GUSTAVO DUDAMEL E KLAUS MAKELA, OS DOIS REGENTES MAIS SUPERESTIMADOS DO MOMENTO! ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.




Recentemente publiquei um artigo aqui sobre Dudamel; embora reconheça o mérito dele em peças latinas de Bernstein, Ginastera e Gabriela Ortiz, destaquei nesses escritos que não existe evidência de que ele realizou gravações de referência do repertório.


Pois bem, Dudamel está nesse momento deixando a direção da orquestra de Los Angeles para assumir a Filarmônica de Nova Iorque, conjuntos estes que já foram dirigidos por figuras lendárias como Mahler, Bernstein, Klemperer e Giulini.

Carreira similar está tendo o último maestro do momento Klaus Makela, nomeado para dirigir simultaneamente a orquestra do Concertgebouw de Amsterdam e a de Chicago, enquanto ocupa cargo similar na Orquestra de Paris. No caso do finlandês não sabemos ainda nem qual sua especialidade e ele tem atirado para tudo quanto é lado nas escolhas dos programas.

O curioso é que as revistas de música clássica recomendam seus discos, mas críticos independentes como o youtuber David Hurwitz tem execrado cada nova gravação do que eu chamo de novo bezerro de ouro da música clássica. Aqui no Brasil como de costume a revista Concerto exaltou o menino, enquanto eu por aqui já falei muito mal dele e já discuti na internet com outros blogueiros fãs dele.

Antes de Dudamel a orquestra Simon Bolívar já existia e passou por uma fase memorável quando gravava e se apresentava com o grande Eduardo Mata no pódio. Algumas das melhores gravações de música brasileira e latino americana foram realizadas na Venezuela nessa fase nos anos 90, mas como o maestro Mata nunca usufruiu da publicidade que existe em torno de Dudamel, tanto na Venezuela como nos EUA, muita gente acha que o SISTEMA venezuelano e suas orquestra começaram a dar frutos só agora. O antes mencionado crítico David Hurwitz nos conta num vídeo que ele viajou para a Venezuela e esteve presente nessas seções de gravação e nota-se que ele é simplesmente encantado por esses discos. Eu digo nenhuma orquestra brasileira gravou um Villa Lobos tão bom, coitada da OSESP de Neschling se a gente for comparar...




No caso de Makela a explicação que se dá para sua ascensão acaba sempre mencionando elementos extra musicais, a saber beleza e juventude, que nos levam a levantar dúvidas sobre real o talento dele. Não há nada de errado em ser jovem e bonito, a própria ex namorada desse menino maestro, a pianista Yuja Wang, está aí para provar como o mundo pode ser cruel, uns tem talento excepcional, beleza e juventude, enquanto muitos não possuem nada dessas 3 coisas!

Muita gente ataca o nosso ceticismo sobre esse rapazinho pedindo para a gente esperar, afirmam que no futuro ele será um dos grandes maestros... Bem nunca ocorreu a essas pessoas, inclusive os envolvidos na nomeação dele para todos esses cargos importantes, que tudo pode dar errado?

Antes de Makela na direção da orquestra de Chicago existiu um maestro chamado Jean Martinon, supremo intérprete de Debussy e Ravel, mas que era perseguido por uma crítica local chamada Claudia Cassidy, esta conseguiu fazer a caveira do regente para muita gente na época, até ele ir embora de Chicago depois de apenas 5 anos como regente principal. Por outro lado se a gente for ouvir os discos que eles lançaram durante esses 5 anos, não tem nada menos que excepcional. Ótima versão da Suíte do balé Mandarim Maravilhoso de Béla Bártok, da quarta de Nielsen, da suíte Sonho de uma Noite de Verão de Mendelssohn bem como dos franceses que eram especialidade de Martinon. Muitas vezes devemos ignorar o que a imprensa está falando e procurar examinar as coisas por conta própria!

Isaac Carneiro Victal.


Comentários

  1. Manoel Carlos
    Concordo. Só adiciono que a Yulia, apesar de ter muito talento, volta e meia se deixa seduzir pelo atletismo musical, tentando bater o recorde de número de notas executadas por segundo. Além disso, costumo dizer que, para fazer sucesso na música erudita e no jazz não é necessário ser bonito nem jovem, o que diferencia estas duas correntes de boa parte (escrevi "de boa parte", não de todas) das suas primas menos formais. A postura da Yulia contribui, em muito, para destruir esta característica que considero uma grande vantagem.

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  2. Mais também o que muitos dos que viabilizaram nos últimos anos a música de concerto queriam ? De uns anos para cá e isso para não falar em décadas, se valorizou o músico juvenil, a criança, o "prodígio" em detrimento dos músicos e maestros que estão há mais tempo no meio.
    Para mim a valorização da "para- música" no que está sendo comentado era consequência. Na verdade a visão pop da música se infiltrou no meio de concerto. E hoje temos a valorização do jovem, do belo e do midiático. Mas média e muitos professores tem um pouco de culpa nisso

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  3. Comentário no facebook: Renato Pinheiro
    Rapaz... Eu comentei lá no blog. Na minha opinião que estudei música no final dos anos 90 e 2000. A mídia e muitos professores de música mundo a fora tem uma certa culpa nisso que o escritor aponta. O escritor inclusive faz um texto bem ácido sobre esses exemplos mas gente.... Todo mundo sabe que houve um processo de infantilização da música de concerto. Se valorizou no novinho, o jovem, a criança, "o prodígio" em detrimento dos que tinham mais idade. De um tempo pra cá as pessoas lotaram assitir brilha brilha estrelinha do que ver um músico de carreira consolidada. Não estou sendo contra recitais lotados em músicos jovens e infantis mas o meu ponto é que assisti por diversas vezes, reportagens, mídias, repórteres e até ongs na épcoa em que eu era adolescente em que esses valorizavam a figura da criança tocando um instrumento.
    Daí me perguntarão : e o que isso tem em relação com o texto!? Oras! O próprio escrito menciona sobre a valorização da beleza de alguns desses caras em relação ao seu trabalho profissional que fica em segundo plano. É a mesma dinâmica. Colhemos mundialmente uma semente plantas lá atrás. "A infantilização da música de concerto ". Nesse visão, tocar é brincadeira, instrumento é brinquedo, e o músico só pode ser criança e jovem

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  4. Sou da época dessa Bolivar que gravou com Mata. Gravamos no Aula Magna, a melhor acústica que Eu já toquei na vida. Eram sessões de dias enteros e a orquestra toda se reunia a escutar, discutir e melhora. Os ingenieros do selo eram muito perfeccionista. Nosso choros 10 é um dos melhores.

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