"IL GUARANY NUTELLA" NO THEATRO MUNICIPAL DE SP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

   


                                                                              Cena da ópera Il Gyarany,Theatro Municipal de SP, fonte facebook

   A bola sete já estava cantada na caçapa do canto, em texto publicado no dia 09 de Maio neste Blog antecipei algumas novidades da produção. Tudo que me foi relatado por fontes aconteceu, assistindo a estreia da ópera "Il Guarany" no Theatro Municipal de São Paulo percebi que a montagem era pior do que eu pensava. Uma "tragédia grega em 32 atos" mal montados e distribuídos. Sorte de Marcus Góes, Edson Lima, Raphael Cilento e Elias Stichin, esses grandes admiradores e conhecedores de ópera, que não estão mais entre nós, não verão as bobagens moderninhas dos ditos "encenadores" atuais.

   A ópera mais famosa de Carlos Gomes não é a melhor. Na opinião deste escriba "Il Schiavo" é superior musicalmente. Ficou conhecida pela sua abertura (nada de protofonia, é abertura) que infernizava a população nas rádios de todo o país as 19:00 horas de Brasília com o programa obrigatório A Voz do Brasil

   ACERTOS DA MONTAGEM: Começo pela orquestra, o regente Roberto Minczuk acertou a mão mais uma vez. Apresentou uma sonoridade que transmitiu nuances de excelente qualidade melódica da música de Carlos Gomes. Cada vez mais evolui como regente de ópera. 

  Os solistas estiverem em bom nível. Nadine Koutcher fez uma Ceci que enfrentou com firmeza as complexas coloraturas da partitura. Voz delicada, quente e sedutora que transmite emoções a cada nota. O Peri de Attala Ayan foi consistente na voz e atuação. Excelente tenor que dispara agudos afinados. Rodrigo Esteves como Gonzales mostrou voz encorpada e vigorosa. Destaque para o baixo Andrey Mira, este deu vida ao personagem Don Antonio. Cantou com segurança e potência vocal, exibiu graves portentosos com um timbre recheado de coloridos pujantes. Destaques ainda para as solidas vozes de Gustavo Lassen e Lício Bruno. As interpretações cênicas de todos os solistas foram travadas pela direção.

LAMBANÇAS DA PRODUÇÃO: Começa pelo cenário, Denilson Baniwa inventa quadrados ao fundo que não significam nada, os cenógrafos andam adorando uma geometria, nada nas cenas lembra algo relevante com o tema do libreto. Escada de ferro e um pino que parece uma broca de perfuração de solo alastram ainda mais a confusão. Os figurinos de Simone Mina são escuros com toques de dourado na maquiagem. O coro vestido de terno preto com detalhes em prata é um convite a galhofa de péssimo gosto. A luz de Alini Santini é sempre escura e mal projetada. Amadora do início ao fim, teatro mambembe tem desenho de luz melhor. Se a intenção era fazer dos portugueses personagens caricatos o fizeram da pior forma possível.

   A montagem navega por mares tortuosos, concordo que cada um tem o direito de mostrar sua visão da obra. O que nenhum diretor cênico tem direito é de extirpar e acrescentar trechos em uma obra composta no século XIX. O mundo era outro, as pessoas e os conceitos de certo e errado eram diferentes. Transportar para contextos históricos atuais obras do passado corre-se o risco de deturpar o original. E foi exatamente isso que aconteceu.

   A direção cênica tem muito cacique, um monte de nomes aparecem como diretores no programa. Querem fazer justiça histórica deturpando a obra prima do gênio campineiro. Os principais são Ailton Krenak e Cibele Forjaz. Extirparam o balé e acrescentaram diversas danças e cantos indígenas. A preocupação com a causa indígena era tanta que esqueceram que a obra é uma história com início, meio e fim. A preocupação é demarcação de terras e aniquilação da cultura.

   Ceci e Peri tem um duplo, um figurante que fica caminhando a esmo pelo palco. Toda de vermelho a figurante da Ceci parece uma pomba gira perseguindo o soprano nos primeiros atos. Esta que nada acrescenta foi mais aplaudida que o soprano. 

