ÓPERA "IL GUARANY" DE CARLOS GOMES TEM MAIS UM NOVO SÓCIO. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
A turminha dos moderninhos não para de querer aparecer mais que a obra, dessa vez a vítima é o grande compositor Carlos Gomes. Já fizeram isso na ópera "Aida" de Verdi e não satisfeitos querem detonar a obra do gênio campineiro.
Soube alhures que tiraram o balé e colocaram algo que não condiz com o trabalho original. Vão inserir música indígena no lugar do balé,como disse Marcus Góes, Carlos Gomes tem muitos sócios no Brasil . O personagem Peri terá um duplo e sei lá mais o que! É mais uma vez o politicamente correto acabando, modificando e achando que pode tudo com a ópera.
Vejamos as palavras do "sábio" líder indígena Aílton Krenak sobre a ópera em artigo publicado no Universo Online. Primeiramente ele propõe uma leitura "decolonial e engajada da história" não faço a menor ideia do que seja isso. Depois ele escreve essa pérola " A música dos guarani é circular e serpenteia ao longo da encenação, trazendo uma nova temporalidade que nos coloca no presente e também nos projeta por sobre a ópera com uma visão crítica. Os cantos guaranis nos arremessam profundamente ao interior de uma trama crivada de situações estereotipadas". Disse palavras bonitas e sem o menor significado.
Lembro que a ópera foi composta no século XIX, a realidade era outra e o mundo era diferente. Respeitem a obra de Carlos Gomes, quem se incomoda com o tema que faça uma ópera defendendo suas ideias. Dilacerar a magnífica obra do maior compositor das Américas do século XIX, em nome do politicamente correto, é uma infâmia e um atentado ao "Il Guarany".
Existem poucas gravações da ópera "Il Guarany" em vídeo. No meu acervo tenho as citadas abaixo. Duvido que alguém da produção do Theatro Municipal de São Paulo tenha assistido alguma. Se quiserem mando cópias em DVD.
Recado para assessoria de imprensa do Theatro Municipal de São Paulo. A falta de profissionalismo de vocês é enorme. Não enviar material para esse Blog porque ele crítica o trabalho do teatro é de um amadorismo atroz. Vocês podem fugir, mas não podem se esconder.
Ali Hassan Ayache
Il GUARANY, Gueorgiev,
Stoyanova, Doykov, Prokopiev, Issakov, MEDAGLIA. The National Opera ,Sofia,
Bulgária, 1996. VHS/DVD com legendas em
português, 158 min.
Il GUARANY, Vanucci, Mazzaria, Han, Ribeiro, Luz , KARABITCHEVSKY. Teatro Alfa, São Paulo, 2000. VHS/DVD com legendas em português, Italiano, 151 min. Onde tudo começou, minha primeira ópera.
IL GUARANY,
Tank, Lessa, D’Ottaviano, Silva, JUAREZ. Convivência , Campinas, 1986. VHS/DVD
com legendas em português, italiano, 150 min.
Il
GUARANY, Bauer, Queiroz, Gallisa, Sperandio, Alvarez, Valle, Ayan, DUARTE.
Belém do Pará , 2007. DVD com legendas em português, italiano, 230 min.
Primeiro dvd de Carlos Gomes .
Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirO nosso querido teatro municipal está em decadencia, já faz um bom tempo. E "gerido" por moderninhos(boa, Ali) e corruptos.
ResponderExcluirLamentável.
ExcluirQue absurdo,uma prova de desrespeito ao nosso Carlos Gomes.A ópera não tem que ser modernizada,precisa ser apresentada como o autor a criou.
ResponderExcluirSim...
ExcluirTodos juntos em defesa
de nosso acervo.
Só falta agora, " modernizarem" nossa literatura. Aff...
Concordo com Elza Bastos Marcos.
ExcluirAdorei a adição! Deu nova profundidade ao enredo. Nada diferente do que já é feito há tempos em todas as casas de opera do mundo. Até porque, a arte não é imutável, com uma versão única. Qualquer artista sabe disso...do contrário, tentariamos somente reproduzir uma performance tida como referencial... Sem crítica, individualidade e criatividade.
