DINHEIRO PÚBLICO A SERVIÇO DO NADA. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

        

   A título da pandemia do Coronavirus, o mundo tomou um novo rumo no que se toca ao âmbito da música lírica e também no campo sinfônico, música coral e espetáculos de balé. Sabe-se, que em vários países, foram canceladas temporadas de óperas como também as sinfônicas. 

       O diferencial é que, por outro lado, organizaram-se cursos, masterclass, oficinas de cenotécnica, cenografia, figurinos, adereços  afim de driblar a ausência dos espetáculos e proporcionar uma formação aos interessados nesse ramo da arte . Quando me refiro a isso, exclui-se o Theatro Municipal de São Paulo, que nada fez em favor da formação mencionada. Limitou-se a cancelar toda a sua programação deste ano de 2020, atitude muito cômoda para a administração artística do teatro.
    Lembrando que o citado teatro é administrado por uma burocracia inchada, onde três instituições lutam pelo comando. Temos nessa peleja a Secretaria Municipal de Cultura, o Instituto Teatro Municipal e a recém nomeada provisoriamente organização social Santa Marcelina Cultura.
        O Teatro da Paz, em Belém do Pará, organizou o seu Festival de Opera nesses moldes de formação artística, como também o Palácio das Artes de Minas Gerais, incluindo-se ainda,  alguns recitais de música de caráter camerístico, preservando assim os cuidados com a Covid-19 que invade o Universo (ambas divulgadas  neste Blog).  
         No Metropolitan de Nova Iorque, os corpos artísticos da referida instituição, interromperam os seus contratos e o Estado tomou a responsabilidade de manter os seus integrantes, que serão recontratados, somente quando a pandemia amenizar o suficiente,  para que se possam retomar as atividades artísticas em uma temporada sucessiva. O mesmo acontece em outras companhias norte americanas, como O Chicago Opera Lirica, que cancelou sua aguardada apresentação de Cycle of the Ring de Wagner, pagará 10% a seus cantores, disse a empresa. O Atlanta Opera, uma companhia regional menor, pagou seu elenco pelas duas apresentações canceladas de "Porgy and Bess". O Houston Grand Opera disse que vai pagar aos artistas 50% de seu salário por apresentações canceladas de "Salomé" de Strauss e " A Flauta Mágica" de Mozart.
          Seguindo o exemplo dos teatros americanos acima citados, não é justo pagar-se aos cerca de quatrocentos artistas integrantes do TMSP (músicos instrumentistas, coralistas e bailarinos do Theatro Municipal de São Paulo  dos corpos artísticos) integrais vencimentos, a troco de todas as atividades canceladas e um disfarce de lives nada interessantes colocadas na Internet. Dinheiro público é coisa séria ! 
Ali Hassan Ayache

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