MAIS UMA NABUCCADA NO THEATRO MUNICIPAL DE SP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

 


Nabuccada I -  A primeira Nabuccada ocorreu em 2017. A ópera Nabucco com produção e direção do Cleber Papa feita com escassos recursos não foi a das mais convincentes, eu era feliz e não sabia, a apresentada em 2024 é mais cara e bem pior.

Nabuccada II -  A diretora Christiane Jatahy faz uma versão moderninha e nada compatível com a ópera. É mais uma que utiliza todos os clichês em moda na atualidade. Imagens projetadas, outras gravadas ao vivo, coro na plateia, figurinos com roupas do dia a dia, espelhos que se movem e mais uma imensidão de bobagens que são tudo menos Nabucco. A diretora quer ser maior que o compositor, aparecer mais que ele, que tal compor sua própria ópera e deixar a obra-prima de Verdi em paz.

Nabuccada III - Caso o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes estivesse na plateia mandaria prender sem direito a fiança quem escalou o soprano Marsha Thompson. Voz inadequada para a personagem Abigaille que sai mais gritada que afinada. Sem cor e brilho e sem currículo para tanto, só canta esse personagem no Brasil.

Nabuccada IV - O órgão do teatro sempre quebrado, dessa vez fez falta.

Nabuccada V- Merecidos os apupos que a diretora levou na estreia. Pena que não foram todos os que se revoltaram.

Nabuccada VI - Os jovens que foram assistir a essa ópera além de não entenderem nada nunca mais voltarão.

Nabuccada VII - Ano que vem dizem que teremos a reapresentação da ópera Il Guarany e a montagem de Macbeth de Verdi. 

Nabuccada VIII - Pelo andar da modinha nutela em breve os solistas soltarão flatulências no palco e os moderninhos vão aplaudir como se fosse a genialidade de um Zeffirelli.

Nabuccada IX - Inventaram um interlúdio final composto por Antonino Fogliani decepando a cena final original da ópera.

Nabuccada X - Primeira vez que ouço ópera com gravação em alguns trechos. 

Nabuccada XI - Como sempre fazemos produções novas ao invés da guardar e reativar as antigas para reduzir custos como fazem todos os teatros do mundo. Somos "muito ricos" e por isso não precisamos de um acervo de óperas. Um Nabucco em 2017 e outro diferente em 2024 é como jabuticaba, só tem no Brasil.

 - O Coro Lírico sob comando de Érika Hindrikson foi o destaque apesar de quase sempre estar separado. Tirou leite de Pedra. 

- A regência de Roberto Minczuk fez o que pôde para salvar e dar fluência as bobagens da direção. Extraiu como sempre boa sonoridade de sua orquestra.

- Os demais solistas mantiveram bom nível. Destaco Savio Sperandio, Alberto Gazale, Enrique Bravo e Luisa Francesconi.

Ali Hassan Ayache 




Comentários

  1. Excelente crítica, ainda bem que há quem escreva as verdades aqui neste espaço virtual. Há que se acrescentar:
    A banda sul palco é colocada de praxe atrás do cenário ou nas coxias do fundo do palco. Nesta produção o maestro Minczuck nos trapaceou. Colocou uma gravação, preterindo os músicos da Sinfônica ou ainda alguns dos melhores alunos da Escola Municipal de Música, que poderiam dela participar. Uma trapaceada, um dolo e uma fraude ao público paulistano.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você persegue o maestro, né? Ele te fez alguma coisa ? Sempre amargo nas suas palavras

      Excluir
    2. Existiu o grito de "Palestina livre" sim, em 2 ou 3 récitas em momentos diferentes...mas não veio de nenhum músico da casa e sim do público.

      Excluir
  2. Uma pena, a tomar-se ao pé da letra a critica do editor, São Paulo está jogando fora muitas iniciativas culturais.Excelentes salas, bons profissionais, apenas relebrando ares a Tunico e Tinoco....já é tempo de uma sacudida nesse clima.

    ResponderExcluir
  3. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

    ResponderExcluir
  4. Roberto Minczuk é o único maestro no panorama lírico nacional? Parece mentira que ele dirija quase a totalidade das óperas no Municipal. Alguém já questionou ou comentou isso? É para uma amiga minha que não entende muito de cacicadas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. pelo que soube o maestro tem que reger 70% de todas as recitas, é obrigação colocada pela fundação theatro municipal, acho isso um absurdo! Mesmo sendo ele o nosso maior maestro brasileiro atualmente.

      Excluir
  5. Estive lá. Senti-me num making of de propaganda da C&A.

    ResponderExcluir
  6. É curioso ver como de fato o dinheiro não compra duas coisas: tempo e bom gosto.
    Pelas críticas que leio o Municipal de SP mais erra do que acerta.
    Sou carioca, frequento o Municipal do Rio e por aqui é perceptível o esforço das gestões artísticas e executiva para fazer o que possível da melhor forma.
    Aqui, eu acho as ópera em geral com leituras mais perto daquilo que achamos o tradicional, sem grandes invenções e modernismos que só servem para gastar dinheiro e não acrescentam à montagem.
    Por conta dos regime de recuperação fiscal o Estado do Rio não pode dar reajustes aos servidores do Theatro e sonham com um concurso para repor as mais de 500 vagas não preenchidas na fundação. Ainda assim vai rolar reforma na caixa preta do palco (faltando apenas os elevadores), aquisição de cadeiras, estantes e luminárias para a orquestra, pintura interna e externa do prédio. O TMSP tem um órgão que não funciona e goteiras no fosso.
    Estamos de mal a pior. ☕