   Ao espectador que não tem contato com ópera fica a confusão da narrativa. As cenas não contam uma história, são jogadas uma atrás da outra sem nexo. Não existe diálogo e ligação entre elas. 

   A dança juntamente com os cantos e a música indígena acrescentados a toda hora são simples e de grande beleza de ritmos, mas quebram a narrativa dramática a todo momento instaurando mais confusão.

   Quem quer defender uma causa e ser politicamente correto aderindo aos modismos do momento tem todo o direito de fazê-lo. O que é  errado é deturpar uma obra prima composta no século XIX. 

   Quer valorizar a cultura indígena que componham novas óperas, balés ou musicais. Por que não o fazem? Porque não tem capacidade, é fácil destruir o que já está feito é e um sucesso Construir o novo é complexo e exige trabalho em demasia e talento. Virtude que os encenadores dessa ópera não têm. Jogam para a plateia, ficam no modismo de revoltar-se com uma causa e lutar contra as injustiças sociais do passado. Ao invés de comerem tapioca optam pela nutella. 

   A sorte é que as produções do teatro não são guardadas para futuras apresentações, óbvio que isto deveria ser feito e é óbvio que eles não o fazem. Provavelmente ninguém mais assistirá essa ópera no teatro novamente, ficam as gravações como recordações póstumas. 

  A alegação que todos os ingressos foram vendidos e abriram recitas extras não é sinônimo de qualidade. A carência de cultura é tanta que todas as óperas do Theatro Municipal tem casa cheia. Se tivéssemos mais de vinte títulos por ano até cabe aceitar os revoltados com a história de plantão com suas versões exóticas. Como não temos mais de cinco fica duro de aceitar tais bobagens.

Ali Hassan Ayache

   

 Cena da ópera Il Gyarany,Theatro Municipal de SP, fonte facebook




  





Comentários

  1. Uma opera Ballo ter seu ballet omitido denota uma ignorância avassaladora. Além da música do Ballet apresentar um exotismo compatível aos ballets da Aida de Verdi ou da Lakmé de Delibes, tem uma especificação muito interessante quando é solicitado que cuias sejam percutidas, único elemento "nacional" da obra. Essas releituras "politicamente corretas" dão margem a que medíocres se locupletem com dinheiro público. Felizmente o romance de José de Alencar e a música de Carlos Gomes permanecerão e esses modismos serão rapidamente considerados grotescos.

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  2. O problema é que esses desvios das montagens, vêm se repetindo a cada uma das óperas apresentadas em São Paulo.

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  3. Marco Aantonio Seta15 de maio de 2023 às 20:16

    Infelizmente estão acabando com a ópera. As releituras "politicamente corretas" fazem a festa com o dinheiro público para lotar o Theatro Municipal que hoje já não conta com aquele público de décadas atrás.
    Centenas faleceram e outros desistiram de se dirigirem ao teatro. Com estas releituras fica tudo muito confuso, e tecem uma narrativa confusa e esdrúxula. Não educam e não fixam nada de concreto na memória do público que para lá acorre em primeira incursão à ópera.

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  4. Cantores e Diretores, deveriam estudar e , ler muito. Sobre Artes Cenicas. Deveriam.pelo.menos 1 livro por mes. Ler Jornal. Conhecer o mundo.e a vida. Serem.ecleticos. Palco e Teatro nao 'e para todos.Prof. Dr. Eld9 Meloo

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    1. 😂😂😂😂😂😂

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    2. E você deveria estudar a história da arte.

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    3. Deveriam ao menos ler o libretto da ópera. Acho que nem isso fizeram.

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    4. Não só leram como foram direto na fonte de José de Alencar. Quanta gente desinformada nos comentários, a começar pelo tal crítico que há séculos é motivo de riso nos círculos de ópera

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    5. A mim, a encenação atrapalhou a conexão com o enredo (ruim) da ópera e com a música. Os interlúdios também atrapalharam (conheço História da Música e sei que foram muito usados no passado; nem por isso sou obrigada a achar que sejam pertinentes, mas sim uma prática ruim que não deveria ser retomada).

