ÓPERA DO CLAUSTRO ESTREIA NO TEATRO HERMILO BORBA FILHO EM CURTA TEMPORADA.
Produção inovadora reúne duas óperas simultâneas em uma única “ópera-instalação”, misturando influências que vão de Franz Kafka a Nelson Rodrigues
Imagine uma ópera que combina Franz Kafka, Guillaume Apollinaire, Andrei Tarkovski, Joseph Beuys, Pitágoras, Ovídio, Santa Teresa d’Ávila, Nelson Rodrigues, Miró da Muribeca, pós-serialismo, minimalismo e música brasileira... Este trabalho existe, chama-se Ópera do Claustro.
A obra foi realizada por dois artistas, possuindo dois libretos independentes e duas escritas musicais altamente contrastantes. Importante: Artista da Fome, de autoria de Armando Lôbo, e Desachados e Perdidos, de Victor Luiz, serão executadas simultaneamente e no mesmo espaço físico, algo possivelmente nunca tentado no gênero. A performance alternará momentos de simultaneidade, fusão e intercalação entre as duas obras, em uma convulsão narrativa que concilia lirismo e terror.
Ópera do Claustro não terá cenário convencional, mas uma arrojada instalação visual a cargo do premiado artista paraibano, radicado no Recife, Marcelo Coutinho. Alguns espectadores serão convidados a assistir ao espetáculo dentro da cena, como participantes da mesma. A instalação foi concebida tendo as imagens de “jaula” e “ônibus” como signos do conceito “claustro”. A disposição espacial e supratemporal da “instalação” contradiz o tempo narrativo/cronológico da(s) ópera(s), configurando uma espécie de mundo paralelo, com leis próprias.
Pleno de referências literárias e filosóficas, o espetáculo terá direção cênica do multiartista pernambucano Armando Lôbo, e contará com a participação de cantores e músicos de grande destaque na cena pernambucana.
AS DUAS ÓPERAS DO PROJETO ÓPERA DO CLAUSTRO
Artista da Fome (Armando Lôbo) é baseada em conto de Franz Kafka e amplifica de forma fantástica os anseios imateriais do artista. A ópera põe em cena o espetáculo grotesco de uma artista esquálida que, dentro de uma jaula, expõe seu jejum ao público durante muitos dias. A exibição é organizada por um empresário amoral, que fiscaliza a jejuadora, assegurando a todos que a moça não está ingerindo nada, a não ser água em um minúsculo copo de barro.
Desachados e Perdidos (Victor Luiz) é uma ópera de caráter ao mesmo tempo social e mágico. Reflete poeticamente sobre o tempo desperdiçado devido à precariedade do transporte público no Brasil. O enredo soma canções de lamento por subjetividades contrastantes, incluindo o próprio ônibus como personagem/sujeito.
Serviço:
De 7 a 9 de fevereiro – Ópera do Claustro no Teatro Hermilo Borba Filho
Horários: 20h (dias 7 e 8)
Dia 9, domingo – Duas sessões: 17h e às 20h
Endereço: Cais do Apolo, 142 - Recife
Duração do espetáculo: ~70 minutos
Ingresso gratuito
*obrigatória a retirada de senha 1h antes na bilheteria do teatro.
Ficha Técnica:
Wanessa Mouta (atriz) / Karla Karolla (soprano) / Anastácia Rodrigues (mezzo-soprano)
Elias Marques (tenor) / Luiz Kleber Queiroz (barítono)
Participação do Ensemble ILUDENS: Gueber Santos (clarinete) / Augusto França (trompete) / Pedro Huff (violoncelo) / Daniel Félix (teclados) / Hugo Medeiros (percussão)
Regência: Nilson Galvão
Coordenação Geral, Libreto e Música: Armando Lôbo (Artista da Fome) e Victor Luiz (Desachados e Perdidos)
Direção Cênica: Armando Lôbo
Direção de Arte e Cenário: Marcelo Coutinho
Direção de Produção: Manassés Bispo
Produção Executiva: Arara(s) Cultura | Arte
Preparação Corporal: Taciana Gomes
Assessoria de Imprensa: Cezanne Comunicação
Programação visual: Bernardo Toscano e Victor Luiz
Filmagem e Fotografia: Darlyson Bispo
Iluminação: João Guilherme
Sonorização: Prisma Áudio
Armando Lôbo
Compositor, encenador, multiartista e pesquisador pernambucano, Armando Lôbo desenvolve gêneros e estilos musicais diversos, com o uso de matizes experimentais e abordagem conceitual de tonalidade filosófica. Também concebe e produz projetos artísticos interdisciplinares, unindo vídeo, performance, teatro, literatura, música e pesquisa histórica e antropológica.
Foi contemplado em diversos prêmios nacionais e internacionais, como compositor e também como diretor de filmes experimentais. Lançou 5 álbuns que mereceram cotação máxima da imprensa especializada. Sua obra tem sido executada por importantes grupos no Brasil, Europa e Estados Unidos. Lôbo é Ph.D. em composição cênica pela Universidade de Edimburgo, Reino Unido.
Victor Luiz
Compositor e educador musical recifense. Graduado pela UFPE e pela Universidade de Coimbra, Portugal. Participou de masterclasses com artistas relevantes como a compositora israelense Chaya Czernowin. Assina, ao lado de Manassés Bispo, a idealização e a coordenação do projeto "Mucambo", que vem promovendo a produção e a divulgação da música clássica contemporânea em Pernambuco. Atualmente, é professor efetivo do Conservatório Pernambucano de Música.
Marcelo Coutinho
Artista e professor de artes visuais da UFPB e UFPE. Mestre em Comunicação pela UFPE, doutor em Poéticas Visuais pela UFRGS e pós doutor em Design e Cultura pela UFPE. Premiado em importantes mostras nacionais, participou das principais exposições de arte contemporânea do Brasil, entre as quais destacam-se a 30ª Bienal Internacional de São Paulo e várias edições do Panorama da Arte Brasileira, promovido pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Trabalhando entre linguagens como o filme, a instalação e a performance, tem obras nos acervos do MAC- SP, MAM-RJ, MAM-BA, MAMAM-PE, entre outras instituições.
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