

“A volta da Aida soa para nós como uma conquista, superamos diversos momentos ruins para poder voltar ao palco com todas as forças. É a primeira grandíssima produção de ópera do Theatro desde a pandemia. Lembrando também que os ensaios da Aida foram as últimas atividades que a nossa colega, a maestrina Naomi Munakata, participou preparando o coral paulistano. Então fazer essa obra acontecer é, em parte, uma grande homenagem à memória dela”, afirma Roberto Minczuk, maestro da Orquestra Sinfônica Municipal.

Para o maestro, o espetáculo é triunfal em todos os sentidos, sendo considerado uma das maiores óperas de proporções gigantescas de toda a história, já que envolve muitas pessoas em uma única apresentação. “É uma das mais incríveis óperas de um dos maiores gênios da música, além de ser mundialmente conhecida por trazer um contexto atual, já que fala sobre a conquista e a opressão de um povo sobre outro povo. O Egito era uma potência que dominava e oprimia as nações vizinhas, no caso aqui da Etiópia, levando escravos, matando, violentando, estuprando as mulheres, coisas que ligamos a televisão hoje e percebemos isso acontecendo na nossa realidade. Mas, sobretudo, também é uma história de amor, de esperança que nos dá significado e nos faz refletir sobre a questão humana, em todos os aspectos”, completa Minczuk.

Para a diretora cênica, a Aida foi criada para ser uma ópera popular e que faz parte de um consciente coletivo, tornando a  uma superprodução que atrai grande público para o teatro. “É uma ópera que traz todo um imaginário junto com ela, sendo sempre um imenso desafio para o diretor, pois todo mundo já tem uma imagem definida de Aida, então criar uma imagem nova é sempre um desafio. Para mim é muito importante estar à frente dessa ópera e respeitar todas as rubricas e regras que estão dentro da própria partitura, mas também descobrir onde está o limite para colocarmos a nossa opinião e explicar o motivo de estarmos montando aquilo”, afirma Bia Lessa, diretora cênica e coreógrafa da ópera.

Toda a direção foi baseada em explicitar a relação de poder entre os etíopes, os escravizados, e os egípcios, como senhores colonizadores, mostrando um pouco dos dois povos e tomando a liberdade de usá-los para falar sobre essa relação de poder que se estabelece durante uma guerra. Uma vez essa relação estabelecida, a humanidade é abstraída levando, inevitavelmente, à guerra.

Ainda de acordo com Bia, o tema central da ópera é a guerra, seus horrores e como esses conflitos acabam com pessoas, culturas e civilizações. “Aida é uma ópera que, no segundo ato, mostra guerrilheiros vitoriosos se vangloriando por terem massacrado o povo etíope retornando a seu povoado, o que traz uma visão no mínimo contraditória. O que significa vencer? Vencer é acabar com o outro? Destruir o diferente? Então, na minha opinião, uma vitória em guerra é uma vitória burra, já que não é a que precisamos nesse momento, e sim, criarmos uma humanidade nossa, onde os diferentes possam coexistir mesmo sempre de outras culturas e sociedades. E é isso que eu quero mostrar nas cenas de Aida, um ato de coletividade e compaixão fazendo um paralelo entre o Egito antigo e os dias atuais”, completa Lessa.

A obra estreia no Theatro Municipal de São Paulo no próximo dia 3 de junho e os ingressos custam entre R$30 e 150 reais, além da classificação de 14 anos. Para mais informações sobre as apresentações, acesse: https://theatromunicipal.org.br/pt-br/evento/opera-aida-de-giuseppe-verdi/

Ópera “Aida”, de Giuseppe VerdiTheatro Municipal

03/06/2022 • 20h04/06/2022 • 17h05/06/2022 • 17h07/06/2022 • 20h08/06/2022 • 20h10/06/2022 • 20h11/06/2022 • 17h

[Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos]

AIDA       Elenco Artístico
De Giuseppe VerdiÓpera em 4 atos com libreto de Antonio Ghislanzoni

Orquestra Sinfônica MunicipalCoro LíricoCoral Paulistano

Roberto Minczuk, direção musical e regênciaMário Zaccaro, regente do Coro LíricoMaíra Ferreira, regente do Coral PaulistanoBia Lessa, direção cênica e cenografia

Priscila Olegário, Aida (03, 05, 07 e 10)Marly Montoni, Aida (04, 08 e 11)Ana Lucia Benedetti, Amneris (03, 05, 07 e 10)Andreia Souza, Amneris (04, 08 e 11)David Pomeroy, Radamés (03, 05, 07 e 10)Paulo Mandarino, Radamés (04, 08 e 11)David Marcondes, Amonasro (03, 05, 07 e 10)Douglas Hahn, Amonasro (04, 08 e 11)Savio Sperandio, RamfisOrlando Marcos, FaraóCaio Durán, MensageiroElayne Caser, Sacerdotisa

Sylvie Leblanc e Maira Himmelstein, figurinoLiliane de Grammont, coreografiaPaulo Pederneiras, desenho de luzJoão Malatian, assistente de direção cênica

Audiodescrição disponível no dia 5/6, solicite o recurso na Bilheteria.Classificação 14 anosDuração total aproximadamente 3 horas (com intervalo)Ingressos R$ 30 a R$ 150As récitas dos dias 5 e 11 de junho são patrocinadas por Bradesco

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