    ResponderExcluir
  7. Marco Antonio Seta disse: O Theatro Municipal de São Paulo está sendo apontado como o melhor teatro de ópera do Brasil. Dá para acreditar nisso ? Apresentando óperas mutiladas, trapaceando o público em várias tangentes, escalando cantores sem as mínimas condições para os correspondentes personagens, com intervenções alheias à partitura original e interlúdios estranhos completamente fora do estilo da ópera,.Tudo isso somado a um órgão quebrado durante toda a gestão desse maestro titular, (2017-2024); órgão este com sonoridade de catedral (de tubos) da marca Tamburini, instalado na sala de espetáculos do teatro durante o biênio de 1968/1969; um instrumento de som maravilhoso e que só engrandece quando de sua participação nas óperas ou nas peças de concerto, apenas para exemplificar: na terceira sinfonia para órgão e orquestra em dó bemol, em memória a Franz Liszt, de Camille Saint-Saens, mestre que foi, por duas décadas, como organista da Eglise de la Madeleine; somando-se às inúmeras sinfonias de autores diversos, como a oitava Sinfonia de Mahler ou mesmo a Sinfonia nº 2 desse compositor austríaco. Esclarecendo aqui, que essas foram esquecidas nesta gestão de oito anos seguidos, com a exclusão do citado órgão.

    ResponderExcluir
  8. Amargo??? Persegue? A verdade dói! Tempos rápidos demais, Vá pensiero, arrastado de tão lento, muitos "cortes" no texto e partitura original (; cortes nobres de carne de primeira, coisa de açougueiro). Figurinos saído de um brechó, vozes que não combinam com o personagem. O supra sumo da direção artística tupiniquim, se achando moderninho por conta de mais uma lacração. O público do municipal aceita qualquer coisa.

    ResponderExcluir
  9. Mudanças urgentes no Teatro Municipal mediante todos esses depoimentos do público e da crítica aqui constante. Câmara Municipal e Ministério Público se façam presentes.

    ResponderExcluir
  10. teatro decadente, programação rídicula, antro de corrupção.

    ResponderExcluir
  11. Josias Teófilo na Crusoé: Um palco para a enganação
    Theatro Municipal de São Paulo engana o público com dinheiro público

    avatar
    Redação O Antagonista
    Já há três meses estavam esgotados os ingressos no Theatro Municipal de São Paulo para a ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. Mas quem foi ver a ópera encontrou algo diferente do anunciado.

    De cara, chama atenção o “cenário”, com um grande espelho móvel que de início reflete o maestro no fosso da orquestra, e um grande tecido drapeado que é incorporado ao vestido da protagonista ao centro de um tablado de madeira.

    O espelho se divide em partes, e se move durante todo o espetáculo. Também serve como tela de projeção, onde filmagens feitas ao vivo são reproduzidas – closes dos protagonistas cantando, múltiplas imagens sobrepostas, e até imagens feitas pelos cantores segurando a câmera enquanto cantam (o que é algo bem esquisito, para dizer o mínimo).

    Tantos elementos precisavam ser harmonizados em função do enredo da ópera. Só que isso não aconteceu. Na verdade, a montagem é altamente dispersiva: vemos, por vezes, no palco ao mesmo tempo, o coro, os cantores, a projeção da imagem dos cantores, o reflexo do coro no espelho – é informação demais para assimilar, informação que não tem função dramática.

    Mas o pior ainda está por vir: a diretora Christiane Jatahy cortou cenas inteiras da ópera, como a cena da aliança de Zaccaria com Nabucco, todo o trecho inicial da primeira parte do terceiro ato, e ainda fez acréscimos: uma peça musical não composta por Verdi foi acrescentada ao final, escrita recentemente por Antonino Fogliani. No final, foi acrescentado também uma repetição do famoso coro “Va’, pensiero” a capela, com o coro posicionado na plateia.

    Todas essas alterações tem uma função clara: a politização do enredo da ópera e tentativa de atualização para os dias atuais. O que, aliás, é uma tentativa fadada ao fracasso: trazer a história do rei Nabucodonosor II da Babilônia para o ano de 2024 não tinha a menor chance de dar certo.

    O coro estava vestido com roupa atual, pareciam ter entrado no teatro com a mesma roupa que vieram do metrô, e o enfoque racial e identitário se revelava a todo momento, nos closes e na falas, chegando ao ponto de um integrante do coro gritar “Palestina livre”.

    ResponderExcluir
  12. Se o Theatro Municipal está assim hoje, com a administração da O.S. SUSTENIDOS, do prefeito Ricardo Nunes, imaginem o que virá após a reeleição ou então com a troca da administração para o Boulos/Marta. A lacração na programação só vai piorar. R.I.P. THEATRO MUNICIPAL.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não adianta poilitizar, direita e esquerda são muito mais parecidas que vc acha, a corrupção é uma só, tudo a mesma porcaria. extremistas são sempre piores.

      Excluir
  13. Continuar como está é que não pode continuar. Precisa mudar o maestro titular e a Sustenidos Organização Social de Cultura.

    ResponderExcluir
  14. pode esperar: sustenidos vai acabar em caso de polícia e briga judicial, como todos que estavam antes... a briga pela verba é grande, e a corrupção e roubalheira tambem...

    ResponderExcluir
  15. Marco Antônio Seta disse: Enquanto não mudarem o maestro titular da OSM e a diretoria do Theatro Municipal, vai continuar essa turma da lacração, da destruição de suas originalidades, da mutilação das partituras e a deturpação total de época, ambientação e estilo das mesmas. É o desmanche das óperas !

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas