O TEATRO COLÓN DE BUENOS AIRES E AS PRÉVIAS PARA AS TEMPORADAS VINDOURAS. ARTIGO DE MARCO ANTÔNIO SETA, COM EXCLUSIVIDADE PARA O BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   

   " Os diretores de ópera encaram a música juntos ". Essa foi a essência do que foi a reunião de diretores de ópera ibero-americanos com a intenção de encontrar complementação no planejamento da ópera para os seus teatros. E terminou com uma ressalva: cada teatro tem a sua história e as temporadas devem ser programadas em razões históricas sólidas. Devem ser também considerados os cantores nacionais disponíveis para as possíveis óperas a serem produzidas. 
          Vamos começar com a esperança de que em 2017, o que é para muitos a quantidade mínima, de manter-se dez títulos, quantidade que  o Colón de Buenos Aires está oferecendo em 2016, embora em uma das  noites ou tardes, para um dos títulos, será composta de duas pequenas óperas (curtas). Esta é uma melhoria substancial dos sete títulos que tivemos em 2015, mas acredito que uma boa organização e orçamento adequado deve torná-lo perfeitamente possível chegar a dez títulos. As condições da administração pública tornam utópico pensar em termos dos anos sessenta, quando víamos catorze títulos de Abril a  Dezembro e mais três no verão...é o que tínhamos naquela época.  
           A teoria: É um fato indiscutível que Giuseppe Verdi é o campeão entre os compositores de ópera. Acredito que uma casa da trajetória do Colón de Buenos Aires, galgada no grupo das dez mais importantes casa de ópera do mundo, mesmo com os seus altos e baixos, e que qualquer planejamento requer um conhecimento profundo de sua história, mas também do repertório ao longo de sua trajetória de décadas passadas, e não apenas imaginar 2017, mas também, tanto quanto até 2020, se o trabalho é sério e competente. 
           Há apenas dois compositores que nos deram dez óperas que merecem estar na fatia de dez anos: eu acredito que uma boa maneira de fazer isso é imaginar fatias de dez anos e estar ciente de que as óperas devem ser revividas. Verdi e Wagner. O primeiro tem uma abundância de outros que vai para a fatia de quinze anos ou mais, enquanto Wagner é um caso especial, porque quatro de suas óperas formam o "Anel dos Nibelungos" e a maneira ideal é dar todas as quatro em um mesmo ano. O Colón foi capaz de gerenciar isto em 1967 e sinto que repetir essa façanha é um tiro de longa distância. Mas duas e duas devem ser viáveis, até 2020. 
            Para as óperas mencionadas por Loperfido, pretende-se uma "Aída" em 2017, vista pela última vez em 1996, com Leona Mitchell e Luciana D'Intimo, Paata Burcheladze e Alexandro Agache, entre outros astros, revezados com artistas argentinos, e essa é uma longa pausa a repor-se. De Richard Strauss, "Der Rosenkavalier", um trabalho essencial ausente desde 1998. Teremos uma première de Wagner; à vista, esta parece ser uma boa idéia, mas para dizer a verdade "Das Liebesverbot" (Love's Proibição), com base de Shakespeare "Medida por medida", é uma parte encantadora completamente atípica, enquanto de Wagner,  talvez veremos "Os Mestres Cantores de Nuremberg", visto pela última vez em 1980. Prosseguindo em 2017, de Weill's "Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny". A possibilidade de uma première interessante foi mencionada: "Yerma", de Villa-Lobos, no jogo de Garcia Lorca, no entanto, dois outros títulos poderão ser adicionados, de acordo com uma fonte, que pediu para permanecer anônima.   Uma delas é "Giulio Cesare", de Handel, sua melhor ópera,  com única encenação no Colón em 1968. A outra é "Adriana Lecouvreur",  de Cilea, vista pela última vez em 1994; onde  teríamos a presença de uma importante figura: Angela Georghiu, no papel título.
              Outros prováveis títulos: "Les Troyens", de H. Berlioz, que não vingou em 2015;  "Anna Bolena", de Donizetti (apenas vista no Colón em 1970); "I Puritani", de Bellini, vista em 1972 pela última vez (com Deuthecon e Alfredo Krauss);  "La Fanciulla del West", de Puccini e a estreia de "Billy Budd", de B. Britten. Que vinguem tais títulos nos anos vindouros !  E que sirva de exemplo aos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, de como se planejar uma temporada que faça jus à importância da megalópole e metrópole retro-mencionadas.  

Escrito por Marco Antônio Seta, em 18 de maio de 2016
Fonte: Baseado no artigo do jornalista e colega  Herald Pablo Bardin. (Buenos  Aires,  República Argentina) 
Jornalista inscrito sob nº 61.909 MTB /São Paulo
            

Foto : fonte Internet

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