O concerto de 19 de setembro de 2023, às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, presta uma justa e merecida homenagem a um dos mais importantes maestros brasileiros do século XX, que foi Henrique Morelenbaum, falecido em 2022. No mês em que completaria 92 anos, a Orquestra Sinfônica da UFRJ, a Associação de Canto Coral e a Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro se juntam para homenagear o maestro que marcou sua trajetória artística nas três instituições. Morelenbaum foi aluno de violino, viola e regência da Escola de Música e posteriormente professor de Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi maestro adjunto da Orquestra Sinfônica, tendo dirigido inúmeros espetáculos de ópera, balé e concertos, além de dirigir a instituição por duas vezes. Com a Associação de Canto Coral realizou vários concertos e gravações.
O concerto contará com a participação da soprano Flávia Fernandes, representando o Theatro Municipal, onde estreou como solista pelas mãos de Morelenbaum. O Coro Sinfônico da Associação de Canto Coral foi preparado pelo maestro Miguel Torres, sob a direção de Jésus Figueiredo. E para homenagear o pai, Jaques Morelenbaum, violoncelista e compositor, escreveu uma obra em homenagem ao pai quando ele fez 70 anos (Uma Noite em Laguev) e vai tocar no palco do Municipal.
No programa, ‘In Memoriam’, de Ernst Bloch, e ‘Pastoral’, de Ernani Aguiar remetem à cultura e religião judaicas de Morelenbaum, nascido na Polônia em 1931 e naturalizado brasileiro. Já ‘Psalmus’, de João Guilherme Ripper, e ‘Celebrare’, de Ronaldo Miranda, integram o programa como dupla homenagem ao professor por dois de seus mais destacados alunos de Composição: a obra de Ripper foi dedicada a Morelenbaum em 2002; a de Miranda por ele estreada em 2005. As obras de Villa-Lobos, recorrentes nos programas de concertos regidos por Morelenbaum, representam seus profundos conhecimentos de Contraponto e Fuga, através do Prelúdio da Bachianas Brasileiras no.4, como também sua dedicação à música brasileira, através das Quatro Canções de ‘Floresta do Amazonas’. A Orquestra Sinfônica da UFRJ se apresentará sob o comando de André Cardoso, outro ex-aluno de Morelenbaum. | | Associação de Canto Coral
| Sobre a Associação de Canto Coral (ACC) A fundadora e primeira diretora musical, Cleofe Person de Mattos, musicóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estudou e descobriu obras de compositores do nosso passado musical, especialmente as do Padre José Maurício Nunes Garcia. Desta pesquisa resultou o resgate e a difusão de grande número de obras do nosso passado colonial. A Associação de Canto Coral atuou com grandes orquestras, sob a direção de maestros renomados internacionalmente como Igor Stravinsky, Karl Richter, Victor Tevah, Sir Colin Daves, Helmuth Rilling, Jacques Pernoo e diretores brasileiros de prestígio, como Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Isaac Karabtchevsky, Alceo Bocchino, Benito Juarez, Henrique Morelenbaum, entre outros. | | Flávia Fernandes - soprano | Flavia Fernandes - Soprano Natural do Rio de Janeiro, iniciou seus estudos musicais ao piano aos 6 anos de idade. Mais tarde, começou a se dedicar ao canto lírico, graduando-se pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Reconhecida pela beleza e refinamento de seu timbre, o soprano passou pelas principais salas de concerto do Brasil, interpretando os papéis de Margherite (Faust, de Gounod), Micaela (Carmen, de Bizet), Liù (Turandot, de Puccini), Polly Peachum(The Threepenny Opera, de Kurt Weill), Marzelinne (Fidelio, de Beethoven),Nannetta (Falstaff, de Verdi), Ghita (O Anão, de Zemlinsky), Krista (O Caso Makropulos, de Janacek), Wellgunde (Götterdämmerung e Das Rheingold, de R.Wagner), Gontran de Boismassif (Une Education Manquée, de Chabrier), Karolka (Jenufa, de Janacek), Rosalia (Jupyra, de Francisco Braga), Helena (A Midsummer night’s dream, de Britten), entre outros. Seu repertório sinfônico também é abrangente, tendo executado obras como Floresta do Amazonas (Villa-Lobos), Nona Sinfonia (Beethoven), Stabat Mater e Petite Messe Solenelle (Rossini), Sinfonia n.2 e n.4 (Mahler), Requiem (Mozart), Te Deum (Bruckner) e Ein Deutsches Requiem (Brahms). Participou da estréia da ópera “O Caixeiro da Taverna”, de Guilherme Bernstein,como Deolinda, papel criado especialmente para ela pelo compositor. Também fez a estreia brasileira de “O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu”, de Michael Nyman, no Theatro São Pedro (SP). Participou como solista da gravação em CD da Missa de Santo Inácio, de Domenico Zipoli, e da obra Três Salmos (Pe. José Maurício), ao lado da Orquestra Unisinos, sob a regência do maestro Roberto Duarte. Gravou com a Orquestra Filarmônica de Goiás a obra “Canticum Naturale”, de Edino Krieger, para o selo Naxos, sob a regência do maestro Neil Thomson, com lançamento previsto para novembro deste ano.
| | André Cardoso – regente e diretor artístico |
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