ResponderExcluirquem escreve isso, não entende nada de música, nem de canto e nem de opera! os tempos estavam horríveis o maestro não entendeu a obra, a escolha de cantores baseada em pífios entendimentos de péssimos empresários. E por fim o encenador mutilou, bateu, machucou, e escarnecer da obra. espero que desta vez o público se digna a vaiar esse porcaria, pois não há outra palavra!!!
ExcluirPelo jeito quem
Excluirnão entende nada do que escreveu é você! Só aplausos e mais aplausos , viva 2023!
horrível! absurdo! deviam devolver o dinheiro empregado na produção desse "lixo" que dizem estar montando como opera! uma profunda ofensa a Carlos Gomes! as gravações citadas são muito boas! a do Municipal não serve nem como espetaculo mambembe! o encenador devia ser proibido de se relacionar com essa linguagem, ou que vá aprender com Jorge Takla, como se faz ou veja vídeos de Zefirelli...simples assim.
ResponderExcluirPaciência meu caro! Quanto mais se fala dessa montagem, mais ela ganha força, até porque está com ingressos esgotados até a récita extra . Falem e falem, foi incrível. Emocionados pela inclusão do povo Guarani do qual você deveria ter orgulho. Ah, e vc é músico? Lê partitura? Canta? Não há um espetáculo no TMSP que não esteja lotado. Apareça mais vezes e se envolva mais para ajudar e não atrapalhar
ExcluirAté RAP na periferia lota!
ExcluirEntende mesmo, né? Comparar Rap com Opera hahaha Piada. Pelo jeito você não frequenta o Theatro. Lotar 9 apresentações da Opera O Guarani é só mesmo para os fortes! Amando o Ibope dado à essa montagem. O Theatro deve agradecer por isso .
ExcluirFoi MARAVILHOSO!!! Cantores superlativos , orquestra deslumbrante, coro magnífico, montagem NECESSÁRIA, público efusivo! Cada vez mais vemos o envolvimento do público, do cidadão com a Ópera! Saímos de lá deslumbrados ! Quem fala mal é porque ainda tem em si o preconceito, traz o ódio, traz inveja ! Que um dia possamos cantar o que a Ceci canta : “Todos devemos amar”!!!! Que é o lema do Guarani!!
ResponderExcluirÉ isso aí, é inveja ! Minha neta é Produtora Cultural do Theatro Municipal de São Paulo e fez parte da produção "O Guarani e todos participantes foram indígenas. Foi Um belíssimo espetáculo !!!!
ExcluirVerdade absoluta!!!
ResponderExcluirDevido ao patrulhamento ideológico e ser um personagem razoavelmente público, sou obrigado nesta atual "democracia" a permanecer covardemente anônimo.
ResponderExcluirEm relação à montagem em epígrafe, concordo plenamente com as posições de Ayache! Destaco que ele é um dos poucos - se não o único! - crítico de música desvinculado de qualquer posição nas casas de ópera de São Paulo. Em que pese meu respeito e carinho, os outros críticos não conseguem imparcialidade mínima, uma vez que volta e meia são contratados para escrever as resenhas nos programas, ser curadores, ou ainda, travestidos de "imortais", vendem [sic!] comendas irrelevantes para artistas inocentes.
Bravo! Pq ao invés de quererem mudar obras dos "grandes", dando um olhar inviesado e descabido às mesmas, esse pessoal "moderninho" não compõem algo grande, como estas obras que querem dar uma nova roupagem/montagem? Incompetência que chama? Falta entendimento musical? Estudar música? Ou talento?
ExcluirÉ muita pretensão não é mesmo?
Sei não quem é você , crítico influente anônimo, até porque na música clássica , operistica são muito poucos os que representam e os mais importantes já escreveram as críticas e foram muito bem colocadas , entenderam a proposta. O Ali mostra a cara e não tem medo. Respeito muito a opinião dele. Continuem dando Ibope para O Guarani! Isso é Bárbaro, momento histórico da vida .
ExcluirQuerem "modernizar" a ópera.
ResponderExcluirE as grandes obras da pintura, ninguém retoca?
Boa,adaptações pra modernidade são inevitáveis + o respeito a obra original é imprescindível.