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  5. é dificil se reerguer depois da destruição causada pelo bozolino, vão demorar anos pra cultura formar no BR. eu ja toquei varias vezes no teatro e hoje em dia estou desmotivado de me juntar em "panelinha", mudei pra praia surfar, treinar e deixar de ser mais 1bundao

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  6. As deturpações nas óperas vêm acontecendo cada vez mais,quem conhece fica sem entender nada!!!
    Modestos

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  7. Achei seu comentário e texto racista. A começar por chamar uma personagem indígena de “pomba gira”, seu primeiro erro grotesco o dentro de racismo religioso. Querer reparação histórica é o mínimo que devemos aos povos originários. Que você não tenha gostado das questões estéticas que pairam a direção teatral, ok. Mas um espetáculo se faz por um propósito, este adotado por uma equipe que quis sim colocar o viés indígena em primeiro plano. Sugiro que você, na sua acadêmica visão ocidental branca européia entenda que sim, a arte precisa evoluir. O único jeito é quebrando barreiras. Sua visão é limitada, antiga e misógina. Sinto muito por você, meu caro crítico de blog.

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    1. Vai reconstruir um Picasso ou um Monet vai. Dá umas pinceladas lá vai... 🙄
      Claro que a arte deve evoluir, mas não refazendo obras maetras e sim, como disse o crítico, criando novas. Vai lá criar vai...

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    2. Não se reconstitui artes plásticas pela materialidade, mas comenta-se, contextualiza-se, critica-se. Basta uma rápida visita à Pinacoteca para você entender. Uma montagem de ópera, por ser intangível, pode ter o mesmo fim.

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    3. Lembrando ao colega anônimo que a personagem que foi chamada de pomba gira não é indígena. Quem foi chamada por esse nome foi o duplo da Ceci que na história é branca. Antes de escrever suas bobagens se informe, estude e depois critique.

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    4. Porque tanto incômodo por uma atriz indígena ter interpretado Ceci e nenhum incômodo de um solista branco ter interpretado Peri?

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  8. Continua esse negócio de "recontar a historia", tem de dar um jeito nisso gente, São Paulo, o colosso dos Estados, berço de raças, conquistou nos ultimos anos a dianteira nos espetáculos operisticos(e olha que mesmo com a propalada queda da Ópera) não é qualquer lugar que tem uma Sala São Paulo, e figuras do ramo do nipe do seu cenário.Desculpem mas pra mim isso tudo acontece como houve num determinado governo passado,onde quem mandava era a ignorancia refinada,e o que restou foi um Brasil manchado pelo bolor da estupidez.

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  9. A cultura está no fundo do poço. Está pelo avesso a patifaria no Teatro Municipal.

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  10. É uma pena que este autor e os usuários comentadores deste espaço - que é sim muito importante de divulgação e crítica de música clássica - sejam tão anacrônicos, parados no tempo. Não existe arte morta, parada no tempo. São documentos históricos, registros de uma época, que devem ser apreciados e lidos, mas sempre pensados e repensados criticamente. Quem critica esse olhar crítico perdeu o bonde, não entendeu nada, resta apenas esbravejar preconceitos anacrônicos.
    A nova montagem de Il Guarany é linda, atual, contemporânea, chama um público novo, interessado, ávido por conhecer ópera. Não destrói nem sequer maltrata a obra original. Muito pelo contrário, a enriquece. É como visitar o novo Museu do Ipiranga. A tela de Pedro Américo está lá, linda, maravilhosa; em sua frente, um painel a contextualiza e lança novos olhares, enriquecendo-na. Só olhar a tela sem pensar o que não está na tela não basta mais. Só ir à ópera como se estivéssemos numa Belle Époque cafeeira ignorando o escravismo e os apagamentos não basta mais.
    Não se extirpou nenhum balé como se escreveu aqui, se inseriu uma dança indígena, deixando a obra mais viva, mais intensa. Os duplos, mais do que "caminhando a esmo pelo palco", se colocaram presentes. Quando a presença de indígenas causa mais desconforto que sua ausência numa ópera denominada "Guarani", é porque tem algo de errado...
    Discordo que "quebrar a narrativa dramática a todo momento instaura-se mais confusão". Causa mais interesse. Basta uma visita ao Museu do Ipiranga supracitado ou à Pinacoteca para conferir como tem mais gente diversa e interessada presente do que anacrônicos preconceituosos.
    Por fim, é muito boomer usar o termo "politicamente correto". Há outras formas de nomear uma obra que foi apenas contemporanizada. A festa guarani na escadaria do Theatro, na saída do espetáculo, mostra que esse país é muito maior que anacronismo rasteiro.

