REALIDADE DA MÚSICA CLÁSSICA PELO INTERIOR DO BRASIL, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, CAMPINAS, VOLTA REDONDA, JUIZ DE FORA E CAMPOS DOS GOYTACAZES. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Campinas. Terra do primeiro compositor das américas a fazer sucesso na Europa. Havia nessa cidade um teatro com o nome dele Carlos Gomes. Poderia se pensar que esse palco é sede de um festival anual onde se apresentariam as óperas de Carlos Gomes. Mas não é bem assim, esse teatro foi demolido já tem muito tempo! Aliás como quase todo centro histórico da cidade. Campinas também é sede de uma das mais importantes orquestras brasileiras, mas ela não tem um espaço para se apresentar com acústica adequada.
Volta Redonda. A prefeitura resolveu criar uma uma orquestra para amenizar a vida dos cidadãos do lugar. Ana de Oliveira é a SPALLA, violinista que ocupou anteriormente o mesmo posto na Sinfônica Brasileira. Solistas e regentes como Aleysson Scopel, Wagner Polistchuck, Simone Leitão e obras como a suíte do Pássaro de Fogo de Stravinsky e os Choros n 6 de Villa Lobos constam nos programas. Pena que eles tem que apresentar essas obras poderosas para grande orquestra num pequeno teatro de 700 e poucos lugares. Essas 3 últimas cidades nenhuma se poderia chamar exatamente de destino turístico...
Campos dos Goytacazes. Abriga o primeiro núcleo do El Sistema venezuelano no Brasil. A orquestra da juventude de Campos foi batizada com o nome de Mariuccia Iacovino, violinista aluna de Villa Lobos e de Enrique Fernandez Arbós, antigo spalla da Filarmônica de Berlin e da Sinfônica de Boston e orquestrador de IBERIA! Casada com o pianista Arnaldo Estrela e mãe de Myriam Dauelsberg, fundadora da Dellarte. Assisti aos jovens dessa orquestra e também pude assistir Mariuccia se apresentando já bem velha. Por causa da exploração do petróleo Campos dos Goytacazes tem o maior PIB per capita de todas essa 5 cidades segundo dados de 2021, pesquisem no GOOGLE ,seguida de perto por Volta Redonda, depois São José dos Campos, Campinas e por último minha cidade Juiz de Fora.
Juiz de Fora tem metade do PIB per capita de Campos dos Goytacazes e Volta Redonda, mas incrivelmente tem IDH maior que elas. Nunca teve uma orquestra profissional. Tinha o principal festival de música antiga do Brasil, onde na verdade se tocava de tudo, infelizmente se tornou um evento insignificante desde que passou a ser administrado por uma universidade federal. Quem presta atenção na gloriosa Filarmônica de MG precisa saber no interior de Minas a coisa está feia! Em Uberlândia está ainda pior que Juiz de Fora.
A única cidade entre as 5 que tem um palco decente para apresentações de concertos e óperas é Juiz de Fora. O Cine Theatro Central de JF, todo enfeitado com pinturas murais, possui quase 1800 lugares. Mereceu ser tombado pelo patrimônio histórico nacional, juntamente com o Museu Mariano Procópio daqui que abriga o acervo da residência oficial dos monarcas brasileiros na Quinta da Boa Vista, comprado num leilão após a expulsão da família real, esse espólio se divide entre esse museu de JF e o Museu Imperial de Petrópolis. O que se poderia esperar, uma série de música de câmara no museu e concertos e ópera no teatro? O que temos é quase nada! Se esse colosso obra do arquiteto italiano Raffaele Arcuri fosse na Europa, seria um local disputado pelos artistas do continente para se apresentarem nele, mas como fica aqui no Brasil, ninguém nem sabe que ele existe! O povo de Juiz de Fora não tem a mínima ideia da importância desse teatro e desse museu, pasmem a universidade que administra o central aluga o recinto para quem pagar mais, um dia se apresenta um quarteto de cordas, outro dia o WHINDERSSON NUNES!
Isaac Carneiro Victal
A única cidade entre as 5 que tem um palco decente para apresentações de concertos e óperas é Juiz de Fora. O Cine Theatro Central de JF, todo enfeitado com pinturas murais, possui quase 1800 lugares. Mereceu ser tombado pelo patrimônio histórico nacional, juntamente com o Museu Mariano Procópio daqui que abriga o acervo da residência oficial dos monarcas brasileiros na Quinta da Boa Vista, comprado num leilão após a expulsão da família real, esse espólio se divide entre esse museu de JF e o Museu Imperial de Petrópolis. O que se poderia esperar, uma série de música de câmara no museu e concertos e ópera no teatro? O que temos é quase nada! Se esse colosso obra do arquiteto italiano Raffaele Arcuri fosse na Europa, seria um local disputado pelos artistas do continente para se apresentarem nele, mas como fica aqui no Brasil, ninguém nem sabe que ele existe! O povo de Juiz de Fora não tem a mínima ideia da importância desse teatro e desse museu, pasmem a universidade que administra o central aluga o recinto para quem pagar mais, um dia se apresenta um quarteto de cordas, outro dia o WHINDERSSON NUNES!
Isaac Carneiro Victal

No Rio de Janeiro, o Theatro Municipal tem uma programação de óperas pífia já há muito tempo. Quando há 3 por ano, é muito. A programação da Sala Cecília Meireles decaiu imensamente, principalmente nos dois últimos anos. As duas principais orquestras, OSB e OPES, abandonaram suas séries clássicas com assinantes, tendo programação bem menor e irregular, sem comunicar as datas com antecedência ao público. Aliás l, a OPES está praticamente deixando de ser uma orquestras de repertório de concerto para ficar tocando rock. Como se tivéssemos muita programação clássica e pudéssemos nos dar a esse luxo (diria aberração) de uma orquestras que existe para tocar rock. A OSB teima em faz-se a maior parte de seus poucos concertos na Cidade das Artes, de acesso péssimo e staff que fala o tempo todo, atrapalhando quem quer assistir aos concerto.
ResponderExcluirE em São Paulo, você já viu os escândalos que a SUSTENIDOS OS DE CULTURA está, há anos, plantando no Teatro Municipal ? É um descalabro desenfreado, vergonhoso e assombrador ! Queira vivenciá-lo, vindo até o mesmo para conferir a baderna lá instalada. É gente entrando na fila de última hora, tomando o seu lugar que foi comprado há meses de antecedência, e o que é pior; provocando verdadeiros "barracos" já ao iniciar dos eventos, como se não bastassem os escárnios cênicos provocados pelos pseudo diretores de cena na óperas destruídas por quem não gosta e não conhece nada do teatro lírico universal: citem-se a escabrosa "Aida", de Bia Lessa apresentada em 2022; o infame Guarany, com Ainton Krosak e Cibele Forjas; Don Giovanni; Nabucco e Macbeth ambas de (Verdi), Porgy and Bess. Neste incluem-se os já citados pseudo diretores ( Hugo Possolo, Christiane Jatahy, Grace Passô, Elisa Ohtake) e o maestro titular da OSM, Roberto Minczuk, o qual se diz diretor musical e artístico das óperas. Ademais os concertos com o obcecado tema de guerras através dos séculos, tais como grandes guerras mundiais, e a narrativa do líder político russo Alexander Nevsky na Rússia do sé. XIII, ou a ópera "Friedenstag", de Richard Strauss, evocando o ódio, a obcessão e o entendimento consequente de munição das guerrilhas. Um horrenda e acintosa provocação premeditada, nunca vista no Theatro Municipal de São Paulo.
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