ELEONÓRA OLIOSI - PRIMEIRA BAILARINA DO THEATRO MUNICIPAL DO RJ. ARTIGO DE WANDERSON DE SOUZA FREITAS NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.


   Eleonóra Oliosi, para muitos apenas Eleonóra ou Nora, ou ainda, para os alunos que a conheceram quando eram crianças, tia Eleonóra! O modo como a chamávamos não importava, pois, fundamentais, eram o carinho, admiração e respeito que essa rara mulher e artista fazia brotar nas pessoas. 

  Eleonóra escolheu a dança como profissão e como modo de se apresentar ao mundo. Era sua maneira de dizer: "Eu existo!". Foi a primeira bailarina brasileira premiada no exterior quando, em 1964, saiu de Varna, Bulgária, com a prestigiada 'Menção Honrosa' nas mãos, no I Concurso Internacional daquela cidade. Quem estava no juri? A lendária Galina Ulanova, estrela absoluta do Teatro Bolshoi. 

Quem mais foi premiado, ao longo dos  anos, nesse importantíssimo concurso? Mikhail Baryshnikov, Natália Makarova, Rudolf Nureyev, para citar alguns. Quem conviveu com madame Oliosi sabe que foi impossível não se deixar marcar por ela. Tinha conhecimento sobre a profissão? Tinha! Foi uma bailarina especial? Foi! Seu trabalho como docente de dança era diferenciado? Com certeza! Era uma esposa dedicada? Perguntem a Aírton Müller, seu marido e amigo por 50 anos!  



   Eleonóra também foi uma pessoa de boas falas e boas conversas (Quem conviveu com ela sabe disso!). Conhecedora de seu metiê profissional, navegava com maestria por essas águas nem sempre tão calmas. Foi Primeira-Bailarina. Era também conhecedora da vida, mas não só pela idade, como também e sobretudo pela inteligência, sagacidade e intuição. 

 Eleonóra sabia o que queria e sabia o não queria. Era tenaz sem ser prepotente, era diplomata sem subjugar as pessoas. Seu legado fica! As pessoas que a circundaram: amigos, familiares, profissionais e alunos, sabem que não perderam uma pessoa qualquer, mas sim uma joia preciosa. Porém, apesar da dor e saudade que deixa em quem por hora fica, essa linda pessoa está descansando. Um descanso mais que merecido, por tudo que fez e deixou. É ótimo ser lembrado por aquilo que se fez de bom, e não por outra razão Oliosi será lembrada sempre, pois o que construiu foi muito, muito bom.

Descanse em paz, amada Eleonóra!

Wanderson de Souza Freitas

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