DE VOLTA DA VIAGEM AOS EUA, ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SP SE APRESENTA NA SALA SÃO PAULO COM COROS E MAESTRO THIERRY FISCHER.


 Orquestra toca entre esta quinta-feira (27/out) e sábado (29/out) com seu Regente Titular, Thierry Fischer, e participações dos Coros Titular e Acadêmico; performance de sexta-feira (28/out) contará com transmissão ao vivo pelo YouTube da Osesp. 

Após uma viagem muito especial aos Estados Unidos na primeira quinzena deste mês, onde realizou quatro concertos – dois deles no lendário Carnegie Hall, em Nova York –, a Osesp volta a se apresentar na Sala São Paulo com seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, entre quinta-feira (27/out) e sábado (29/out). Acompanhada dos Coros Titular e Acadêmico da Osesp, nossa Orquestra tocará nestes concertos obras de Frank Martin, Igor Stravinsky e Joseph Haydn. 

O programa começa com duas Missas feitas para dois coros, a primeira do suíço Martin, e a segunda do russo Stravinsky. Depois, nossos músicos executam duas Sinfonias: a de número 22 – O Filósofo, do mestre Haydn, e a intensa Sinfonia em Três Movimentos, também de Stravinsky. A apresentação de sexta-feira (28/out), às 20h30, contará com transmissão ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube

Escrita entre 1922 e 1926, a Missa para Dois Coros, de Frank Martin, recupera, nas cinco partes do ordinário católico – “Kyrie”, “Gloria”, “Credo”, “Sanctus” e “Agnus Dei” –, as sonoridades límpidas do mundo modal do canto gregoriano e do Renascimento, com especial delicadeza e beleza. 

Composta para coro misto e duplo quinteto de sopros, entre o final de 1944 (“Kyrie” e “Gloria”) e o outono de 1947 e março seguinte (“Credo”, “Sanctus” e “Agnus Dei”), a Missa de Stravinsky ecoa a beleza austera da Sinfonia dos Salmos – escrita em 1930 e revisada quando o compositor adotou os EUA como pátria – ao empregar simultaneamente tonalidades diferentes nas diversas vozes para expressar o que ele mesmo descreveu como “uma música bastante impassível, que deve falar diretamente ao espírito. Minha Missa não foi composta para as salas de concerto, e sim para a igreja. É uma obra litúrgica e quase sem ornamento”. A peça, apesar do comentário, foi estreada no Scala de Milão em 27 de outubro de 1948, sob regência de Ernest Ansermet. 

Josef Haydn compôs a Sinfonia em Mi Bemol Maior, nº 22, em 1764, no início do seu período de quase quarenta anos a serviço da família Esterházy. Esta Sinfonia é música para o espaço privado e não para a esfera pública, como viria a ser o caso das Sinfonias de Beethoven. O subtítulo da obra, “O Filósofo”, faz referência ao longo primeiro movimento. Nele, a passagem do tempo é marcada, colcheia a colcheia, do início ao fim, remetendo ao “baixo caminhante” da música do século anterior. É sobre essa marcação obsessiva que se dá o diálogo filosófico entre os instrumentos, num esquema de perguntas e respostas. É quase como se a pintura Escola de Atenas, de Rafael, fosse evocada em música. Na pintura, assim como na Sinfonia nº 22, dois filósofos caminham e expõem seus pontos de vista divergentes. Os espectadores à volta são como o tempo que passa, com olhares análogos à marcação incessante dos instrumentos graves em Haydn. 

Composta entre 1942 e 1945, a pedido da Sociedade Sinfônica da Filarmônica de Nova York, a Sinfonia em Três Movimentos, de Stravinsky, veio em uma época em que o compositor considerava escrever um novo concerto para piano, daí a participação considerável do instrumento no primeiro movimento. Para a estreia da obra, Stravinsky escreveu: “A Sinfonia foi composta sob a influência dos eventos mundiais, mas isso não quer dizer que expresse meus sentimentos sobre eles, apenas que tais fatos excitaram minha imaginação musical. Cada episódio [o compositor afirmou que o título mais preciso seria ‘Três Movimentos Sinfônicos’] está relacionado a uma impressão cinematográfica da guerra”. 

