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Mostrando postagens de março, 2013

A FILARMÔNICA DE VIENA ASSUME SUAS CULPAS. ARTIGO DE OSVALDO COLARUSSO NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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A Filarmônica de Viena. Seu incômodo passado Diferente da Alemanha, que publicamente fez o seu “mea culpa” em relação ao nazismo, a Áustria sempre fez questão de disfarçar este seu passado sob o comando de Adolf Hitler. Nesta semana serão lembrados os 75 anos da anexação da Alemanha nazista com a Áustria, e somente agora é que a principal orquestra austríaca, a Filarmônica de Viena , resolveu fazer uma autocrítica de seu vergonhoso passado. Li três matérias a respeito do assunto, uma no Financial Times , uma no bloomberg.com . e a melhor de todas no site da Aljazeera . Alguns números são assustadores. Durante o período em que a Áustria foi governada pelos nazistas 60, dos 123 membros da orquestra eram filiados ao partido nazista (com carteirinha e tudo), e dois músicos eram da SS. Outra coisa que aprendi ao ler estes artigos é que uma honraria da orquestra, o anel dourado, foi dada a diversos criminosos de guerra, como Baldur von Schirach , governador de Viena, e res...

LA CENERENTOLA EM SÃO PAULO E VERDI NO RIO. CRÍTICA DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Theatro São Pedro apresenta boa montagem de ópera de Rossini, enquanto Orquestra Petrobras Sinfônica toca peças de Verdi.   No intervalo de aproximadamente 24h, pude apreciar dois importantes momentos deste início de ano da música clássica e lírica. Nesta sexta-feira, 22 de março, a Orquestra Petrobras Sinfônica abriu sua temporada com o primeiro concerto da Série Noturna Djanira: uma homenagem aos 200 anos de nascimento de Giuseppe Verdi, o mestre máximo da ópera italiana. Já no sábado, 23, o Theatro São Pedro, de São Paulo, apresentou a quinta récita de La Cenerentola , a primeira ópera a ser levada à cena lírica naquela casa este ano. Vamos pela ordem. Orquestra Petrobras Sinfônica Na noite de sexta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a OPES , sob a regência de seu titular, Isaac Karabtchevsky , deu partida à sua temporada 2013 com um bom concerto. A orquestra, que também homenageará Wagner pelo mesmo motivo em agosto, lembrou já em sua primeira apresenta...

Joanna de Flandres, ópera esquecida há 140 anos, é recuperada em dois projetos .

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A volta da malvada de Gomes. Foi como se a posteridade quisesse punir as malvadezas medievais de Joanna de Flandres, a mulher que renegou pai para não perder a coroa e o amante. A ópera que Carlos Gomes escreveu sobre ela em 1863 – e de certa forma foi seu “passaporte” para estudar na Itália – foi deixada pelo compositor no Brasil antes de ele partir para a Europa e amargou 140 anos de esquecimento total, não mais encenada desde a sua tormentosa estréia no Rio de Janeiro. Muitos chegavam mesmo a dá-la como perdida, o que ela nunca esteve. “Fim de um triunfiasco!”, anotou Gomes na última página de sua partitura, antevendo, sem querer, o futuro. Mas agora a moçoila terrível está de volta e em dose dupla. Joana de Flandres, detalhe de tapeçaria de 1703. Internet A professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Lenita Waldige Mendes Nogueira acaba de compilar a versão integral de Joanna de Flandres , trabalho concluído com o apoio da FAPESP, ao mesmo tempo em que dois ...

MAGDA OLIVERO, GRANDE ARTISTA NÃO SE FAZ SÓ NO PALCO. CRÔNICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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   Magda Olivero. Tosca . Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 1964, foto Internet    O ano era de 1964, os presentes ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro vestiam-se com garbo e elegância. Era de bom costume os senhores irem com seus paletós e as senhoras de vestido longo aos espetáculos do nobre teatro. Em cartaz uma ópera, não uma ópera qualquer, mas a grande ópera verista, Adriana Lecouvreur de Francesco Cilea.    A cantora convidada para cantar o papel principal era nada mais, nada menos, que o grande soprano Magda Olivero. Diferente dos dias de hoje, onde as grandes cantoras só vêm ao Brasil fazer concertos com árias fáceis, na época não tinha moleza. Cantar  no Rio de Janeiro e no Colón de Buenos Aires era a prova de fogo, público exigente ao extremo que vaiava qualquer erro.    Isso não era problema para Olivero, detentora de uma técnica soberba e uma voz...

