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Mostrando postagens de dezembro, 2013

“ELIANE COELHO NÃO CANTA “MEDEA” E DEIXA TODOS COM GRAVES PROBLEMAS. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Eliane Coelho, foto internet O soprano Eliane Coelho deveria ter cantado o papel-título da ópera “Medea”,de Cherubini, no TMRJ, neste último dia 19. No entanto, alegando motivos de saúde, em cima da hora declarou-se impossibilitada de cantar tal papel,deixando todos com um   seríssimo problema, difícil de ser resolvido. Geralmente há pronto nos teatros um substituto para esses casos, o que não ocorria no TMRJ, e a solução encontrada foi chamar às pressas os sopranos Veruschka Mainhard e Tati Helène, que se encarregaram de colocar na memória trechos que já conheciam de “Medea”, o que se tornou quase impossível e deu ao espetáculo ares de incontornável amadorismo. As cantoras de última hora várias vezes tiveram de recorrer à leitura das partituras, o que tornou o espetáculo ainda mais amador. O fato, mais uma vez, serve de lição que ensina,ou tenta ensinar, uma coisa importantíssima na vida dos teatros e das orquestras:  deve sempre estar à disposição destes , principal...

FALSTAFF DE G. VERDI - MET LIVE IN HD , CULTURGEST, 15/12/2013. CRÍTICA DE CAMO OPERA NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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(Review in English below) Giuseppe Verdi tinha 80 anos quando estreou a sua última ópera — Falstaff . Cidadão italiano distinto, dado o seu percurso artístico e político, a estreia de Falstaff em 1893 no Scala gerou uma enorme expectativa entre os críticos e amantes da ópera, não só por ser Verdi, mas pela sua ousadia. Seria Verdi capaz de escrever uma ópera cómica? Em 1853, Un giorgno de regno — a única ópera cómica que Verdi escreveu pouco depois da morte de dois filhos e da esposa — foi um massivo fracasso. Desde aí, Verdi dedicou-se à transposição musical do sentir e ser-se humano e da sua tragédia, transformando-as em arte tangível, vivencial, credível e a puxar ao sublime. Oiçamos, como exemplos acabados dessa arte, Otello , Don Carlo ou La Traviata . Mas a resposta à pergunta que colocámos é: SIM! E fê-lo com o contributo de Arrigo Boito , libretista com quem já colaborara em Otello e em Un Ballo in Maschera . Este baseou-se na comédia As Alegres Comadres ...

ELIANE COELHO DA VIDA A MEDEIA,DE CHERUBINI

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  OSB – O & R apresenta ópera em forma de concerto no Municipal do Rio. No próximo dia 19 de dezembro, às 20h, a Orquestra Sinfônica Brasileira – Ópera & Repertório encerra a série Ágata deste ano com uma apresentação da ópera Medeia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A orquestra, regida pelo maestro convidado Carlos Vieu , contará com a soprano Eliane Coelho no papel-título; o tenor Charles Cruz como Jasão; a soprano Maíra Lautert interpretando Glauce (também conhecida como Dircée); a contralto Kismara Pessati como Neris; o baixo Savio Sperandio como o rei Creonte; e as soprani Michele Menezes e Marianna Lima como criadas. Composta por Luigi Cherubini, a primeira versão da ópera estreou em Paris em 1797. Divida em três atos é baseada na tragédia grega de Eurípides, a partir da obra com o mesmo nome, de Pierre Corneille. A história gira em torno da vingança de Medeia contra seu ex-marido, Jasão, e sua nova noiva, Glauce. Recentemente, uma equipe de cienti...

"O QUEBRA NOZES " PODE CO-EXISTIR COM OUTRAS OBRAS AO FIM DO ANO. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Há muitos anos o TMRJ, como é costume em outros grandes teatros, encena no final do ano o ballet O QUEBRA-NOZES.   Com música de Tchaicovsky e coreografia de Petipa e Ivanov, e alguns sócios não necessários e não queridos. O enredo é de conto de fadas de natal, inpirado em Hoffmann, e tudo se presta à época natalina, com várias cenas que atraem as crianças. Tudo justo e perfeito. O que há de errado, e muito errado, é que em nosso TMRJ, mal entra dezembro, SÓ SE PENSA EM O QUEBRA-NOZES, esquecendo todos que a época é muito própria para grandes obras corais de cunho religioso. Com O QUEBRA-NOZES querido mas açambarcante e esterilizador, não se dá ao público imagens musicais religiosas e de maior substância musical, nem de leve pensando-se no imenso repertório sacro-coral que poderia trazer ao palco o magnífico coro ( RIP QUERIDO MAURÍLIO), a excelente orquestra e “out standing” solistas que viriam dar graças ao Senhor em seu aniversário. Nada disso. Do dia 14 de dezembro em...

