JÁ VAI TARDE! NESTROVSKI NÃO DEIXARÁ NENHUMA SAUDADE. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

   


   Sempre fui contra as excursões da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo pelo mundo afora, em textos anteriores defendi a necessidade de uma orquestra estadual, financiada em sua maioria com dinheiro público, se apresentar na sua sede e excursionar pelo Brasil, promovendo a cultura e exibindo uma das melhores orquestras nacionais aos brasileiros. A Europa, Àsia e América do Norte já estão lotadas de grandes orquestras, não se interessam pelas nossas e nós não precisamos do reconhecimento deles. 

   Existem diversos teatros pelo país em condições de receber a Osesp. A direção representada pelo ex-diretor artístico Arthur Nestrovski sempre pensou diferente e levou a orquestra a tocar em muitos continentes. Como se isso fosse o máximo da erudição tupiniquim. A última foi no Carnegie Haal em Nova Iorque que inflou os egos da direção. O problema é que essa viajem custou milhões e trouxe  pouca repercussão na imprensa internacional. Como se isso fosse de grande importância. Teria sido esse um dos motivos da dispensa de Arthur Nestrovski da OSESP ?

   Nestrovski ficou como diretor artístico por 13 anos, sua administração se caracteriza por diversas lambanças: Cultuar sua própria imagem, fazer seu próprio texto para a Nona Sinfonia de Beethoven (essa foi o máximo), adorar um microfone, não era chegado a dialogar com os frequentadores assíduos e assinantes, elitizou a OSESP com o aumento o valor dos ingressos (a alegação que tem apresentações gratuitas é papo furado, essas são somente no Domingo de manhã vez ou outra e com orquestras e solistas de segundo escalão, o filé mignon fica somente para os ricaços), fim do ingresso da hora, cobrança absurda do estacionamento em um terreno público, perda de milhares de assinantes, programação repetitiva (Marin Alsop adorava enfiar Bernstein), contratação de solistas estrangeiros em detrimento dos artistas nacionais mesmo tendo eles mesmo nível (lembro de gringos vindo aqui para cantar uma peça de dois minutos), contratação de regentes titulares caros e que pouco se interessaram pela orquestra vide Yan Pascal Tortelier e Marin Alsop

   Tempo demais no poder desgasta, defendi a alternância de poder em texto publicado nesse blog em 2022. Será esse mais um dos motivos da demissão de Nestrovski?

   Humildade não era o forte de Arthur, raras vezes o vi conversando com os frequentadores da Sala São Paulo. Ele pode ter mil motivos de não gostar de mim e não conversar comigo, mas fazer a social com a galera é algo interessante. Ele gostava mesmo era de ficar dando atenção aos bacanas e importantes onde adorava mostrar seu inglês fluente. A vingança é um prato que se come frio. Em pesquisa interna realizada pela OSESP ele foi muito mal avaliado. Será esse mais um dos motivos de sua demissão?

   Recado para o Arthur. Caro colega, aqueles que lhe dirigiram sorrisos e toda a atenção do mundo não o fizeram pela sua pessoa e sim pelo cargo que você exercia. Demitido e sem poder acabaram os afagos, os tapinhas nas costas, as gentilezas e as conversas com autoridades. Os amigos desaparecerão e o ostracismo virá. Você vai sentir falta, entendo, qualquer um sentiria, eu mesmo sentiria. 

   Agora é curtir seu violão, pode me convidar para suas apresentações que eu irei com prazer, já que por você nunca fui convidado para nenhuma apresentação da OSESP, nem material de imprensa sua assessoria se dignava a enviar.

P.S. - Prêmio de consolação:  O nome do acervo de dois mil livros localizado na mediateca da Sala São Paulo recebe o nome Arthur Nestrovski.