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OsespCriada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina; desde 1999, tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Prêmio da Música Brasileira. 

Coro da OsespCriado em 1994 e reconhecido hoje como referência em música vocal no Brasil, o grupo aborda diferentes períodos e estilos, com ênfase nos séculos XX e XXI e nas criações de compositores brasileiros. Gravou álbuns pelo Selo Osesp Digital, Biscoito Fino e Naxos. Entre 1995 e 2015, teve Naomi Munakata como Coordenadora e Regente. De 2017 a 2019, a italiana Valentina Peleggi assumiu a regência do Coro, com William Coelho como Maestro Preparador – posição que ele mantém desde então. Em 2020, o Coro se apresentou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, sob regência de Marin Alsop, repetindo o feito em 2021, em filme musical (virtual) com participação de Yo-Yo Ma e vários outros artistas de sete países. 

Coro Acadêmico da OsespCriado em 2013 com o objetivo de formar profissionalmente jovens cantores, o Coro Acadêmico é composto pelos alunos da Classe de Canto da Academia de Música da Osesp, sob direção de Marcos Thadeu. Oferece experiência de prática coral, conhecimento de repertório sinfônico para coro e orientação em técnica vocal, prosódia e dicção, além da vivência no cotidiano de um grupo profissional, fazendo apresentações junto ao Coro da Osesp. Em 2021, a Classe foi reconhecida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo como Curso Técnico em Canto, com o Diploma Técnico Profissionalizante de Nível Médio

Thierry FischerDesde 2020, Thierry Fischer é Diretor Musical e Regente Titular da Osesp, cargo que também assume na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. Desde 2009, é Diretor Artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornará Diretor Artístico Emérito a partir do segundo semestre de 2023. Foi Principal Regente Convidado da Filarmônica de Seul (2017-20) e Regente Titular (agora Convidado Honorário) da Filarmônica de Nagoya (2008-11). Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble Intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique. 

Os concertos sinfônicos da Temporada Osesp 2022 na Sala São Paulo têm patrocínio da Meta, do Itaú, da Klabin, da igc, da Usiminas, da Almaviva, da Deloitte, da Crown Embalagens, da Kapitalo, do Mattos Filho, da Salesforce, do Credit Suisse, da NTT Data e do UBS Investment Bank. Realização: Fundação Osesp, Lei Federal de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.PROGRAMATEMPORADA OSESP: ORQUESTRA, COROS E THIERRY FISCHERORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULOCORO DA OSESPCORO ACADÊMICO DA OSESPTHIERRY FISCHER regente Frank MARTIN | Missa para Dois CorosIgor STRAVINSKY | MissaJoseph HAYDN | Sinfonia nº 22 em Mi Bemol Maior - O FilósofoIgor STRAVINSKY | Sinfonia em Três MovimentosSERVIÇO27 de outubro, quinta, às 20h3028 de outubro, sexta, às 20h30 – Concerto Digital29 de outubro, sábado, às 16h30Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos ElíseosTaxa de ocupação limite: 1.484 lugaresRecomendação etária: 7 anosIngressos: Entre R$ 50,00 e R$ 230,00 – preços inteirosBilheteria (INTI): Neste link(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.IMPORTANTE: Seguindo as orientações do Decreto Municipal nº 61.307, de 13 de maio de 2022, a Sala São Paulo deixa de exigir o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada de seus públicos em concertos e demais atividades da casa. Segundo nota publicada pela Prefeitura, "a decisão leva em conta as mais de 31,2 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas em todas as faixas etárias e grupos elegíveis, (...) além da diminuição das internações hospitalares" ocasionadas pelo vírus. Lembrando que o uso de máscaras é facultativo desde o dia 17 de março — a proteção segue obrigatória em transportes públicos coletivos como ônibus, trens e metrô, e nas unidades de saúde. A Fundação Osesp segue comprometida com a higienização constante dos espaços, zelando pelo bem-estar de seus diversos colaboradores e do público. 

Comentários

  1. Mais uma pérola do Nestrovski, 2 missas intercaladas... ficou pesado e cansativo... não sabe fazer programação, fica inventando bobagens...

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