30 ANOS DO BALÉ O QUEBRA NOZES PELA CISNE NEGRO CIA DE DANÇA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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      O balé O Quebra Nozes , com coreografia original de Lev Ivanov e música de Tchaikosky, já faz parte da cena cultural paulistana no natal. Há 30 anos a Cisne Negro Cia de Dança apresenta esse belo espetáculo ao público. Balé para todas as idades, agrada aos marmanjos e as crianças e transporta ambos para um mundo encantado, onde reina a inocência e a alegria de viver.    As apresentações desse ano ocorrem no Teatro Alfa, são onze apresentações noturnas e duas matinês. A montagem esbanja em beleza e encanto, tudo nela segue a cartilha da tradição dos grandes balés clássicos. Cenários deslumbrantes unidos com figurinos corretos levam a uma beleza estética que transforma o palco, seres imaginários de todas as formas aparecem e desaparecem por encanto. Heloisa Bortz/Teatro Alfa/Divulgação. Cena do espetáculo 'O Quebra Nozes'        A beleza dos cenários é unida com a qualidade...

"LA BOHÈME" COM BELAS VOZES NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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No espetáculo clean definiu-se um exíguo espaço cênico em seu Ato I onde a luz dinamiza as cenas.   A celebérrima “LA BOHÉME”, ópera em quatro atos de Giacomo Puccini (1858-1924) com libreto de Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, subiu ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, estreando esta produção em 10 de dezembro. Assinada por Arnaud Bernard o espetáculo é despojado de cenário restando-lhe apenas adereços no palco, ainda que organizados pelos próprios artistas que atuam na cena. No espetáculo clean definiu-se um exíguo espaço cênico em seu Ato I onde a luz dinamiza as cenas; o 3º ato foi o melhor, sugerindo os portões de Paris, em seus subúrbios , empregando um vagão de trem desativado, como se fosse a moradia de Rodolfo e Marcello. Nunca se viu uma Bohème tão pobre de cenografia em São Paulo! - Lembramo-nos de montagens com a Cenografia Parravicini de Roma (1973) e dos cenários de Hugo de Ana , cedidos a este teatro em 1989, pelo Municipal do Rio de Janeiro. Par...

COMEMORAÇÃO DOS 80 ANOS DO CORO DO TMRJ. CRÍTICA DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Acho-me sem falsa modéstia em condições de dizer que o coro do TMRJ cada vez mais se afirma como um dos maiores coros do mundo.   O tradicional e excelente CORO DO TMRJ merecia uma festa só com ele no palco mostrando suas imensas qualidades, sem solistas vocais para atrapalhar e querendo ser as estrelas da noite. Só é necessária a orquestra no fosso. Há muito obra ou trechos de obras só para coro. Deve-se medir a qualidade de um grande coro por alguns itens principais: o primeiro deles é um item que é base para qualquer avaliação musical – a afinação; o segundo será a qualidade das vozes;o terceiro, uniformidade de timbres e de volumes; quarto, capacidade de fazer coincidir exatamente ataques e terminações; quinto, capacidade de sobrepor ou subpor um naipe em relação aos demais; sexto, musicalidade geral e alegria de cantar em coro. Haverá de certo outros critérios de avaliação, mas os básicos aí estão. Um critério empírico é o de comparação com outros coros. Em todos esses...

LA BOHÈME COM POLUIÇÃO SONORA E INSPIRAÇÃO EM BALÉ. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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   Capa do programa distribuído no TMSP    O Theatro Municipal de São Paulo apresentou sua última ópera da temporada 2013, La Bohème é um dos títulos mais populares de Puccini, melodias sentimentais e uma história amorosa fazem a mulherada cair nas lágrimas e transmitem uma e moção a cada nota. Quem não se apaixona pelos personagens Mimi e Rodolfo. Que ouvidos não se sensibilizam com os temas dos amantes ou dos boêmios. Muitas óperas já fazem parte do passado, La Bohème   tem lugar no futuro e está entre as óperas mais representadas e queridas do público.    Comecemos pelos solistas, Atala Ayan foi o tenor escalado para a apresentação do dia 10 de Dezembro. Voz magistral, tá difícil encontrar adjetivos para descrevê-la. Sedutora e com agudos cristalinos, limpos e boa projeção. Interpretação cênica equilibrada, um Rodolfo apaixonado e sofrido que mostra sentimentos e emoções reais a cada cena. Alexia Voulgar...

