CENTRO DE MÚSICA BRASILEIRA HOMENAGEIA OSVALDO LACERDA.
No dia 23 de março, sábado, às 18h, o Centro de Música Brasileira homenageia seu fundador, o compositor Osvaldo Lacerda (1927-2011), que completaria 97 anos na data. A apresentação será no Mackenzie São Paulo, em Higienópolis. A atual presidente do CMB, a pianista Eudóxia de Barros abre com piano solo, depois toca com o oboísta Gilson Barbosa e com a cantora Denise de Freitas. Grátis!
Osvaldo Lacerda foi um grande compositor brasileiro com um refinado nacionalismo, fruto de extenso conhecimento das características da música brasileira, aliado a sólido domínio das técnicas modernas de composição. Dividiu experiências com Camargo Guarnieri de quem foi aluno por dez anos. Em 1963 estudou nos Estados Unidos com Vittorio Giannini e Aaron Copland. Foi membro efetivo da Academia Brasileira de Música, onde ocupava a Cadeira nº 9, cujo patrono é Tomaz Cantuaria.
Ganhou vários prêmios: Prêmio “Melhor Revelação como Compositor em 1962” pela Associação de Críticos do Rio de Janeiro; Primeiro Prêmio no Concurso Nacional de Composição “Cidade de São Paulo” (pela Prefeitura Municipal de São Paulo, em 1962); Primeiro Prêmio no Concurso de Composição de Obras Sinfônicas (promovido pela Rádio Ministério da Educação e Cultura, do Rio de Janeiro, em 1962) e Segundo Prêmio no Concurso de Composição “A Canção Brasileira” (promovido pela Rádio Ministério da Educação e Cultura, do Rio de Janeiro, em 1962); Primeiro Prêmio no Concurso de Composição e arranjos para Coro Misto a Quatro Vozes (promovido pela Universidade Federal da Paraíba, em 1967); Primeiro Prêmio no I Concurso Nacional de Composição para Instrumentos de Sopro-Trompa e Fagote (promovido pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do Município do Rio de Janeiro, em 1984); prêmios APCA nos anos de 1978, 1997, 1981, 1986 e 2012 e Troféu Guarani pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 1997. Em 1984 fundou o Centro de Música Brasileira que tem o objetivo principal defender e difundir a música erudita brasileira.
Em 2023, Eudóxia de Barros tocou em 25 lugares de São Paulo, Rio de Janeiro, Teresópolis, Campinas, Santo André, Araras, Recife, Cuiabá, Pouso Alegre, Porto Alegre, Dois Irmãos, Novo Hamburgo, Campos do Jordão, Belo Horizonte e Florianópolis. A renomada pianista gravou mais de 30 discos, 2 DVD's e publicou em 1979 o livro Técnica Pianística. Ocupa desde 1989, a cadeira número 14 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é Elias Álvares Lobo. Em 2016, sua ex-aluna Rosângela Paciello Pupo escreveu um livro sobre sua vida intitulado "Valeu a pena? Conversando com Eudóxia de Barros". Em 2017, foi convidada pela COMEP (Edições Paulinas) a realizar a gravação completa da obra pianística de Osvaldo Lacerda (caixa com 6 CDs), tendo convidado outros seis pianistas para se unirem a ela.
O repertório que a pianista tocará com Denise de Freitas foi gravado no CD Lembrança de Amor, em 2001, pela Som Puro Records, que as artistas vão autografar ao final.
Programa - Obras de Osvaldo Lacerda
Eudóxia de Barros (piano)
Toada opus 2 (piano solo)
Estudo nº 12 (piano solo)
Com Gilson Barbosa (oboé) e Denise de Freitas (canto)
Variações sobre Carneirinho, Carneirão
Com Denise de Freitas (canto)
Quando entardece - texto de Vicente de Carvalho
Porque - texto de Guilherme de Almeida
Martírio - texto de Junqueira Freire
Conselhos de Amor - texto de diversos autores
Prece - texto de Gregório de Matos
Contrição - texto de Gregório de Matos
A Maldição - texto de Olavo Bilac
Lembrança de amor - texto de Vicente de Carvalho
Ladainha - texto de Cassiano Ricardo
Descrente do amor - texto de diversos autores
Cantiga I - texto de Manoel Bandeira
Desafio - texto folclórico
Eudóxia de Barros nasceu em São Paulo, em 18 de setembro de 1937. Estudou piano com Mathilde Frediani e Karl Heim. Em 1953 foi uma das vencedoras do concurso para solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Eleazar de Carvalho. Estudou com Magdalena Tagliaferro, entre 1954 e 1957. Seguiu para Paris, onde estudou com Tagliaferro, Pierre Sancan, Christianne Sénart, o russo Pyotr Kostanoff e Lazare Levy. Retornou para o Brasil em 1959 e tornou-se aluna de Guilherme Fontainha, Camargo Guarnieri e Osvaldo Lacerda (matérias teóricas e após seu casamento, tocava para ele seus programas, tendo obtido enorme aproveitamento sobretudo em sonoridade e observância total das partituras). Aperfeiçoou-se nos Estados Unidos com Olegna Fuschi e Howard Aibel, entre 1965 e 1967, ocasião na qual deu aulas na North Carolina School of