O PELÉ DO PIANO. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

     

  Nelson Freire quando jovem

    Acrescentando mais evidências para embasar a tese que venho defendendo aqui de que a música clássica é pouquíssimo apreciada no Brasil, talvez como em poucos países "civilizados", é o fato de que depois da morte de nosso "Pelé do Piano", que é claro o Nelson Freire, não existe outra figura das novas gerações por essas bandas da estatura dele, como disse no artigo publicado quando o nosso Pelé do Piano morreu. 

   Publico esse outro agora quando o Pelé mesmo morreu, mas para falar de música pois de futebol não entendo nada! É impressionando como certos países parecem produzir a cada geração dúzias de solistas. Vamos pegar como exemplo só cantores líricos de língua espanhola, temos nomes conhecidos como Caballé, Kraus, Domínguez, Berganza, de Los Angeles, Domingo, Araiza, Alva, Aragall, Vargas, Diego Florez. 

   Aqui na Terra de Vera Cruz as coisas se passam diferente... Nossa imprensa vive tentando lançar determinados solistas ao estrelato, quase todo ano a Revista Concerto aparece com nomes novos, que depois de alguns anos acabam desenvolvendo uma carreira modesta. Cito o exemplo do artigo do Perpétuo da Concerto de muitos anos atrás anunciando Leonardo Hilsdorf como o novo Nelson Freire, o que depois de transcorridos vários anos, obviamente se revelou ser um exagero do Perpétuo! 

   A verdade é onde estão os solistas e maestros brasileiros estrelando pelos grandes palcos e salas do mundo? São pouquíssimos para um país tão grande no momento. Muito tempo atrás se dizia que aqui era um país de pianistas com o fenômeno do surgimento de estrelas como Novaes e Tagliaferro. Na época delas tinha uma moda entre as pessoas de classe média alta por aqui de mandar os filhos ter aulinhas de piano e até ter piano em casa como peça de decoração, mas hoje esse costume não existe mais como antes aqui no quartel de Abrantes. Se alguém puder me iluminar e me esclarecer provando o contrário do que afirmo aqui, mostrando que temos sim vários Nelsons Freire por aí, eu agradeceria muito! 

Isaac Carneiro Victal.