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Mostrando postagens de 2018

LUCIA DI LAMMERMOOR, ÓPERA DO PERÍODO ROMÂNTICO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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       Lucia di Lammermoor  é a ópera mais popular de Gaetano Donizetti. O prolífico compositor do século XIX acertou em cheio nesse drama. Belas melodias apoiadas a um libreto homogêneo levam a árias para soprano, tenor e barítono exibirem seus dotes vocais. Não é por acaso que a ópera é uma das mais representadas desde sua estréia. Lucia di Lammermoor  é desafiadora e atraente, papel desejado por muitos sopranos e imortalizado na voz de Callas, Sutherland, Caballé, Gruberova e Sills,  entre outras.          A versão em DVD traz imagens nítidas e som de boa qualidade. O Scala se destaca pelo conservadorismo em relação a versões modernas de ópera. Nessa  Lucia  temos uma leitura clássica, sem deixar de ser moderna.  Cenários limpos, claros e sem exageros. Iluminação correta, embora escura às vezes, direção satisfatória e figurinos impecáveis são algumas das características do padrão Scala ...

ESCÂNDALO MORAL. A CONTURBADA ESTREIA DA ÓPERA CARMEN DE BIZET. ARTIGO DE OSVALDO COLARUSSO NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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,Célestine Galli-Marié, a primeira intérprete de Carmen de Bizet Poucas óperas são tão populares como a “Carmen” de Georges Bizet, mas sua conturbada estreia, ocorrida em março de 1875, nos força a refletir sobre a força vigente na época, e nos dias de hoje, da moral burguesa, recheada sobretudo por uma forte hipocrisia. Um pouco da história da gênese desta obra prima será muito útil para entendermos o que se passou na noite de 3 de março de 1875 na “Opéra-Comique”, em Paris. Prosper Mérimée, autor da curta novela “Carmen” De Mérimée a Bizet Georges Bizet tinha 36 anos quando escreveu a música de Carmen, não tendo até então composto nada realmente marcante. Muitos anos antes teve contato com a curta novela “Carmen” de Prosper Mérimée, e imaginava que a história narrada nela seria um bom assunto para uma ópera. Como a novela é bem sombria, pois é uma narrativa feita na prisão por Don José horas antes de ser enforcado pelo assassinato da cigana Carmen, Bizet e os diretores d...

A MODA DE JULGAMENTO DE INTERPRETAÇÕES MUSICAIS POR GRAVAÇÕES. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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   Tenho repetido aqui neste e em outros sites, blogs, jornais e outras publicações que não se deve julgar edições e interpretações musicais por gravações de nenhuma espécie.    Insisto em que a verdadeira experiência musical e as verídicas fruição e captação da música só podem ocorrer com audição ao vivo, na sala de concertos ou em qualquer outro lugar apropriado. Virou uma nefasta moda serem publicadas críticas de CDs ,DVDs,vídeo-tapes, áudio-cassettes, cópias particulares, edições piratas e tudo mais, como se o que se ouve nos aparelhos fosse a música na sua plenitude e principalmente como se aquilo fosse a verdade musical. Não é possível negar o valor e a importância das gravações na história de música, mas gravação é uma foto da música, muitas vezes retocada. Vamos a um exemplo que dará a todos os menos experientes neste tema uma visão mais nítida do assunto. O célebre pianista Glenn Gould, perfeccionista como ele só, fazia suas gravações com muitos micr...

WAGNER E VERDI : VIDAS PARALELAS. ARTIGO DE ALOISIO TEIXEIRA (IN MEMORIAN) NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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Sempre tive muito preconceito com Wagner. Por motivos político-ideológicos (sua amizade com Nietzche e seu suposto anti-semitismo - o que o aproximaria do nazismo; sua filha, que dirigiu o Festival de Bayreuth após sua morte, era nazista e amiga de Hitler) e por motivos musicais (e aqui falo de minha iniciação musical pela ópera italiana, especialmente Verdi). Felizmente hoje existem várias biografias de Wagner que nos permitem ter uma visão um pouco diferente de suas ideias e de sua vida. O que temos sobre as relações entre os dois compositores é pouco: todos dizem que não se conheceram e fizeram observações depreciativas sobre a obra um do outro. Apesar de Verdi ter lamentado a morte de Wagner, quando dela teve notícia. Verdi, por certo, foi um sucesso desde logo - ou, pelo menos, desde a estreia de  Nabuco . Verdi tinha uma posição política clara, era defensor da unificação italiana e participou do  Risorgimento  ( remember  Gramsci). Não por outra ...

VOCÊ TEM MEDO DE ÓPERA, MÚSICA CLÁSSICA E BALÉ? ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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   É sempre a mesma coisa, quando comento com alguém que gosto de ópera, balé e música clássica, as pessoas têm os mesmo clichês.  Acham os ingressos caríssimos, respondo que o preço é igual ou menor que uma entrada de teatro. Dizem não entender essa arte, acham-na complexa, respondo que na ópera sempre temos a legenda, igualzinho ao cinema. Ela é cantada em idiomas como o italiano, alemão, francês, russo e outras línguas. Explico que ninguém fica cantando ao acaso, conta-se uma história com começo, meio e fim. Muitos sabem que sempre alguém morre no final, isso é verdade quando o assunto é o período romântico, mas ópera não é só romantismo;  digo que existem muitas óperas cômicas interessantes. Todos os cantores são gordinhos, realmente muitos já foram. Nos idos do século XXI não se aceita mais cantores acima do peso, o artista tem que se moldar ao personagem, e assim sendo, os...