" FALSTAFF" IRREGULAR NO PALCO DO THEATRO SÃO PEDRO. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Falstaff, comédia lírica em três atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Arrigo Boito.   Esta ópera, baseada em As Alegres Comadres de Windsor e no Henry IV de William Shakespeare, foi a montagem escolhida para comemorar o bicentenário de nascimento de Verdi (1813-1901) na temporada do Theatro São Pedro deste ano. Na produção cênica de Stefano Vizioli funcionam bastante bem as soluções cênicas tanto dos diálogos entre os principais personagens como nos conjuntos. O diretor italiano colocou à prova sua experiência e conhecimento no gênero e a transposição de época do enredo saiu satisfatória, fazendo jus à destreza rítmica que é peculiar à obra prima cômica de Verdi, estreada no Scala de Milão, em 9 de fevereiro de 1893. Com um bem sucedido jogo de cenas correspondido pelos solistas do elenco que representou na noite de sábado, 7 de dezembro, os cenários de autoria do argentino Nicolás Boni , experimentado cenógrafo, desta vez, apresentaram um visual bem feio, salvando-se o ...

QUANDO DEUS DÁ A FARINHA... CRÍTICA DE FABIANO GONÇALVES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Ópera de Stravinsky não encanta em Municipal semivazio.   A expectativa era grande para a apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira – Ópera & Repertório no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite de 29 de novembro. Além da regência do respeitado maestro Jamil Maluf , a OSB – O & R tinha em programa a ópera A Carreira do Libertino ( The Rake’s Progress ), de Igor Stravinsky, com duas estrelas internacionais: o tenor mexicano Emilio Pons e a soprano cubana Elizabeth Cavallero . Mas, parafraseando o ditado popular, quem colocou os convidados estrangeiros no saco e roubou a cena foi o barítono Homero Velho , interpretando o diabo em pessoa. O libreto, escrito pelo poeta W. H. Auden (com colaboração de Chester Kallman), a partir de uma série de gravuras do pintor e ilustrador William Hogarth que seduziu Stravinsky em 1947, conta a história dos namorados Tom Rakewell e Anne Trulove, que se vê separado pela chegada do desconhecido Nick Shadow, trazendo a notícia...

CIA CISNE NEGRO DE DANÇA APRESENTA "O QUEBRA NOZES" NO TEATRO ALFA.

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O espetáculo mostra as colorações sinistras e fantásticas criadas por Tchaikovisky em uma adaptação francesa de um trecho do conto Nusskracker uns Mauserkonnig – “O Quebra Nozes e o Rei dos Camundongos” - de Hoffman. Para ele só a fantasia tem o poder de elevar as almas puras, sufocadas pela realidade, ao reino imenso da ilusão, domínio da beleza e da face maravilhosa dos seres e objetos. Este espetáculo conta com a direção artística de Hulda Bittencourt e direção de ensaios de Dany Bittencourt. Um espetáculo esperado por todos que conhecem a magia da obra: o nosso “presente de Natal” ao inteligente e sensível público brasileiro. Cisne Negro Cia. de Dança Direção Artística: Hulda Bittencourt Considerada uma das melhores companhias contemporâneas do país, dentro da filosofia da Cisne Negro encontram-se a originalidade, a tradição e a preocupação de formar novas platéias, buscando públicos capazes de apreciar a inovação e a beleza. A companhia nasceu de uma circunstância especi...

MÚSICA CLÁSSICA E ELITISMO : VERDADES E MENTIRAS. ARTIGO DE OSVALDO COLARUSSO NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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Música clássica e elitismo <img src="http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/falando-de-musica/wp-content/uploads/sites/26/2013/11/Concertgebow.jpg" alt="Orquestra do Concertgebow de Amsterdam e seu maestro Maris Jansons. O preço dos ingressos cobrados no Brasil desmentem suposto elitismo" width="567" height="287" class="size-full wp-image-1564" /> Orquestra do Concertgebow de Amsterdam e seu maestro Maris Jansons. O preço dos ingressos cobrados no Brasil desmentem suposto elitismo    Um mito que continua a circular em todos os lugares e meios é de que a música clássica é elitista. No sentido de elite financeira provo com alguns fatos que há mais do que um equívoco. Comparando a diferença dos preços dos ingressos de apresentações de outros tipos de música sentimos, nós músicos ligados à música clássica, até uma certa vergonha. Exemplo gritante foi a apresentação de uma dupla sertaneja (Jorge e Mateus) em Curitiba, no mês de out...