MELHORES E PIORES DE 2023 PELO BLOG DE ÓPERA & BALLET: PIOR ESPETÁCULO DE ÓPERA.
Cena da ópera Il Guarany, foto Internet
A ópera Il Guarany apresentada no Theatro Municipal de São Paulo nem o Framboesa de Ouro merecia. Foi a pior montagem desse século, todos se esforçaram para destruir a musicalidade de Carlos Gomes. O mais abusivo é que alguns aplaudem a sacanagem que fizeram com a obra.
Recadinho para aqueles que dizem que não posso fazer esse quadro: tenho todo o direito de opinar sobre determinada produção. Abri esse blog para qualquer um enviar texto para publicação, sabem quantos enviaram? Zero. O convite continua de pé.
Esse Blog é o campeão de acessos em sua categoria no Brasil. Todos adoram dar uma olhadinha porque escrevemos verdades que os "colegas" reis dos tapinhas nas costas e dos elogios pós-récita não tem coragem de falar.
Abaixo trecho da minha crítica publicada nesse Blog sobre a ópera Il Guarany:
A montagem navega por mares tortuosos, concordo que cada um tem o direito de mostrar sua visão da obra. O que nenhum diretor cênico tem direito é de extirpar e acrescentar trechos em uma obra composta no século XIX. O mundo era outro, as pessoas e os conceitos de certo e errado eram diferentes. Transportar para contextos históricos atuais obras do passado corre-se o risco de deturpar o original. E foi exatamente isso que aconteceu. A direção cênica tem muito cacique, um monte de nomes aparecem como diretores no programa. Querem fazer justiça histórica deturpando a obra prima do gênio campineiro. Os principais são Ailton Krenak e Cibele Forjaz. Extirparam o balé e acrescentaram diversas danças e cantos indígenas. A preocupação com a causa indígena era tanta que esqueceram que a obra é uma história com início, meio e fim. A preocupação é demarcação de terras e aniquilação da cultura.
Ceci e Peri tem um duplo, um figurante que fica caminhando a esmo pelo palco. Toda de vermelho a figurante da Ceci parece uma pomba gira perseguindo o soprano nos primeiros atos. Esta que nada acrescenta foi mais aplaudida que o soprano.
Ao espectador que não tem contato com ópera fica a confusão da narrativa. As cenas não contam uma história, são jogadas uma atrás da outra sem nexo. Não existe diálogo e ligação entre elas.
A dança juntamente com os cantos e a música indígena acrescentados a toda hora são simples e de grande beleza de ritmos, mas quebram a narrativa dramática a todo momento instaurando mais confusão.
Quem quer defender uma causa e ser politicamente correto aderindo aos modismos do momento tem todo o direito de fazê-lo. O que é errado é deturpar uma obra prima composta no século XIX.
Quer valorizar a cultura indígena que componham novas óperas, balés ou musicais. Por que não o fazem? Porque não tem capacidade, é fácil destruir o que já está feito é e um sucesso Construir o novo é complexo e exige trabalho em demasia e talento. Virtude que os encenadores dessa ópera não têm. Jogam para a plateia, ficam no modismo de revoltar-se com uma causa e lutar contra as injustiças sociais do passado. Ao invés de comerem tapioca optam pela nutella.
A sorte é que as produções do teatro não são guardadas para futuras apresentações, óbvio que isto deveria ser feito e é óbvio que eles não o fazem. Provavelmente ninguém mais assistirá essa ópera no teatro novamente, ficam as gravações como recordações póstumas.
A alegação que todos os ingressos foram vendidos e abriram recitas extras não é sinônimo de qualidade. A carência de cultura é tanta que todas as óperas do Theatro Municipal tem casa cheia. Se tivéssemos mais de vinte títulos por ano até cabe aceitar os revoltados com a história de plantão com suas versões exóticas. Como não temos mais de cinco fica duro de aceitar tais bobagens.
Excelente crítica. O mundo a "ópera" está transitando por caminhos obscuros. O vírus está se espalhando rapidamente. Em breve, muitas montagens terão co-compositores e "diretores" destruindo de vez o que de belo já foi concebido na Ópera. Lamentável 🥹
ResponderExcluirComo já tinha dito, no mundo invertido da Revista Concerto, essa encenação foi eleita a melhor do ano! Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirEsse mundo invertido da revista Concerto é o culpado e também a administração do Theatro Municipal, que mandou e-mails para os frequentadores do teatro, pedindo para votar no "il Guarany" como o melhor espetáculo de ópera de 2023. Certamente, muitos compraram a ídeia e lá votaram a favor do pedido. A Concerto também agiu assim e, com todos os votos, elegeram o melhor espetáculo do ano. Enviaram pois, para a Opera Latinoamerica que elevou cegamente e sem presenciar o evento em 2023, como o melhor espetáculo de 2023 de toda a America Latina. Como se vê, é uma farsa encomendada pelo próprio Municipal de São Paulo, nas mãos da Sustenidos e compactuada pela Revista Concerto.
ResponderExcluirA verdade é que aqueles que votaram a favor, nunca viram uma encenação tradicional do Guarany, e por isso mesmo, sem referenciais, aplaudem a tudo o que se vê. Eleição portanto, desonesta e mentirosa, por vias deturpadas e desviadas da verdade.
Então por trás dessa eleição teve essa trama? Só isso explica esse resultado. Se tudo isso for verdade, tudo se encaixa! Isaac Carneiro Victal.
ExcluirVerdade sim senhor. Maquinaram tudo para encaixar a vitória perante o medíocre.
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