OS DESDOBRAMENTOS DE RECENTES POLÊMICAS AQUI NA SEÇÃO DE COMENTÁRIOS. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Publiquei um artigo sobre a ascensão rápida de maestros jovens como Gustavo Dudamel e Klaus Makela, recebi comentários reclamando do excesso de atenção dada aos músicos jovens e bonitos, em detrimento da qualidade musical. Cabe destacar que sempre ouve uma obsessão na história da música por crianças e jovens prodígio. De fato muitos gênios da arte musical foram crianças ou jovens prodígio, exemplos mais famosos Mozart, Mendelssohn e Brahms. Maestros jovens dirigindo orquestras de renome também não são novidade, Esa Pekka Salonem era tão jovem e bonito quanto Klaus Makela quando começou a dirigir orquestras de primeiro escalão, com a diferença de que Salonen estava tentando também se firmar como compositor quando jovem e Makela, até onde se sabe, nunca escreveu música notável.
Também existe um culto aos velhos na música clássica, exemplo quando um artista já passou da idade de se aposentar, mas insiste com a carreira e recebe apoio para continuar. Alguns como Klemperer, com muito esforço, conseguiram atingir o ápice quase no final da vida. No caso de Daniel Baremboim, muitos críticos, em vista de atuações recentes, o estão aconselhando simplesmente a encerrar a carreira. Outros continuam se apresentando publicamente mesmo sentindo dores terríveis e conseguem deixar que isso não afete a qualidade de suas atuações, falo dos problemas na coluna de Herbert von Karajan.
Sobre os grupos de seguidores fanáticos de certas figuras e a histeria em torno de determinados artistas, então publiquei aqui dois artigos críticos que despertaram reações acaloradas dos admiradores da pianista Martha Argerich. Embora tenha abordado também o caso do pianista Claudio Arrau, não apareceram defensores dele como apareceu gente para brigar por Martha Argerich. Eu insisti no meu questionamento e fiz comparações, por exemplo Alicia de Larrocha, espanhola, deu mais atenção ao maior compositor argentino, Alberto Ginastera, que a argentina Martha Argerich. A espetacular sonata número um para piano desse autor foi tocada em público várias vezes por Larrocha, até onde sei, nunca por Argerich. Não tenho o direito de questionar a razão da maior pianista argentina de todos os tempos, nunca interpretar obras em grande escala do maior compositor argentino de todos os tempos?
Nosso editor Ali Hassan Ayache recentemente publicou um artigo sobre uma apresentação assistida por ele da Camerata da Orquestra Nacional da China. O texto enfatiza a necessidade de pararmos de olhar só para o ocidente quando se trata da cena da música clássica, pois muita coisa boa está acontecendo atualmente no extremo oriente nesse campo.
Gostaria de chamar a atenção para o inacreditável mercado fonográfico existente em países como o Japão atualmente, numa época em que as gravações de música clássica escasseiam no mundo todo. Graças aos serviços de streaming, hoje a gente pode ter contanto com produtos nunca distribuídos aqui no Brasil, pois fiquei sabendo de um maestro chamado Norichika Limori e a empreitada ciclópica dele, que consiste em gravar todas as sinfonias de Haydn e Mozart! Quem hoje leva adiante isso? Ele nem é especialista em música do período clássico, pelo que ouvi o forte dele é repertório romântico e moderno. Já se vão muitos anos desde que um grande regente do repertório romântico como Antal Dorati gravou todas as sinfonias de Haydn e várias óperas desse autor, isso nunca mais se repetiu.
Isaac Carneiro Victal.
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