A VAIA NA ÓPERA. ARTIGO DE OSCAR PEIXOTO (1934-2012) NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

Você alguma vez já ouviu falar que um famoso pianista tenha sido vaiado em determinada apresentação? Ou de um violinista renomado que tenha sido apupado porque desafinou uma notinha em uma partitura imensa? Não se sabe de platéia que vá a um concerto e fique na expectativa de uma determinada nota a ser tocada. Será que o violinista vai dar aquela nota acutíssima, ou vai falhar? Suspense. Pois na ópera, isso acontece e com mais freqüência do que se imagina. Artistas de primeira, cantores de altíssimo gabarito, estão sempre expostos a esse risco. Por melhor que cante e interprete seu papel, se não der aquele “dó de peito”, se o diafragma falhar naquele momento crucial, vai por água abaixo todo o seu esforço, todo o trabalho de anos de estudo. Uma notinha só, perdida entre centenas de outras, muitas vezes até mais difíceis de serem executadas, é o suficiente para a catástrofe total. Conseqüência: a vaia ou, o que é quase tão arrasador quanto, aquele murmúrio desconfortante de decepç...