CRÍTICA: PROJETO GRANDES VOZES- GIOVANNA CASOLLA NO THEATRO SÃO PEDRO/ 13/09/2011
Giovanna Casolla poderia ter feito o mesmo que seus colegas. Cantado umas árias moleza de seu repertório , seria aplaudida e tiraria fotos com todos sorrindo. Não foi o que aconteceu. O grande soprano italiano aceitou o desafio e emendou árias de sete óperas. Você leu certo amigo, sete grandes óperas. Sua voz é de uma potência explosiva, atômica e de uma extensão única. Dramática e penetrante. Seu timbre é escuro e consistente, sua técnica impecável. Dicção e fraseado perfeitos, grande diva.
O árduo repertório começa com Cavalleria Rusticana de Mascagni, passa pelo Don Carlo de Verdi, com a ária O Don Fatale magistralmente interpretada. Cilea nos brinda com seu Andrea Chenier , um final emocionante. Quase morremos no Suicidio da Gioconda de Ponchielli . Depois de tudo isso só um intervalo para assimilar tamanha qualidade vocal. Puccini e sua Vissi d'arte , La Forza del Destino e Aida, todas interpretadas com uma dramaticidade vocal e cênica que só uma grande cantora, com voz grande e consistente em todos os registros pode fazer.
Poucos sopranos aceitariam encarar esse duro repertório em um recital, Giovanna Casolla o fez e não se intimidou. Acompanhada pelo competente pianista Anderson Brenner e pelo tenor Richard Bauer. O tenor mostrou uma voz com bons agudos e um belo timbre. Suas intervenções no Andrea Chenier e Il Guarany demonstram bravura e maestria. Defendeu as demais árias e duetos com Giovanna Casolla de maneira correta e inspiradora, embora tenha sido encoberto algumas vezes pelo soprano.
O Grandes Vozes esta no seu sexto ano, já o acompanho há alguns. Posso afirmar que o recital de Giovanna Casolla foi um dos melhores que assisti nesse projeto. Cantora com sólida carreira internacional e que nos brindou com sua voz única. Grande jogada trazê-la para o aconchegante theatro São Pedro. Aguardo com ansiedade o concerto da Maria Bayo nesse mesmo teatro e temos ainda a ópera Rigoletto no Municipal de São Paulo, é muita coisa boa para uma semana só. Haja emoção!
Ali Hassan Ayache
Ali,
ResponderExcluirMuito interessante esta sua crítica. O soprano Giovanna Casolla é, de facto, de qualidade elevada. Fico satisfeito por saber que o tenor Richard Bauer esteve bem. Ele foi residente há pouco tempo no nosso teatro nacional de ópera (Teatro de São Carlos, Lisboa) e teve prestações em geral fracas. NNão deixou saudades, apesar de o nosso teatro estar em crise nos últimos anos, com frequentes espectáculos de má qualidade.
Prestações fracas Sr. Fanático? O Richard só cantou o Rigoletto, muito bem cantado diga-se de passagem.Cantou um memorável Trovatore no Porto e seu Otello foi muito bem falado em Lisboa. Aliás, o senhor pode conferir todos os vídeos no Youtube.No Teatro São Carlos só não realizou mais, pq infelizmente a direção não cumpriu o tratado, e isso todo mundo do meio já sabe...Talvez por disperdiçar bons artistas como o Sr.Bauer o teatro esteja em crise nos últimos anos e oferecendo apenas espetáculos de má qualidade. Da maneira como tratam as coisas,quem não deixa saudades é o Teatro São Pedro. Aliás, Sr. Fanático,"em que" o Sr é fanático? Em falar mal? Há algum trabalho seu ou do geógrafo,q possamos conferir e avaliar, p/podermos então dar a devida crítica,seja boa ou ruim? O senhor tem algum talento? Em terra onde um semi-analfabeto cumpre dois mandatos de presidente e um palhaço completamente analfabeto se elege deputado, qualquer um pode ser crítico de ópera não é mesmo?
ResponderExcluirCorrigindo, quem não deixa saudades é o Teatro São Carlos.
ResponderExcluirCaro FanaticoUm, sem querer polemizar de modo deliberado, concordo com as considerações tecidas relativamente a Richard Bauer. Estive presente nesse Trovador, levado à cena no Coliseu do Porto em 2007 e posso afiançar-lhe que o tenor foi claramente o elo mais fraco. Existe um vídeo no YouTube com Bauer e o soprano brasileiro Adriane Queiroz no dueto que finaliza o primeiro acto de Il Guarany, no qual a prestação do tenor beira o inaceitável nas páginas iniciais. Creio que tal estado é representativo do nível global das suas prestações em Portugal, facto que terá acarretado a sua dispensa das produções de Tosca e Os Contos de Hoffmann. Conquanto seja sempre desagradável a publicitação de um parecer negativo, estou em crer que Richard Bauer, à semelhança de muitos dos intérpretes líricos contratados pela desastrosa administração Dammann, demonstrou estar num patamar inferior ao mínimo exigível para um teatro como o São Carlos.
ResponderExcluirGostei dos solistas e muito, também do pianista, excelente.
ResponderExcluirReafirmo o que escrevi. As interpretações que ouvi a Richard Bauer no Teatro de São Carlos em Lisboa foram muito fracas. Por isso foi dispensado de interpretar outras óperas. Não o ouvi no Porto mas, pelo que Hugo Santos escreve, devem ter sido idênticas às de Lisboa.
ResponderExcluirFico satisfeito por saber que no Theatro São Pedro esteve bem.
E lamento o tom incorrecto e mal educado de Pin up.
Pessoas frustradas! É assim que inicio o meu comentário ao que estão a fazer com este jovem tenor! Fanatico e Hugo Santos, não sei qual é o significado disso. Mas eu estive no Coliseu do Porto e vi este bravo tenor, cantar o trovador e tenho gravação particular e sem duvida o elo fraco daquelas apresentações foi o baritono Igor Morosow!! E tenho em mãos o recorte do jornal da critica, escrito pelo nosso Frnando C. Lapa, deles vão tambem discordar? Palavras do nosso grande musicista:A juventude do tenor Richard Bauer de voz grande e poderosa, marcou tambem excelente presença. Assisti tambem ao Rigoletto em Lisboa que me agradou muito, visto que hoje não temos tenores que encham o teatro com a voz! Se ele tem que trabalhar para melhorar, todos os outros tambem teem, porem, é descabida a forma com que voces veem aqui a querer difamar o jovem! Voz bonita, bonito como presença, se move bem, musical, o restante vem com o tempo. Agora cá pra nós oque sabe o Hugo sobre o Guarani??? Esta opera pouco se faz, então como avaliar, e depois do teu comentario fui pesquisar no youtube o maximo sobre esta opera. E lá tem oq? dois trechos da apresentação ao vivo do Pl[acido Domingo oitavando agudos que o Bauer sustenta bravamente e os trechos dele são realmente bons, levando em conta as dificuldades que apresentam estas paginas! Ah façam me o favor, de facto, o São Carlos que não aproveitou melhor o gajo, e voces ficam a atirar pedras à ele??? Oq aconteceu depois com Tosca, Contos de Hoffmann, melhor qu ele não tivesse feito, pois quem viu como eu, os tenores a substituir a qualidade vocal do bauer estiveram mesmo aquém! Como um tenor velho e sem voz na Tosca, que não me lembro agora o nome, tão pouco o Sergey sei lá o que no Contos. Sem falas de montagens horriveis, direçoes absurdas, ele fez foi bem em se retirar ou sei lá oq!
ResponderExcluirJorge da Silva jorgedasilva00@yahoo.com