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  11. É muito ridículo usar o termo "boomer". No Brasil. No século XXI.

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    1. boomer refere o período entre 1945 e 1964 e baby boomer os indivíduos nascidos nesse período do pós guerra e que se instalou a guerra fria - simplificando a geração hoje na terceira idade, que sucedeu a Geração Silenciosa é que foi . Sucedida pelas gerações X, Y e Z. Refere-se a uma categorização usado pelo marketing para estudar como direcionar comunicação com esses grupos.

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  12. Gostando ou não, esse é o momento que vivemos, de tentativas de reparação. Tudo ainda muito panfletário como tem que ser até que a poeira assente criando um novo momento. Melhor a ópera assim do que na gaveta. A montagem é confusa, cheia de excessos ingênuos, mas atendeu muitas expectativas de um certo público. Acredito que um dia possamos apreciar a maravilha dessa obra, colocando ela no seu tempo, sem levar um dedo na cara de acusação.

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  13. voces são ultra conservadores, cuidado com radicalismos(bozolândia)

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  14. A cada texto que posta, menos eu acho que o senhor entende de ópera. Gosta da concepção de meados do século XX sobre ópera, e não sobre a trajetória história ou dela como gênero vivo, imutável, e valorização do urtext.

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  15. essa gente que quer deturpar a arte, e chama de anacrônico, bozolino, mimimi... deviam estar carimbando papéis num escritório. bando de gente inculta, ridícula, com maneirismos querendo mudar os já é belo por si só. vcs são a escória da arte! começando pela direção dessa ópera, que deveria ser terminantemente proibida de voltar a dirigir, e esse maestro que matou a opera

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    1. A melhor coisa foi a música, o Maestro fez acontecer junto com os músicos maravilhosos da OSM e os solistas, alto nível.

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  16. Senhor editor, antes de escrever sobre ópera, aprenda a escrever. Seu português é nauseante.

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    1. Pois é, o cara não sabe nem escrever o português correto e vem falar que a remontagem foge ao "tradicional", não é "fiel" a original. Cheio do moralismo estético-cultural e não sabe escrever o próprio idioma....

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  17. Texto carregado de preconceitos e moralismos ultrapassados. É triste ver que o homem branco se sente ofendido por uma remontagem feita sob outra perspectiva. Que bom que estamos vivos pra ver adaptações e remontagens que buscam atribuir maior justiça e razoabilidade a obras criadas em contextos em que racismo e colonialismo eram normalizados. Aplausos à direção do Municipal que permite a criação plural e diversa da cultura, como deve ser, longe dos aforismos dessa laia que se entende superior e busca impor uma interpretação única da história e do que é cultura. Viva o pluralismo!

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    1. 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