ExcluirAssistir a um concerto no municipal é um misto de programa de auditório, tipo Silvio Santos vem aí... com um pouco de Revista Caras & Entrega do OSCAR, com os super astros descendo a escadaria do Theatro em tapete vermelho após o espetáculo. Um pouco "forçado" e artificial esse glamour tupiniquim e meio brega . Deslumbrado define bem esse novo público nos concertos e óperas.
ResponderExcluirParabéns, Ali Hassan,
ResponderExcluirpor sua visão clara e precisa ao explicar que grama não é azul e que chaminé não é caixa d'água. Penso sempre ser legítima a releitura de uma obra de arte por outras gerações, quando estas a realizam na forma, mas não no conteúdo. Não raro, um novo meio revelando sentidos e significados antes velados numa obra pretérita, através de uma leitura do significante com linguagem contemporânea, cria pontes de entendimento e gera valor justamente por trazer à luz o conteúdo da obra, que será sempre atemporal se expressar questões pétreas e imutáveis da natureza humana.
Contudo, não é o que experimentamos nesse tempo de inversão radical e desabusada de valores que vivemos. No que diz respeito à ópera, às vezes tenho vontade de gritar, nos ouvidos de alguns encenadores, que ópera não é Teatro musicado, mas Música encenada. Aí penso duas vezes e acabo resolvendo não alardear o assunto, especialmente quando vejo, nos aplausos finais de uma récita, ao invés da principal solista chamar o representante do compositor e de todos os músicos que tocaram a obra, que é o maestro, o intérprete final dessa grande reunião de artes, ao contrário, deixa para chamar por último o encenador, esquecendo, ou 'cancelando' o fato de que pode-se ir assistir a um 'Fidelio' em concerto, só legendado e livre de cenários, figurinos e representação, mas nunca poderão montá-lo só com cenários e personagens vestidos a caráter, porém passeando mudos, num espaço sem música. Quando se vai assistir ao Otelo de Verdi, quantos sabem que o libreto teve origem no Otelo de Shakespeare? Aí, se a gente aponta e diz que "o rei está nu", os mal resolvidos vêm dizer que o maestro só está falando isso por querer chamar a atenção sobre si, para afirmar que a direção mais importante na montagem de uma ópera é a dele, do maestro.
Enfim, tem coisa pior, mas que nem vale a pena citar. Melhor seguir em frente. Um dia o pau quebra e a casa cai. (RR, 19 set 2023)
O politicamente correto vem pra acabar com as tradições na arte,na família e principalmente nos costumes,e o pior é que usam as gerações vindouras como nas pra disseminar essa praga, parabéns para quem defende as tradições
ResponderExcluirCaro redator. Se você não entende o que significa decolonialidade, simples: vai estudar. Vai aprender o que é opera e como ela é viva e está sempre mudando e se atualizando, não é
ResponderExcluiruma arte de museu, estática, como você e alguns de seus colegas gostariam que fosse. Todas as
Ideias foram boas nessa montagem? Não, como em qualquer montagem seja ela tradicional ou não. Porém criticar a iniciativa feita de não retratar o indígena como caricatura mostra um lado seu mais alinhado com o conservadorismo e o racismo do que parecia que você tinha. Está soando quase como um bolsonarista, infelizmente. Em tempo, nenhuma assessoria de imprensa, seja lá de onde for, tem obrigação de enviar material pra blog informal. Melhore caro sr., melhore.
Está soando quase como aquelas meninas que entraram no museu para jogar molho de tomate no quadro da Monalisa. O mesmo tipo de discurso, o mesmo tipo de pensamento. Ohhh gente chata.
ExcluirOs tradicionalistas da ópera são os mesmos que querem continuar vendo o Jesus loiro de olhos azuis dos filmes de Holywood, porque isso é um "clássico"!
ResponderExcluirAquele busto de Antônio Carlos Gomes que está acima do palco do municipal, no centro da boca de cena, deveria ser substituído, por respeito e consideração ao maestro e compositor Campineiro. No seu lugar poderiam colocar a imagem do busto de outro Antônio, o Gramsci, pois combina mais com a atual direção da casa. ( Perdoem a ironia).
ResponderExcluirParabéns Ali. A gestão do Municipal está um lixo.
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