Arts. Na Alemanha, entre 1969 e 1970, estudou com Walter Blankenheim. Aqui no Brasil teve ainda estes eméritos professores: Roberto Sabbag, Sebastian Benda, Arnaldo Estrella e Yara Bernette. De 2005 a 2017, se aconselhava com o insigne Maestro Henrique Morelenbaum, com enorme aproveitamento, se apresentando a ele no Rio de Janeiro, à cada repertório novo que fazia.Apresentou concertos em várias cidades americanas, como Nova York, Washington, Houston, Winston Salem, Miami, Chicago e Asheville, em importantes salas como a National Gallery of Art, no Town Hall e no Carnegie Hall. Foi solista à frente da Orquestra Sinfônica de Cleveland, sob a regência de José Serebrier. Sua carreira internacional a levou para concertos em Paris (Salle Gaveau), Suíça, Inglaterra, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Panamá e México.No Brasil foi solista à frente de várias orquestras como a OSESP - Sinfônica do Estado de São Paulo, Sinfônica Municipal de São Paulo, Sinfônica de Santo André, Sinfonia Cultura, Sinfônica da USP, Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica de Porto Alegre, Sinfônica Brasileira, Petrobras Sinfônica, entre outras.Casou-se em 1982 com o compositor Osvaldo Lacerda que a ela dedicou inúmeras obras, entre elas Cromos para piano e orquestra, peça premiada pela APCA e que já apresentou 14 vezes pelo Brasil . Com ele fundou (1984) e atualmente preside, o Centro de Música Brasileira, em São Paulo, e que já completou 354 apresentações.Possui extensa produção fonográfica, com destaque para a gravação do Concerto nº 2 para piano e orquestra de Camargo Guarnieri, sob a regência do compositor, à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira. Outros registros importantes são os da obra de Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, Eduardo Souto, Osvaldo Lacerda e muitos outros compositores brasileiros.Youtube @EUDOXIAdeBARROSpiano Instagram @eudoxiadebarros
Gilson Barbosa é bacharel em oboé pela Faculdade Mozarteum de São Paulo. Estudou oboé' com Sebastião Gomes (Brasília) e Salvador Masano (São Paulo). De 1975 a 1995 foi primeiro oboísta e corne inglês solista das Orquestras Sinfônicas Municipal de Campinas, Belo Horizonte e Municipal de São Paulo. De 1995 a 2003 foi monitor da Orquestra Experimental de Repertório. De 1995 a 2002 atuou também como músico convidado da Orquestra Sinfonia Cultura da Fundação Padre Anchieta. Já se apresentou como solista à frente das Orquestras de Campinas, Municipal de São Paulo e da USP, sob regência dos Maestros Carlos Veiga, Benito Juarez, Issac Karabtchevsky, Gerard Devos, Henrique Gregori, Barros Garbogini e Ronaldo Bologna.
Em 1993, gravou o oboé como passarinho do programa Castelo RáTimBum, da TV Cultura de São Paulo. Gravou em 2000, o CD Celtic Light, com a harpista Délcia Coelho. Fundador do Quinteto de Sopros de São Paulo (Pentaphonia), com o qual gravou um CD com obras de Heitor Villa-Lobos e se apresentou no Auditório Claudio Santoro, durante o Festival de Inverno de Campos do Jordão de 1984. Junto com o Grupo AUM, gravou 2 CDs e 1 DVD.
Lecionou oboé na Escola de Música de Piracicaba, no Conservatório Musical do Brooklin Paulista, e na Universidade Livre de Música do Estado de São Paulo e no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí. Músico atuante em diversas formações camerísticas (recitais com piano, cravo e órgão), atua também ao lado de artistas populares. Participa de diversas gravações de música de câmara, sinfônica e operística e gravações para rádio e TV.
Denise de Freitas destaca-se como uma artista de grande expressividade musical e cênica. Estudou com a renomada mezzo soprano Lenice Prioli. Em 2017 ganhou Prêmio APCA. Em 2019 destacou-se cantando o Requiem de Verdi no Theatro Municipal de São Paulo sob regência de Enrique Arturo Diemecke; a Oitava Sinfonia de Mahler, na Sala São Paulo sob regência de Marin Alsop; e ainda sua interpretação como Alma, papel título da ópera de Cláudio Santoro, sob regência de Marcelo de Jesus, vencedora do prêmio de melhor ópera do ano pela revista concerto.
Em 2018, a convite do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), viajau à Tel Aviv para apresentar-se no Festival Internacional de Música Felicja Blumental numa noite integralmente dedicada às canções de Villa-Lobos. Com este programa, excursionou ainda pelas cidades de Budapeste, Berlim e Copenhagen, representando a música e a cultura do Brasil nestas três importantes capitais europeias.
Gravou pelo selo Naxos, a Sinfonia nº 8, II Movimento, de Claudio Santoro, sob regência de Neil Thomson.