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  18. Segue o que públiquei no meu perfil do facebook (sou do Rio de Janeiro): "A única vez que havia assistido à ópera "O Guarani" de Carlos Gomes foi numa versão concerto (sem montagem ou encenação). É realmente absurdo que tenha sido necessária toda uma vida para finalmente ver a ópera montada no Theatro Municipal de São Paulo. Infelizmente, era uma montagem que, com todas as boas intenções a respeito dos povos originários, atrapalhava a ópera. Pois ópera é principalmente canto e drama - há um libretto e não tem como mudar isso, muito menos a música, a não ser que se queira fazer outra coisa. Não dá para mudar o libretto ruim do Guarani, nem o livro de José de Alencar em que ele se baseou. Mas é uma ópera icônica, que precisa ser vista ao menos pelo seu valor histórico e emocional ("A voz do Brasil", né?). Não sou contra montagens arrojadas, desde que não atrapalhem a concentração no básico (o canto e o drama, a relação entre os cantores-atores). Esta agora nem era tão arrojada assim, mas os interlúdios com o grupo dos guaranis (curioso que acabei de vê-los no maravilhoso filme "Para´í") não combinavam em nada com a música de Carlos Gomes e quebravam a emoção; os duplos dos personagens principais, especialmente o de Peri, impediam que ele contracenasse com sua amada Ceci - algo que a direção só permitiu no terceiro ato e, mesmo assim, de maneira emperrada. Uma pena quando se tinha um Peri como o tenor paraense Atala Ayan, de nível internacional, bom ator e que ainda por cima tinha o physique du rôle. Os cantores em geral dos dois elencos (vi dois dias) estavam bem. Bateu uma "síndrome de Bob Wilson" e colocaram os vilões espanhóis num estrado , paradões - tinha até um certo gestual das óperas encenadas por Wilson, mas acho que não funcionou tão bem (e mesmo as encenações de Bob Wilson nem sempre funcionam).
    Valeu, mas fica a dica para os diretores que quiserem encenar ópera: leiam ao menos o libretto e respeitem-no. Respeitem o mundo da ópera. Se acharem que é uma ópera racista, machista etc e quiserem mudar, é melhor não pegar esse trabalho.
    A gente lê e vê coisas também pelo valor histórico. A cada dez páginas das "Metamorfoses" de Ovidio há um estupro narrado da forma mais natural possível; a "Ilíada" é um horror de machismo tóxico, e por aí vai. Não dá para mudar a História e as obras."
    Ah, e concordo que "Il Schiavo" é muito melhor musicalmente que o Guarany.

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  19. Caro Ali Hassan,
    - em tempos de tantas facilidades de pesquisa com um simples Goglee, até os anos 80 era necessário recorrer a bibliotecas especializadas para nos inteirarmos de culturas e linguagens que não constavam em currículos escolares.
    Nem por isso os grandes críticos deixavam de lado a responsabilidade de embasarem com seriedade suas análises e pontos de vista.
    Então não se justifica abrir mão duma pesquisa rápida, mesmo que via Goglee, antes de escreve qualquer desmerecimento e estranheza ao trabalho artístico seja dum expoente como Denilson Baniwa seja doutra seara a qual não esteja familiarizado.
    Qual finalidade numa escrita opinativa esvaziada de informação?
    Quando o mínimo que se quer e que se espera de quem se preste a escrevê-la é ter como base uma pesquisa consistente ou mesmo uma percepção intuitiva da própria sensibilidade porém sem preconceitos estéticos e o que é pior de caráter xenofóbico - o que reforça a necessidade de negar e inviabilizar alguém com cultura autóctone???
    É de se observar que muitas pessoas perderam noções básicas de respeito e civilidade e qualquer interdito ao se exprimirem - porém isso não faz delas exemplos a serem seguidos, ouvidos ou levados em conta - cabendo aos que tenham desde um mínimo de bom senso evitar promover cancelamento e caos pois que isso reverbera em cabeças e corações vazios e insensíveis.

    O alfabetismo visual é parte importante dos espetáculos teatrais, das pantomimas, da óperas pois dão elementos ao imaginário e contextualizam a narrativa da obra apresentada para fruição dos espectadores.

    Denilson Baniwa é um indígena da etnia Baniwa do Amazonas, multi-artista e curador de artes e não é desconhecido do contexto paulistano pois suas obras já foram mostradas no 33ª Bienal de SP, CCBB, Pinacoteca de São Paulo, CCSP, Centro de Artes Helio Oiticica, Museu Afro Brasil, MASP, MAR e Bienal de Sidney-Austrália, França etc
    Além disso curriculum de validação acadêmica.

    Ficou implícito e muito claro na sua crítica que isso incomodou, mais que possivelmente na estreia mundial que teve lugar no Teatro Alla Scala, em Milão, Itália, em 19 de março de 1870; que a concepção do Ailton Krenak um líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena e professor Honoris Causa pela UFJF e é considerado uma das maiores lideranças mundiais do ativismo ambiental.

    O TMSP tendo juntado esses “Peris” nossos contemporâneos na Ópera Il Guarany composta por Carlos Gomes incomodou, provocou e explicitou o rosto do compositor Carlos Gomes adornado!




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  20. Essa montagem foi um horror total. Saí traumatizado do teatro. O municipal deveria ter vergonha desse desserviço à memoria do Carlos Gomes

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