RETROSPECTIVA DE ÓPERA 2018 : VAZIO CARIOCA, RESISTÊNCIA PAULISTA. CRÍTICA DE WAGNER CORRÊA DE ARAÚJO NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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LA TRAVIATA/ FOTO BY FERNANDO PASTORELLI O ano operístico brasileiro começou apostando em  Verdi  na abertura da temporada oficial de ópera em teatros oficiais como o  Palácio das Artes (BH)  e o  Theatro   Municipal de São Paulo , com uma mesma e bem sucedida montagem tradicional de  La Traviata . Mas, por outro lado uma equivocada proposta estética de substrato futurista de  Um Baile de Máscaras  no Municipal do Rio, acabou precipitando uma crise que vinha se arrastando ali e impediu de vez a continuidade de bem intencionada mas pretensiosa temporada lírica anunciada. Visualizada em  arrojada cenografia 3D com efeitos   computadorizado s no ideário de Pier Francesco Maestrini, o que ela poderia seduzir pelo inusitado decepcionou pelo resultado pretendido, para uma partitura verdiana controvertida em sua transmutação temporal / galática. Aliada à má escolha de seus intérpretes titulares, um arremedo de as...

"AIDAS" QUE PERPETUARAM A HISTÓRIA DO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. ARTIGO DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

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Foi em setembro de 1912 que subiu à cena a primeira “Aída”, justamente quando se comemorava o 1º aniversário do Teatro Municipal de São Paulo. Já em 1937, apareciam o grande soprano Maria Caniglia, o tenor Galliano Masini e o meiossoprano Nina Gianni para uma récita histórica. Na estação lírica de primavera de 1947, atuaram Elisabetta Barbato (Aída), Beniamino Gigli e Ebe Stignani, com regência de Oliviero de Fabritis e Nino Stinco, ano este em que vieram outros nomes importantes da cena internacional: Rafaelle de Falchi, Giulio Neri, a estreia em São Paulo do tenor Mario Del Monaco, Pia Tassinari, Américo Basso, Ferrucio Tagliavini e a grande brasileira Agnes Ayres, numa memorável temporada. O ano de 1951 abrigou talvez a maior temporada com expressivo número de artistas estrangeiros de renome da época. “Aída” foi anunciada para abrir a temporada nas vozes de Maria Callas, Fedora Barbieri e Mario Filippeschi, mais Gino Becchi, Giulio Neri, Enrico Campi e regência de Tullio Ser...

"IL MATRIMONIO SECRETO, ÓPERA DE CIMAROSA SERÁ APRESENTADA NA CINELÂNDIA.

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A ópera do compositor  Domenico Cimarosa  contará com  participação da  Orquestra  da UNIRIO , regida pelo maestro  Guilherme Bernstein ;  direção cênica do Professor do Curso de Teatro da UNIRIO,  André Paes Leme ; e direção vocal e coordenação-geral da professora de canto e ópera do curso de música-canto da UNIRIO,   Carol McDavit . Contamos também com a orientação de cenografia, os professores  Luiz Henrique Sá  e  André Sanchez , de figurino,  Carolina Bassi  e  Mona Magalhães  de caracterização, e Apoio da Fundação Cesgranrio. A ópera será encenada no idioma original, italiano, com legenda em português e sem amplificação – tal como em 1792. Sinopse Ambientada em Bolonha durante o século XVIII, o espetáculo narra a história de Gerônimo, um comerciante que propõe um dote ao Conde Robinson para que ele se case com sua filha mais velha, Elisetta e, a partir disso, possa  torn...

"UM JEITO DE CORPO" RETORNA AO PALCO DO THEATRO MUNICIPAL DE SP.

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Um dos maiores sucessos da Temporada 2018 do Theatro Municipal de São Paulo,  Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano , retorna em dezembro para mais uma temporada. A estreia acontece no dia 19, às 20h. As apresentações seguem nos dias 20 e 21, em dois horários: 16h e 20h.  Em março, mais de 11 mil pessoas estiveram presentes nas nove apresentações da companhia. A produção é inspirada na obra de um artista único e de inestimável valor intelectual e poético, Caetano Veloso.  “A nossa percepção de vida não seria a mesma sem a ‘perspectiva Veloso’. Ela toca nossos corações e move o nosso corpo. Suas músicas nos ensinam uma forma renovada de ver e sentir. A obra poética de Caetano Veloso nunca foi tão atual e nos inspira e ajuda a buscar respostas nos olhos da vida” , comenta o diretor artístico do Balé da Cidade,  Ismael Ivo . O Balé da Cidade comemorou 50 anos este ano e teve o maior presente de todos: o prestígio do público. O municipal sempre e...