ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SP - OS VELHOS PROBLEMAS DE SEMPRE. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

 


   Nosso blog é o único veículo que tem noticiado os problemas que a Orquestra do Estado de SP enfrenta há anos. Somos atacados por isso desde pelo concertmaster desse ensemble Baldini até em grupos de whatsapp dos colaboradores do blog adversário PQP Bach, segundo eles mesmo revelaram para mim. 

   É impressionante como tentam negar com todas as forças como a OSESP decaiu na era Alsop e como esse processo continua na era Fischer, este não sei como teve seu contrato renovado! Comentaram inclusive aqui no Opera & Ballet, a orquestra está muito irregular e com sonoridade ruim.

Os problemas que identificamos na OSESP a saber: Diminuição no número de assinantes refletindo perda do interesse pela orquestra e em apresentações para plateias elitizadas e semi-vazias, programação pouco interessante recheada de artistas estrangeiros menos interessantes ainda e performances rotineiras quando não medíocres, tudo isso é o pão de cada dia de nossa vida musical. A OSESP voltou a ser uma orquestra medíocre brasileira só que com um pouco mais de estrutura.Todos esses problemas vêm de uma política equivocada. Aqui no continente americano sempre se importou músicos da Europa para organizar nossos concertos a apresentações de ópera, mas de fato o único lugar que tem recursos para isso são os Estados Unidos e algumas cidades grandes da América Latina. Na Venezuela ao contrário investiram tanto em educação musical que o país se tornou exportador de músicos. Assim como na economia não dá para um país e desenvolver tendo que importar todos os produtos de alto valor agregado de que necessita, o mesmo acontece nas artes, o mais alto nível só se encontra em países com tradição na área e que exportam artistas.O que Neschling fez com a OSESP foi o mesmo procedimento elitista e imediatista de sempre, contratar músicos de fora pagando bem o que funcionou no curto prazo depois fracassou. A OSESP sempre foi um projeto falho e elitista e para quem diz que por ser de Minas não falo da Filarmônica daqui a situação da banda mineira é a mesma!Os países que atingem o mais alto nível na arte musical não fazem nada disso. A Itália possui teatros líricos por todo seu território e a Alemanha orquestras excelentes até em cidades de 100 mil habitantes, música clássica não é coisa só para grandes capitais nesses lugares, é um fenômeno sistemático. O mesmo se verifica na América do Norte e em certos países da Ásia. Atualmente a empresa com melhor reputação do mundo no ramo da construção de Salas de Concerto com acústica excelente é a firma japonesa Nagata. Também temos na Europa o caso da Espanha, um dos países do mundo onde mais se criaram orquestras e se construíram salas de concertos nos últimos anos, um processo que se verificou desde o fim do governo Franco.A violinista Viktoria Mullova segundo artigo na wikipedia reclamou sempre da opressiva educação musical soviética, que consistia numa extensa rede de escolas de música gratuitas que existiam para formar tanto artistas quanto público. Essa rede foi desmantelada pois não se poderia permitir mais o uso político que os comunistas faziam da música clássica na Rússia. O regente Teodor Currentzis ainda aparece citando sem fontes que mesmo hoje a Rússia é o país com maior público para a música clássica, sendo 22 por cento da população Russa ouvinte dos clássicos. Numa pesquisa rápida juntando dados dispersos encontrei o Brasil o país com o menor número de ouvintes de música clássica, menor que Argentina e México nem falo de Europa e Ásia. Por outro lado, para ter validade, esses dados teriam que vir de uma mesma pesquisa, seguindo a mesma metodologia, feita simultaneamente por exemplo nas 30 maiores economias do mundo. 

Isaac Carneiro Victal

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