Magda Olivero. A história viva de quase um século de ópera! Artigo de Henrique Marques Porto no blog de Ópera e Ballet.

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                     Magda Olivero 103 anos! por Henrique Marques Porto Os amantes da ópera em todo o mundo estão em festa. Magda Olivero completa hoje (em muitos países já é dia 25 de março) 103 gloriosos anos! Maria Maddalena Olivero nasceu em Saluzzo, em 25 de março de 1910. Uma voz e uma personalidade únicas na história do canto. Não há paralelo possível entre a Olivero e as cantoras atuais, ou mesmo entre as cantoras de sua geração. É um ícone verdadeiro do canto lírico, reforçado pela grande longevidade que ela alcança serena, lúcida e com saúde. Sua longa carreira une mais de uma geração de grandes cantores. Cantou com Tito Schippa, Beniaminio Gigli e Giacomo Lauri-Volpi; com Mario Del Monaco, Franco Corelli, Giuseppe Di Stefano e Carlo Bergonzi; e alcançou Placido Domingo e Luciano Pavarotti. Magda Olivero é a história viva de quase um s...

Homenagem aos 85 anos de Edino Krieger: Osvaldo Ferreira e a Sinfônica do Paraná . Crítica de André Egg no blog de Ópera e Ballet.

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Edino Krieger é um dos mais importantes compositores brasileiros vivos. São pouquíssimos os que podem ser comparados à sua estatura no cenário musical nacional (penso apenas em Gilberto Mendes e Marlos Nobre, além do recém falecido Almeida Prado). Krieger completou 85 anos no último dia 17 de março (domingo passado), e recebeu merecida homenagem em concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP). Merecida homenagem, mas nunca suficiente. Somos um país de poucas homenagens e de pouco respeito por nossa memória cultural, o que só aumenta a importância das atitudes mais singelas. Edino Krieger, foto Internet Edino Krieger pode ser considerado uma espécie de “irmão caçula” do Grupo Música Viva, fundado por Koellreutter em 1939, e que teve como principal mérito alçar ao panteão da História da Música Brasileira os nomes de Claudio Santoro e Guerra Peixe. Quando os dois principais compositores do grupo brigaram ruidosamente com o antigo professor de estética musical (digo isso de propósito...

VERDIANO 200 . RECITAL DE TIRAR O CHAPÉU. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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     Quando se pensa em um recital em homenagem aos 200 anos do nascimento de Giuseppe Verdi, em uma casa que não tem tradição operística,  você imagina que as músicas mais populares do compositor italiano estarão presentes. O público sai feliz ao ouvir o Brindisi da ópera La Traviata e a ária La donna è mobille do Rigoletto . Minha surpresa começou ao chegar ao Clube Transatlântico de São Paulo e ver o programa do evento. Nada de árias famosas e sim o mais puro e complexo repertório verdiano.    Primeiro um parabéns ao público presente, comportamento impecável para um recital que durou quase 3 horas, celulares não tocaram e conversas paralelas não aconteceram. Lembrando que a sua grande maioria eram de terceira idade. Me senti na Europa.    Os solistas convidados apresentaram vozes verdianas do mais alto gabarito. O soprano Silviane Bellato mostrou uma voz de soprano dramático com timbre escuro e melodioso. Defendeu as ...

Cultura e Investimento Público. Artigo de Patrícia Luciane de Carvalho no blog de Ópera e Ballet.

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por Patr í cia Luciane de Carvalho, advogada e professora de Direito da Propriedade Intelectual          A produ çã o cultural é direito reservado a sociedade e obriga çã o imputada ao Estado, conforme a Constitui çã o Federal. Este mesmo instrumento jur í dico estabelece diretrizes ao desenvolvimento sustent á vel e progressivo da cultura atrav é s de pol í ticas preventivas voltadas ao planejamento, incentivo e financiamento das diversas formas de manifesta çã o art í stica (arte pl á stica, dramaturgia, m ú sica).           Depreende-se que a cultura n ã o é um direito superficial, sup é rfluo ou insignificante. Muito ao contr á rio, eis que é determinante ao desenvolvimento do indiv í duo como ente digno e como propulsor da sociedade no â mbito familiar, social e econ ô mico.           Estudos comprovam que sociedades que possuem o ensino de artes, na...