Ali Hassan Ayache

   

   

  

Comentários

  1. Nos livramos do parasita! figura lamentável, inventando factóides e bobagens para justificar seu posto. Sempre foi um MC ( mestre de cerimonias), um enrolador, sem condiçoes de exercer seu cargo.
    Sem moral com os músicos, arrogante e vaidoso. Osesp piorou muito com ele e essa direção que escolheu ele. Conselho da Osesp só tem empresário, economista, editor de livros, tudo menos gente da area
    musical; Não entendem do assunto e escolhem qualquer mané para "direção musical", coisa que Nestrovski nunca fez e não sabe.
    Olha a lambança: quando escolheram o pateta Nestrovski como diretor musical, foram contratados assessores americanos para elaborar as primeiras temporadas! por que escolher alguem que não sabe nada???? Era só contratar um maestro, um musico classico... Bizarro.
    Osesp precisa melhorar musicalmente, está muito irregular e sonoridade
    ruim.
    Assinante da Osesp

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  2. Nos livramos ! figura lamentável, inventando factóides e bobagens para justificar seu posto. Sempre foi um MC ( mestre de cerimonias), um enrolador, sem condiçoes de exercer seu cargo.
    Sem moral com os músicos, arrogante e vaidoso. Osesp piorou muito com ele e essa direção que escolheu ele. Conselho da Osesp só tem empresário, economista, editor de livros, tudo menos gente da area
    musical; Não entendem do assunto e escolhem qualquer mané para "direção musical", coisa que Nestrovski nunca fez e não sabe.
    Olha a lambança: quando escolheram o Nestrovski como diretor musical, foram contratados assessores americanos para elaborar as primeiras temporadas! por que escolher alguem que não sabe nada???? Era só contratar um maestro, um musico classico... Bizarro.
    Osesp precisa melhorar musicalmente, está muito irregular e sonoridade
    ruim.
    Assinante da Osesp
    Desculpe assinante, tive que suprimir duas palavras. Ali Hassan Ayache

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  3. Estátua de pé de barro, um dia cai.

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  4. Exatamente.
    Concordo com você Ali.
    Quem era Nestrovsky antes da osesp?
    Quem o colocou lá? E por que?
    Lembro que comentavam: um tocador caseiro de violão!!
    Enfim... já era. Alguém acordou!
    Lembro bem da fase glamourosa e épica da osesp, e lembro bem de quem a dirigia!

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  5. Quem era Nestrovski antes da Osesp? Eu não faço a menor idéia! No final das contas, a instituição fez muito mais por ele do que ele pela instituição. Já que a orquestra não é responsável pelo seu próprio futuro, aguardamos ao menos líderes realmente interessados em fazer a orquestra grande novamente, e não apenas os vaidosos, interessados em usar a orquestra como um degrau social.

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  6. O problema não é apenas a personalidade de um ou outro diretor, mas sim toda a história da OSESP: uma orquestra pública com servidores públicas que foi capturada e elitizada pelo tucanato eurocêntrico tupiniquim, que a vende como a suprema orquestra de nível mundial num país que já tem grandes músicos e tradições musicais. E o Neschling ? E o Minczuk ? E periga agora, com o Tarcísio, de ser entregue para picaretas filhotes da ditadura, como o João Mão-Leve Martins, irmão do fascista Gandra.

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    1. Essa mania de superestimar algumas coisas, as coisas voláteis que respondem consequentemente à outros (bons maestros) e subestimar a prata da casa, pq é chique e traz correlações.
      A osesp é uma orquestra com potencial grande que responde muito bem à uma boa regência.
      Vendo pelo conjunto da obra, Neschling (seu grande administrador) leva ouro.
      E não tem pra ninguém.

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    2. Tudo tem um custo e custos devem ser discutidos. A viagem da OSESP aos EUA foi quase totalmente financiada pelo estado e por patrocinadores através de renúncia fiscal. Lá o impacto é pouco relevante, mas aqui, no mundinho brasileiro e na Paulicéia Desvairada, fica parecendo ser o maior evento da história. A assessoria de imprensa declara que foi a primeira orquestra brasileira no Carnegie Hall , quando a OSB já tocou lá há mais de 40 anos. Com a mesma verba dispendida se consegue promover dezenas ou centenas de eventos no Brasil, com muito mais alcance social e artístico.

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    3. Errado, a Lei Rouanet não permite o financiamento de concertos fora do país. A turnê foi inteiramente financiada por empresas fora do incentivo fiscal. A imprensa divulgou que a OSESP foi a primeira orquestra Brasileira convidada pelo Carnegie Hall para participar de sua série de concertos com orquestras internacionais. A série provavelmente não existia na época de que a OSB lá se apresentou. O Carnegie Hall pode ser alugado por qualquer pessoa, então está aí a diferença.

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  7. E muita felicidade junta: bozo fora, nestrovski fora

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  8. Mais do que na hora de dar o fora daí ! Tchauzinho Nestrovski.

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