Ao longo de sua carreira recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2004, 2009 e 2011, o Prêmio Bidú Sayão, o Prêmio Talentos da Rádio MEC, foi vencedora do Concurso de Interpretação da Canção Brasileira, e detentora do Prêmio APCA pelo CD “Lembrança de Amor”, com canções do compositor Osvaldo Lacerda e Eudóxia de Barros ao piano.
Com apresentações nos mais renomados teatros e salas de concerto do Brasil, interpretou grandes personagens para a voz de mezzo-soprano, os verdianos Azucena, Ulrica, Fenena; Carmen, Dalila em “Samson et Dalila”, Adalgisa em “Norma”, Laura em “La Gioconda”, Charlotte em “Werther “, o Compositor em “Ariadne auf Naxos”, Fricka em “Die Walküre”, Principessa em “Adriana Lecouvreur”, Colombina em ”Arlecchino”, Mère Marie em “Dialogues des Carmelites”, Rosina em “Il Barbiere di Siviglia”, Cenerentola em “La Cenerentola”, Cherubino em “Le Nozze di Figaro”, Nicklausse em “Les Contes d'Hoffmann”, Hänsel em “Hänsel und Gretel”, O Menino em “L‘Enfant et les Sortilèges”, Orfeo em “Orfeo ed Euridice”, Siebel em “Faust”, o Raposo em “The Cunning Little vixen” de Janácêk, Prince Orlofsky em “Die Fledermaus”, entre outros.
Denise de Freitas possui também um extenso repertório sinfônico incluindo obras de Mahler, Wagner, Brahms, Verdi, Ravel, Respighi, Handel, Falla , Cláudio Santoro, Villa-Lobos.
Trabalhou sob a regência de renomados maestros, como Roberto Minczuk, Luiz Fernando Malheiro, Marcelo de Jesus, Jamil Maluf, Fábio Mechetti, Isaac Karabtchevsky, Lígia Amadio, Silvio Viegas, Aylton Escobar, Parcival Módolo, Roberto Tibiriçá, Diogo Pacheco, Henrique Morelenbaum, José Maria Florêncio, Carlos Moreno, Tobias Volkmann, Miguel Campos Neto, Rafael Frühbeck de Burgos, Rodolfo Fischer, Sir Richard Armstrong, Josep Pons, Marin Alsop, Neil Thomson, Thomas Dausgaard, Markus Stentz, Villaret, Álvaro Manzano, David Philip Heft, Will Crutchfield, Ira Levin, Karl Martin, Alexander Liebreich, Enrique Arturo Diemecke.
Na ópera de Bogotá, participou das encenações de “Le Nozze di Figaro”, “Les Contes d’Hoffmann” e de “Il Barbiere di Siviglia”. Cantou em forma de concerto, a ópera “Yerma”, de Villa-Lobos, em Berlim, Paris e Lisboa.
O Centro de Música Brasileira - CMB é uma sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em São Paulo, em 18 de dezembro de 1984, iniciando suas atividades em 29 de abril de 1985, no Teatro de Cultura Artística, com recital de Eudóxia de Barros, que é a atual Presidente. O compositor Osvaldo Lacerda foi o Presidente até 2011. O CMB visa defender e promover a música brasileira erudita de todas as épocas e estilos. Por duas vezes recebeu Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Realizou 355 apresentações em São Paulo, e um total de 48 em cidades do interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Em 2022, as apresentações acontecem nos auditórios da Universidade Presbiteriana Mackenzie.Universidade Presbiteriana Mackenzie Financeiramente sobrevive por investimento da pianista Eudóxia de Barros, parceria com a que cede o auditório e por anuidades de músicos interessados, R$ 150,00 (individual) e R$ 280,00 (casal). Promoveu vários concursos nacionais de Interpretação: 7 da Canção de Câmara Brasileira; 5 de Músicas Brasileiras para Piano; 2 de Músicas Brasileiras para Flauta. Realizou um Concurso de Monografia “O Dobrado”, e dois de Composição: o primeiro, em parceria com a Biblioteca Municipal Mário de Andrade de São Paulo, em 2008, o Concurso de Tocata para Piano, vencido em 1º lugar por Nelson Lin, que teve prêmio oferecido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e a impressão da Tocata, pela Academia Brasileira de Música. Em 2009, na Casa Mário de Andrade, foram realizados o II Concurso de Interpretação de Músicas Brasileiras para Flauta e o V Concurso de Interpretação de Músicas Brasileiras para Piano, com prêmios oferecidos pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.Facebook: https://www.facebook.com/centrodemusicabrasileira
Vídeo
Eudoxia de Barros (2018) - Lecuona: Damisela Encantadora
https://youtu.be/-jD96E_XjDc?si=StTTzhhZMLZkpbFi
Serviço:
23 de março, sábado, às 18h
Homenagem a Osvaldo Lacerda
Concerto do Centro de Música Brasileira
Eudóxia de Barros (piano) Gilson Barbosa (oboé) Denise de Freitas (canto)
Local: Auditório Escola Americana – Campus Higienópolis Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua Piauí, 130 Higienópolis Próximo ao Metrô Higienópolis-Mackenzie Tem acessibilidade
130 lugares Duração: 2h
Classificação Livre
Grátis!
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